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B3: O que é, como funciona e como ela era?

Samy Dana e Dony De Nuccio mostram como era a bolsa de valores e como ela se tornou a B3.

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A bolsa brasileira teve um boom de investidores nos últimos anos. De diferentes idades, gêneros, e lugares. Muito começaram a investir em renda variável, seja para conseguir maiores lucros, já que a baixa taxa de juros no país fez que muitos investidores migrassem da renda fixa, como pelo acesso a novos investimentos.

Porém, muitos são os que desconhecem de fato o que é e o que faz a B3, e o mesmo acontece quanto ao Ibovespa, além de outros índices da bolsa brasileira.

O Cafeína de hoje é sobre o que faz a B3, seu histórico e quanto lucra.

A B3, a única bolsa brasileira em operação atualmente, surgiu oficialmente em 2017, logo após a fusão da BM&F Bovespa com a Cetip. A BM&F Bovespa já era fruto da fusão de outras duas empresas: a Bolsa de Valores de São Paulo (ou Bovespa) e a Bolsa de Mercadorias e Futuros de São Paulo. A BM&F Bovespa se juntou à então Cetip, a Central de Custódia e de Liquidação Financeira de Títulos, e o resultado foi a B3.

A Cetip realizava as operações de títulos de renda fixa, além de outros ativos financeiros. Criada em 1984, ela era responsável pela liquidação financeira de títulos do mercado. Ou seja: a Cetip fazia a custódia, o registro, a liquidação e toda a operação relacionada a ativos como cotas de fundos de investimentos, coes, cdbs e títulos de crédito privado, além do processamento de teds e docs. Não apenas os investidores dependiam dela, mas toda pessoa que tinha uma conta bancária.

Já a BM&F, que significa Bolsa de Mercadorias e Futuros, foi criada para negociar contratos futuros de commodities e derivativos financeiros de índices e moedas. Contratos de boi gordo, café, soja, milho e índices futuros são um exemplo. Ela iniciou suas atividades em 1986 e em 1991 se uniu com a Bolsa de Mercadoria. Essa última foi criada por um grupo de empresário paulistas em 1917 e foi a primeira bolsa a realizar negociações de contratos agropecuários .

As empresas que hoje fazem parte dela uniram suas forças para que a infraestrutura do negócio e o leque de serviços e produtos oferecidos ao mercado financeiro ganhassem força. Elas também puderam cortar despesas operacionais em comum devido à sinergia das operações. O resultado disso foi um aumento significativo de rentabilidade e eficiência da empresa.

Funções da B3

A B3 é quem fornece a infraestrutura para o mercado financeiro, a base para o mercado operar. Todos os dias, são negociados mais de 10 bilhões de reais em ações na bolsa brasileira. Nela são também feitas as ofertas iniciais de ações de empresas que ainda não têm capital aberto, os chamados IPOs.

Nela também é realizado o pregão, que é operação do mercado futuro de ativos, como o dólar, os juros e as commodities. Tem ainda os produtos chamados de balcão, que podem ser uma debênture, um CRI, um CRA, uma cota de fundo, uma LCI, LCA. É também sua função a realização de custódia e liquidação desses investimentos.

B3 e as bolsas globais

Segundo dados de 2020 do site Statista, a B3 passa longe de estar na lista das maiores bolsas globais. Segundo o ranking, a bolsa de Nova York (NYSE) é quem lidera a lista, seguida da também americana Nasdaq, e das asiáticas Tokio Stock Exchange (TSE), Shangai Stock Exchange (SSE) e Hong Kong Stock Exchange. A europeia Euronext fica em 6º lugar. Já a B3 figura em 18º lugar.

O ranking com as maiores bolsas de valores do mundo leva em consideração o volume de transações, valor movimentado, número de empresas listadas, data de criação e valor de mercado, considerando as empresas e ativos negociados nela.

Apesar do recente boom de investidores na B3, apenas 1,5% da população brasileira investe. Nos Estados Unidos, mais da metade da população é de investidores (55%); enquanto que no Japão este número é de 43%; na China, 15% e na Alemanha, 13%.

Mas para que a bolsa brasileira figure entre as maiores bolsas do mundo, a cultura sobre investimentos no país precisa antes ser mudada.

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