Finanças
PRIO conquista vice-liderança como ação mais indicada para fevereiro
Levantamento do InvestNews acompanha 13 carteiras de bancos e corretoras; Itaú perde indicações.
A ação da PRIO (PRIO3) é o segundo ativo mais recomendado por analistas para fevereiro, de acordo com levantamento feito pelo InvestNews com 13 carteiras recomendadas por bancos e corretoras. O papel ficou somente atrás da ação da Vale, que liderou o ranking de indicações pelo terceiro mês consecutivo.
Neste mês, o papel da petroleira avançou no número de recomendações, recebeu 7 indicações. Em janeiro, a PRIO ficou em quarto lugar do ranking do InvestNews, com 5 sugestões.
Já a ação da Vale (VALE3) foi a mais recomendada por analistas para fevereiro, segundo levantamento. Para este mês, o papel da mineradora recebeu 9 indicações, uma a menos que em janeiro.
A ação do Itaú Unibanco (ITUB3, ITUB4), por sua vez, que em dezembro de 2022 e janeiro de 2023 esteve no segundo lugar entre os papéis mais recomendados, perdeu posição no ranking este mês. O ativo do banco foi o terceiro mais indicado para fevereiro, recebendo 5 recomendações. Em janeiro, o papel recebeu 8 indicações.
Posteriormente, empatadas em quarto lugar, com 4 recomendações, estão as ações de Arezzo (ARZZ3), Assaí (ASAI3), Banco do Brasil (BBAS3) e BB Seguridade (BBSE3).
O ranking do InvestNews considera a somatória das ações mais recomendadas pelos especialistas e acompanha mensalmente as recomendações dos seguintes bancos e corretoras:
- Ágora
- Ativa
- BB Investimentos
- BTG Pactual
- Genial
- Guide
- Inter Research
- Mirae Corretora
- ModalMais
- Nova Futura
- NuInvest *
- Órama
- Terra
*A partir de junho de 2022, o levantamento passou a considerar a lista de recomendações de dividendos da NuInvest, nova referência de indicações da corretora. A Toro Investimentos informou que deixou de divulgar sua carteira a partir de janeiro de 2023.
Ações mais recomendadas para fevereiro de 2023, segundo 13 carteiras de bancos e corretoras:
Vale
A ação da mineradora foi recomendada para fevereiro pela NuInvest, Órama, Guide Investimentos, Ativa Investimentos, Ágora, Nova Futura Investimentos, Terra Investimentos, Mirae e BTG Pactual.
O analista Murilo Breder, da NuINvest, aponta que a Vale tem como trunfo a sua enorme geração de caixa, que a permite distribuir muitos dividendos, transformando a companhia em uma das maiores pagadoras de proventos da bolsa de valores brasileira.
De acordo com Breder, valuation, programa de recompra de ações em atividade e robusta geração de caixa e distribuição de dividendos estão entre os três motivos para a compra do papel.
“Ainda que as ações VALE3 oscilem diariamente com a variação do preço do minério de ferro, na prática, ainda que a commodity negocie a patamares mais baixos, a companhia deve seguir gerando bastante caixa, nos trazendo conforto para o longo prazo”, explica Breder em relatório.
Já a Ágora Investimentos destacou em relatório acreditar que os preços do minério de ferro continuem se fortalecendo no primeiro semestre de 2023, apoiados por uma recuperação na demanda chinesa por aço, enquanto a oferta de minério de ferro continua sazonalmente fraca
“Como resultado, projetamos forte geração de caixa para o ano (ao redor de US$ 10,7 bilhões), sustentada por preços elevados de commodities, apesar das saídas de caixa relevantes relacionadas a Brumadinho e Samarco, levando a uma remuneração aos acionistas ainda significativa de US$ 11 bilhões. Esperamos que a Vale distribua US$ 5,4 bilhões em dividendos”, disse a corretora.
PRIO
A ação da petroleira é recomendada para este mês pela Guide Investimentos, Ativa Investimentos, Inter Research, Modal, Nova Futura Investimentos, BTG Pactual e Genial Investimentos.
A Guide Investimentos destacou em relatório esperar que, nos próximos trimestres, a companhia comece a operar o campo de Albacora Leste e que, à medida que a PRIO redirecione os custos e aumente a produção, os papéis devem se valorizar.
A corretora diz estar pessimista no curto prazo quanto ao preço do petróleo tipo brent, pois, provavelmente, haverá uma diminuição da atividade econômica pelo mundo devido à recessão que se projeta. Por outro lado, no longo prazo, a Guide diz estar otimista por causa das pressões ESG (“Ambiental, Social e Gorvenança”, em português) contra a produção de petróleo no mundo.
