Siga nossas redes

Economia

Preço do aluguel sobe em março e registra a maior alta desde 2011

No acumulado do ano, alta tem ganhado força, enquanto preço de venda de imóveis desacelera.

Imóveis em Águas Claras, Brasília DF, Brasil 1/5/2018 Foto: Andre Borges/Agência Brasília.
Imóveis em Águas Claras, Brasília DF, Brasil 1/5/2018 Foto: Andre Borges/Agência Brasília.

O preço do aluguel residencial subiu com força e registrou em março a maior alta desde meados de 2011. O avanço mensal foi de 1,62%, fazendo com que a alta acumulada no primeiro trimestre de 2022 atingisse 4,07% – acima dos 3,2% do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) no mesmo período. 

É o que aponta a pesquisa FipeZap divulgada nesta terça-feira (19). O levantamento monitora o preço médio de locação para imóveis anunciados em 25 cidades pelo país, considerando apenas o preço do aluguel para novos contratos – ou seja, não leva em conta os reajustes de contratos já em andamento. 

Os dados mostram que o avanço do preço do aluguel residencial mostra bem mais força neste começo de 2022 do que o de compra de imóveis. O preço médio de venda de imóveis residenciais subiu 0,55% em março, acumulando avanço de cerca de 1,5% no primeiro trimestre do ano. Veja abaixo a comparação:

Preço do aluguel comparado com o de venda de imóveis (variação mensal)

Vendas mais aquecidas na pandemia

O cenário de agora uma inversão do que ocorria em 2020 e 2021, quando houve um forte desaquecimento do preço do aluguel enquanto o mercado de venda de imóveis estava em uma tendência oposta. Neste ano, com a retomada de diversas atividades em meio à melhora das condições da pandemia de covid-19, esse movimento era esperado, conforme explicou Larissa Gonçalves, economista do DataZAP+, ao InvestNews

“No início da pandemia, os preços no mercado de venda de imóveis aceleraram. São vários elementos que influenciaram esse aumento, mas destacam-se as sucessivas quedas da Selic, que em agosto de 2020 chega ao menor patamar histórico, 2% ao ano. Como ela é a taxa de juros básica da economia, os juros para o financiamento imobiliário também caem, tornando a compra de imóvel mais atrativa”, lembra ela. 

“Por outro lado, no mercado de locação, foi impactado negativamente com a pandemia”, compara, citando a disparada do Índice Geral de Preços ao Mercado (IGP-M), frequentemente utilizado para reajustar contratos de aluguel. “A variação acumulada em 12 meses do índice em março de 2020 era de 6,8%, em agosto de 2020 foi de 13%, crescendo até maio de 2021, quando chega ao patamar de 37%, tornando quase impraticável o reajuste do aluguel por esse índice e causando uma fricção entre locadores e locatários” lembra Gonçalves. 

A virada: aluguel ficando mais caro

Foi a partir do segundo semestre de 2021 que o cenário começou a se reverter. “Com os avanços da vacinação e a persistente alta da inflação, vivemos um outro momento macroeconômico. A Selic segue com sucessivos aumentos, o que torna o financiamento menos atrativo e desaquece o mercado de venda”, descreve Gonçalves. 

Por outro lado, para o aluguel, “a melhora no quadro de emprego e renda permite que os proprietários, visando manter seu poder de compra, repassem parte da inflação para os inquilinos”, explica a economista. “Tal cenário impulsiona o preço de locação, enquanto os preços de venda desaceleram.”

Cidades com o aluguel mais caro

Entre as cidades pesquisadas, Goiânia foi a que teve a maior alta no preço do aluguel no primeiro trimestre de 2022, com 14,2%, seguida por Florianópolis, com 7,28%, e Salvador, com 7,09%. 

Por sua vez, com avanço de 2,5%, São Paulo não ficou na lista dos maiores aumentos de preço no período, mas segue na liderança do ranking das cidades com o aluguel mais caro. O preço médio por metro quadrado na capital paulista é de R$ 40,69, acima da média de R$ 32,75 entre as 25 cidades monitoradas.

O segundo aluguel mais caro foi registrado em Recife, com R$ 37,24 por metro quadrado, em média, seguido por Brasília, com R$ 35. 

Veja também, no vídeo abaixo: comprar ou alugar imóvel?


Abra sua conta! É Grátis

Já comecei o meu cadastro e quero continuar.