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Aperto monetário no mundo começa a afetar ativos brasileiros, diz Rio Bravo

Ibovespa cai 5,8% desde os picos acima de 121 mil pontos alcançados em 5 de abril.

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O “incerto” ciclo de aperto monetário nos Estados Unidos começa a mostrar seu efeito “convencional” nos mercados brasileiros, aumentando a pressão sobre os ativos locais, avaliou a Rio Bravo, notando desvalorização do real e queda do Ibovespa após uma sequência positiva e destacando que localmente a inflação deverá ser o “grande tema”.

O Ibovespa cai 5,8% desde os picos acima de 121 mil pontos alcançados em 5 de abril. Nessa mesma data, o dólar à vista rompeu o piso de R$ 4,60, mas desde então retomou fôlego e se valoriza perto de 2% no período, marcado lá fora pelo endurecimento da tônica do banco central norte-americano contra uma inflação nas máximas em 40 anos.

Mesmo enquanto o Fed já discutia elevar os juros, os mercados domésticos chegaram a mostrar força, apoiados na escalada das commodities na esteira da guerra na Ucrânia.

“Os apertos monetários no exterior começaram a fazer mais efeito aqui, principalmente o Fed”, disse a Rio Bravo em texto de análise de cenário.

“O efeito neste ciclo incerto da política monetária americana parece estar tomando a sua forma convencional: como uma pressão negativa para a situação doméstica. Dito isso, é preciso olhar atentamente para os próximos passos do Fed”, completou.

Sobre os temas mais locais, a Rio Bravo apontou que a inflação tem surpreendido para cima, o que leva os economistas da casa a crer que o ciclo de aperto monetário por aqui terminará apenas em junho com a Selic em 13,25%, ante taxa atual de 11,75%.

A atividade econômica tem mostrado quadro “mais confortável” que o antecipado, mas os economistas fazem ressalvas:

“Mesmo com a economia melhor do que o previsto, continuamos a acreditar em uma desaceleração nos próximos meses, causada especialmente pelos dados ruins da renda, que seguem se deteriorando com a alta inflação.”

A situação fiscal, descrita pelos economistas da Rio Bravo como “confortável”, ainda esbarra em riscos de populismo no horizonte que não se dissiparam e tem pela frente maior pressão por reajustes salariais do funcionalismo.

No geral, a guerra e os apertos monetários ainda se colocam como as principais pressões externas para a economia brasileira, disse a Rio Bravo.

“Dessa forma, o mercado nacional deve se manter atento aos desenvolvimentos dessas questões no exterior. Das idiossincrasias internas, eleições devem aos poucos ganhar força no debate, dividindo, assim, as atenções do mercado com o cenário fiscal brasileiro. O grande tema, entretanto, deve ser a inflação, com o mercado esperando sinais de desaceleração dos preços.”

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