Economia
Bolsonaro defende compra de Viagra pelas Forças Armadas
Alegação é que remédio usado para disfunção erétil será utilizado para tratar Hipertensão Pulmonar Arterial (HPA).
O presidente Jair Bolsonaro defendeu nesta quarta-feira (13) as Forças Armadas das acusações de terem comprado desnecessariamente o remédio Viagra, usado para disfunção erétil, e garantiu que o medicamento será usado para tratar Hipertensão Pulmonar Arterial (HPA).
“Então as Forças Armadas compram o Viagra para combater a hipertensão arterial e também as doenças reumatológicas. Foram trinta e poucos mil comprimidos para o Exército, 10 mil para a Marinha e eu não peguei da Aeronáutica, mas fala-se em 50 mil comprimidos total”, disse Bolsonaro em café da manhã com pastores evangélicos. “Com todo o respeito, isso é nada. A quantidade para o efetivo das três Forças, obviamente, muito mais usado pelos inativos e pensionistas.”
Os dados sobre as compras de Viagra pelas Forças Armadas foram levantados pelo deputado Elias Vaz (PSB-GO) com base no Portal da Transparência e no painel de preços do governo. Os pregões, feitos a partir de 2020, preveem a compra do Citrato de Sildenafila –nome genérico do medicamento– em dosagens de 25mg e 50mg.
As Forças Armadas alegam que o remédio será usado exclusivamente para HPA e que foram comprados dentro do orçamento do sistema de saúde exclusivo das forças, que atendem militares em todo o país.
O medicamento é de fato usado para HPA. No entanto, a bula de duas versões da Sildenafila usadas para essa doença indicam uma dosagem diferente, em comprimidos de 20mg, que podem ser usadas de 8 em 8 horas.
Bolsonaro alega que as reportagens sobre os gastos são fruto de perseguição da imprensa.
“A gente apanha todo dia de uma imprensa que tem muita má fé e ignorante também nos assuntos, que não procura saber por que compramos aí o 50 mil comprimidos de Viagra. Mas, faz parte”, disse aos pastores.
O café da manhã foi fechado à imprensa, mas parte dele foi transmitido pelas redes sociais do deputado Vitor Hugo (PL-GO),
Na conversa, Bolsonaro voltou a atacar os governadores pelas políticas de restrição de circulação durante a pandemia e chegou a dizer que isso foi feito para tentar derrubá-lo da Presidência.
Também voltou a dizer que pode haver fraude nas eleições, afirmando que “se essa pessoa (o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva) voltar, eles só voltam pela fraude”. No entanto, a transmissão foi cortada quando o presidente começaria a fazer novas acusações contra o sistema eleitoral.
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