Já o BTG Pactual destacou em relatório que a PRIO encontra-se agora em uma posição única no setor brasileiro de petróleo e gás, com forte curva de crescimento da produção, espaço para reduzir ainda mais os custos e bem capitalizada, o que deve permitir aproveitar oportunidades que ninguém mais pode.
Ainda de acordo com o banco, mesmo que nenhuma fusão e aquisição seja entregue no curto prazo, a empresa poderá distribuir dividendos altos em breve.
“Espaço para surpresas operacionais negativas é limitado a pequenos atrasos em alguns de seus projetos, algo que preservará uma relação de risco-retorno convincente para a tese, acreditamos. Por fim, com a crescente percepção de risco da Petrobras (PETR3 e PETR4), a PRIO é um dos melhores veículos de investimento para quem quer investir no setor de petróleo e gás no Brasil”, diz o BTG Pactual.
Itaú Unibanco
A ação do banco recebeu recomendações para o mês de janeiro pela Órama, Ativa Investimentos, Ágora Investimentos, Inter Research e Genial Investimentos.
A Ágora Investimentos disse em relatório esperar que o Itaú apresente um resultado positivo referente ao quarto trimestre de 2022, impulsionado, principalmente, pelo forte crescimento da margem financeira líquida, devido às taxas de juros mais altas, e um melhor mix de crédito, que deve mais do que compensar as maiores despesas com provisões.
“De fato, esperamos que a qualidade dos ativos continue se deteriorando gradualmente, devido principalmente ao aumento da inadimplência na carteira de crédito para pessoas físicas. Em relação às receitas com tarifas, esperamos uma pequena melhora, em função dos efeitos sazonais, enquanto as despesas operacionais também devem aumentar mais uma vez, reflexo do aumento salarial”, estima a corretora.
Assaí
O papel da empresa recebeu para fevereiro as indicações de Guide Investimentos, Ativa Investimentos, Ágora Investimentos e Mirae.
Para a Guide Investimentos, o Assaí possui forte geração de caixa, sendo um destaque de crescimento no setor, tem estratégia e execução bem definidas para a expansão da companhia e gestão com vasta experiência no setor de varejo alimentar, além de ser destaque ESG em seu setor.
“O Assaí divulgou os seus números referentes ao terceiro trimestre de 2022 reportando métricas bastante saudáveis. A companhia ainda conseguiu manter seu crescimento bastante robusto e ainda revisou sua projeção de conversão de lojas para cima. Agora que a oferta secundária de ações do Casino passou, investidores devem acompanhar a operação de forma mais racional, conseguindo precificar melhor o crescimento da companhia para os próximos períodos”, disse a Guide em relatório.
A Ágora Investimentos apontou que o Assaí apresenta uma combinação de perfil defensivo e oportunidades de crescimento, destacando:
- 100% de exposição ao segmento de Cash & Carry de alto crescimento e alto retorno;
- Vendas mais altas por m2 dentre qualquer varejista de alimentos observadas em todo o mundo;
- Forte histórico de crescimento e lucratividade consistentes;
- Taxa média de crescimento anual do lucro de cerca de 40% no período de 2022 a 2025.
“O Assaí oferece, em nossa opinião, crescimento a preço razoável, e, dada a natureza estável do negócio, com o forte histórico de consistência, vemos a ação como ativo atraente para longo prazo”, avalia a Ágora.
Arezzo
A ação da companhia é indicada neste mês pela Órama, Guide Investimentos, Ágora Investimentos e BTG Pactual.
O BTG Pactual avalia que a Arezzo&Co tem sido a empresa que melhor “navegou” as condições do mercado de vestuário/calçado no Brasil desde o início da pandemia, conseguindo complementar a sua marca e portfólio por meio de movimentações inorgânicas, aprimoramento de suas operações digitais e reversão das perdas das operações nos Estados Unidos, bem como a retomada do crescimento e da participação no mercado em relação às marcas legadas.
“A forte capacidade de branding da Arezzo&Co e a capacidade de identificar tendências de consumo, acompanhadas de uma resposta rápida da oferta e eficiência operacional na precificação, por meio de suas marcas e canais complementares, oferecem uma vantagem competitiva difícil de replicar, o que deve sustentar a liderança em seus nichos por muito mais tempo. A ARZZ3, atualmente, é a nossa ação preferida do setor de varejo de vestuário”, destaca o BTG.
Já a Guide avalia a companhia como um modelo de negócios inteligente, pois consegue apresentar uma eficiência operacional competitiva, reduzindo necessidade de constantes investimentos e maximizando retorno a seus acionistas.
Além disso, a corretora ressalta o ritmo de aquisições e parcerias firmadas pela companhia nos últimos meses, especialmente voltadas a uma maior digitalização e “multicanalidade” nos canais de vendas do portfólio, o que, de acordo com a Guide, traz otimismo quanto às expectativas de crescimento orgânico.
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