Finanças
Após terremoto, Turquia recebeu ajuda humanitária através de cripto
Mobilizada pelas mais de 9 mil mortes na Turquia, a comunidade cripto está fazendo suas contribuições para ajudar o país.
*ARTIGO
Recentemente, a Turquia foi atingida por um terremoto de magnitude 7,8, resultando em mais de 9 mil — um dos mais mortais desde Fukushima em 2011 — e uma devastação completa de casas e de prédios comerciais.
O impacto foi tão grande que mobilizou várias exchanges (corretoras), personalidades e associações de criptomoedas, que realizaram ações filantrópicas para arrecadar fundos e fazerem doações para o país por meio de moedas digitais.
Por exemplo, a Ahbap Association, uma organização sem fins lucrativos com sede na Turquia, montou carteiras em diferentes redes para ajudar a comunidade a fazer doações através de criptos — e não só via SWIFT.
Um ponto interessante é que doações via cripto são proibidas na Turquia, mas o Conselho de Investigação de Crimes Financeiros abriu exceção para que essas contas vinculadas à organização recebessem ajuda devido ao tamanho da calamidade.
Outro exemplo de ajuda via criptos para o país veio através da Binance, que também publicou que seu braço de caridades, Binance Charity, fará uma doação de US$ 100 em binance coin (BNB) para cada um dos afetados do país.
A atual campanha GiveCrypto, liderada pelo empresário Brian Armstrong — fundador e CEO da corretora Coinbase —, também se mobilizou e passou a permitir que doadores doem criptomoedas diretamente a pessoas em necessidade do país.
Tais iniciativas são uma demonstração clara do potencial da tecnologia blockchain em ajudar a humanidade em momentos de necessidade. Afinal, com a utilização das criptos é possível superar barreiras geográficas e regulatórias, garantindo que a ajuda chegue aonde é mais necessária.
Isso sem contar que através dessas tecnologias as doações são feitas de forma rápida, segura e eficiente, sem a necessidade de intermediários financeiros. Outro ponto é que, como há menos taxas e tempo gasto em processos burocráticos, mais recursos conseguem chegar ao destino final.
Blockchain e criptos ma ajuda humanitária: como funciona?
A tecnologia blockchain é um banco de registros descentralizado e seguro, que permite a validação e transferência de informações e ativos digitais através da criptografia. Já as criptomoedas, como bitcoin (BTC), ethereum (ETH) e a própria BNB, são moedas virtuais baseadas na tecnologia blockchain.
Devido a imutabilidade e transparência desses sistemas, organizações humanitárias podem garantir que os fundos cheguem aos destinatários de forma precisa e rápida, sem a necessidade de intermediários ou de exposição de identidade.
Exemplos anteriores e casos de sucesso
A ajuda humanitária com criptos na Turquia é apenas um entre outros exemplos de campanhas de sucesso, pois já tivemos:
- Campanha “Unidos pelo Haiti”: Em 2010, um terremoto de magnitude 7,0 atingiu o Haiti, causando destruição e deixando milhares de pessoas sem casa. A campanha foi um sucesso no mundo todo, e usou criptos para arrecadar fundos para ajudar nas necessidades imediatas da população afetada.
- Campanha “Ajuda à Síria”: Em 2015, a guerra civil na Síria resultou em milhões de refugiados e necessidades sociais urgentes. A campanha também usou moedas digitais para levantar verbas e driblar as barreiras burocráticas e logísticas enfrentadas por outros métodos de arrecadação de valores. Com isso, conseguiu fornecer alimentos, abrigo e assistência médica às pessoas mais afetadas.
- Campanha “Ajuda à Austrália”: Em 2020, um incêndio florestal devastador na Austrália resultou em milhões de hectares de terra destruídos e a perda de muitas vidas de animais selvagens. Para arrecadar ajudar a reconstruir habitats, fornecer recursos para os animais afetados e apoiar as comunidades locais, a campanha recebeu doações em criptos do mundo todo e contribuiu para a recuperação dos ecossistemas afetados.
Até mesmo a UNICEF, em sua campanha “UNICEF CryptoFund de 2019”, já permitiu que doadores contribuíssem com criptos para amparar crianças ao redor do mundo.
O papel humanitário da criptorevolução já começou e não tem data para acabar
O setor humanitário é conhecido por enfrentar desafios financeiros, logísticos e burocráticos para garantir a eficiência na entrega de ajuda em momentos de crise. No entanto, a tecnologia blockchain e as criptomoedas contornam perfeitamente esses problemas.
Quer goste quer não, o uso das doações via criptos vem garantindo que a ajuda chegue aos necessitados mais rapidamente. Com a crescente adoção das criptomoedas e suas tecnologias, é possível esperar que esse ecossistema se torne um mainstream no papel humanitário.
Mayara é co-autora do livro “Trends – Mkt na Era Digital”, publicado pela editora Gente. Multidisciplinar, apaixonada por tecnologia, inovação, negócios e comportamento humano. |
*As informações, análises e opiniões contidas neste artigo são de inteira responsabilidade do autor e não do InvestNews.
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