Finanças
Suzano é 3ª ação mais recomendada para julho, atrás de Vale e Petrobras
Com 12 indicações, mineradora Vale lidera lista pelo quinto mês seguido, desde fevereiro, quando o levantamento do InvestNews começou a ser feito.
Com seis indicações de compra, a exportadora de papel e celulose Suzano (SUZB3) surpreendeu ao subir da quinta para a terceira posição, como a ação mais recomendada por 14 bancos e corretoras em julho, segundo um levantamento mensal de carteiras feito pelo InvestNews, A companhia recebeu o dobro das recomendações de junho.
A primeira empresa no mundo a produzir celulose e papéis com 100% de fibra de eucalipto em escala industrial recebeu recomendações de compra da Ativa, Ágora, Nova Futura, Genial investimentos, Mirae, BB e BTG Pactual.
Já a mineradora Vale (VALE3) permanece no topo da lista, pelo quinto mês consecutivo desde que o levantamento foi iniciado, em fevereiro deste ano. A empresa recebeu 12 indicações para compra do papel para julho.
De acordo com analistas da Terra Investimentos, a ação da Vale deve atingir a cotação de R$ 115 em 12 meses com o cenário positivo, devido à expectativa de manutenção na demanda de aço.
“A empresa continua apresentando resultados operacionais fortes. O minério de ferro na China deve manter o cenário volátil, enquanto o governo do gigante asiático continua analisando políticas de estímulos que tendem a aumentar a demanda pelo produto. Outro fator é a guerra entre Rússia e Ucrânia, que no longo prazo deve gerar maior demanda por metais para reposição de armamento bélico. O minério de ferro é uma commodity que foi muito usada na reconstruções de países afetados por guerras no passado.”
A petroleira Petrobras (PETR4) subiu uma posição no ranking em relação ao mês anterior e ocupa o segundo lugar da lista de ações mais indicadas, com sete recomendações.
O ranking leva em conta a somatória dos papéis mais citados pelos especialistas e acompanha mensalmente as recomendações dos seguintes bancos e corretoras:
- Ágora
- Ativa
- BB Investimentos
- BTG Pactual
- Genial
- Guide
- Inter Research
- Mirae Corretora
- ModalMais
- Nova Futura
- NuInvest*
- Órama
- Toro
- Terra
- NuInvest
*A partir de junho, o levantamento passou a considerar a carteira de dividendos da NuInvest, no lugar da Top 10, uma vez que ela passou a ser referência de indicações da corretora.
Veja o ranking das carteiras de ações mais recomendadas para julho
Petrobras
Para a Toro Investimentos, a Petrobras (PETR4) vem executando de forma positiva o seu plano de reestruturação, que se baseia na estratégia de gestão de portfólio, por meio de vendas e desinvestimentos.
Apesar da possibilidade do aumento da pressão do governo brasileiro, seu acionista controlador, para a redução dos preços exercido pela companhia, acreditamos que a Petrobras continuará se beneficiando da alta no preço atual do brent, contando ainda com uma forte geração de caixa e com um portfólio diversificado em geografia e clientes.
Os analistas do Banco do Brasil (BBAS3) disseram que as ações da Petrobras foram beneficiadas pelo forte aumento nos preços de petróleo, que se iniciou em 2021 e ganhou força com o início da guerra Rússia e Ucrânia, no entanto, ressaltam que o resultado não foi acompanhado por uma elevação proporcional nas cotações.
“Entendemos que tal patamar de desconto reflete certa cautela por parte dos investidores devido à
possível volatilidade relacionada às eleições presidenciais, algo comum para as ações estatais nesse período, especialmente no atual cenário de intensas discussões domésticas sobre a política de preços da companhia. Ainda assim, entendemos que a estrutura de governança da companhia, em conjunto com as definições da atual lei das estatais, protege os investidores de eventuais
mudanças que possam ser desfavoráveis aos minoritários, notadamente na política de preços.”
Já a NuInvest reduziu em 5% o peso de Petrobras (PETR3; PETR4) em sua carteira de recomendações de ações que prometem os melhores pagamentos de dividendos para o mês de julho devido aos episódios que culminaram nas recentes trocas de comando da estatal.
Suzano
O cenário de oferta apertada e demanda resiliente em importantes mercados, como Estados Unidos e Europa, tem favorecido a implementação de reajustes de preços de celulose pela empresa e deve continuar no curto prazo, segundo analistas. Além disso, o dólar elevado contribui para as receitas das exportadoras brasileiras.
Além disso, alguns países europeus tinham a Rússia como fornecedor antes das sanções impostas pelo conflito com a Ucrânia.
“Este cenário de oferta apertada tem favorecido a implementação de sucessivos reajustes de preços de celulose, inclusive nos embarques para a China, onde o consumo da commodity ainda está enfraquecido, mas as questões logísticas têm impactado o nível dos estoques no
país, o que tem favorecido as produtoras brasileiras nas negociações de preços. Acreditamos que essa conjuntura deve continuar no curto prazo e que, aliada a um câmbio desvalorizado, mesmo que compensado parcialmente por um ambiente de custos elevados, traz a perspectiva de bons resultados operacionais para a empresa”, disseram analistas do BB em relatório.
Itaú
O papel ITUB4 está nas carteiras recomendadas para julho na Toro, Ativa, Genial Investimentos, Mirae e Banco do Brasil. O Itaú é considerado o maior banco brasileiro, e possui a maior capitalização de mercado da indústria do setor financeiro. Atualmente, está presente em 18 países e possui mais de R$ 2,1 trilhões em ativos.
Analistas da Toro Investimentos destacaram que o Itaú conta com uma carteira de crédito expandida superior a R$1,03 trilhão, o que representa uma forte expansão da sua carteira de crédito.
“No último trimestre, o banco reportou um lucro líquido recorrente de R$ 7,36 bilhões, um aumento de 15,1% na comparação anual, com um ROE de 20,4%. Outro destaque positivo são as receitas de serviços e seguros que tiveram um crescimento de 9,6% no primeiro trimestre de 2022, impulsionadas pelas receitas com cartão de crédito e débito”, escreveram, justificando manter a recomendação da ação.
Lojas Renner
Em um momento de pressão no cenário macroeconômico, em que grandes varejistas registram prejuízos e queda das ações, o fato de a companhia estar capitalizada é um fator positivo, além de deixá-la em uma boa posição para aproveitar possíveis oportunidades de fusões e aquisições que
complementem seu ecossistema.
“A companhia tem um sólido histórico de execução no que se refere a assertividade de coleções, conseguindo manter um bom nível de remarcações, como observado no resultado do primeiro trimestre. Também enxergamos a empresa em uma boa posição para capturar o aumento da penetração digital no varejo de moda brasileiro, com a aceleração de iniciativas omnichannel bem executadas e que vêm ganhando tração, mesmo diante de uma forte base de comparação|, disseram analistas da Ativa.
A Lojas Renner (LREN3) é a maior varejista de moda do Brasil, líder do segmento em omnichannel e uma das principais empresas do setor de consumo cíclico, atuando também através das marcas Camicado, Youcom, Ashua e Realize, além de ter anunciado a aquisição da Repassa, plataforma online de revenda no segmento de moda.
Além disso, a companhia quase dobrou seus investimentos em sistemas de tecnologia, bem como mantém sua estimativa da abertura de mais de 100 lojas de sua marca principal até 2025.
Minerva
De acordo com analistas da Ativa Investimentos, as ações da Minerva Foods (BEEF3) apresentaram desempenho superior ao Ibovespa. “Suas receitas dolarizadas e boas perspectivas para o ciclo do gado no Brasil nos fazem acreditar que o movimento poderá se repetir ao longo dos próximos meses.”
A Minerva é uma das líderes na América do Sul na produção e comercialização de carne in natura e seus derivados. Possui um portfólio diversificado de marcas e produtos, com opções que vão desde carnes in natura e congelados até produtos de maior valor agregado, prontos para o consumo, como os preparados e processados. A divisão Brasil responde por todas as vendas realizadas no mercado doméstico e exportações das plantas brasileiras. Já a divisão América do Sul contempla as vendas realizadas internamente na Argentina, Chile, Colômbia, Uruguai e Paraguai e as exportações desses países para outros mercados.
“A Minerva foi capaz de entregar uma performance operacional recorde no 1T22, com uma receita líquida de R$7,2 bilhões (+24,6% a/a), e um EBITDA de R$646 milhões (+33,2% a/a), com uma margem de 8,9% (0,6 p.p. a/a). Vimos melhores performances da Argentina e Uruguai, conforme esperávamos, devido principalmente a preços de exportação mais fortes nesses mercados compensando a perda de volumes comercializados em ambos. O mesmo não pôde ser visto na Colômbia e no Paraguai, que foram impactados por suas maiores exposições ao mercado russo, e tiveram severas quedas de volumes de vendas”, justificou a Guide.
Veja também:
- As ações recomendadas para julho, segundo 14 bancos e corretoras
- Confira 10 dicas de investimentos para iniciantes
- 10 ações baratas na bolsa que pagam bons dividendos
- 7 ações que pagam dividendos em dólar
- Como viver de renda: quanto dinheiro é preciso ter e onde investir?