Finanças
BDRs: como investir em Disney, Tesla, Apple, Facebook e Amazon?
Quais as vantagens e desvantagens deste tipo de investimento? No Cafeína de hoje, Samy e Dony explicam tudo sobre o universo deste tipo de investimento.
Já pensou em ter na sua carteira de ações gigantes como Amazon, Apple, Disney, Facebook, Tesla, Berkshire Hathaway e JP Morgan? Agora, o investidor pessoa física finalmente pode investir em empresas estrangeiras daqui do Brasil. São os BDRs. Antes restritos aos investidores qualificados, os Brasilian Depositary Receipts agora estão disponíveis a todos.
Mas quais são as vantagens e desvantagens deste tipo de investimento? Quais são os riscos para quem investe? Como é feita a tributação? A variação das ações é em dólar ou real?
No Cafeína de hoje, Samy Dana e Dony De Nuccio trazem ao programa o universo dos BDRs, títulos emitidos no Brasil por uma instituição financeira, mas com lastro em ativos negociados no exterior. Os ativos mais conhecidos são as ações de empresas famosas, como: Apple, Tesla e Google. Porém, os BDRs podem ser de empresas brasileiras listadas no exterior como a Stone, PagSeguro e a Vasta, ou até Títulos Públicos de um país.
Antes das novas regras da Comissão de Valores Imobiliários (CVM), que entraram em vigor no dia 22 de outubro, apenas investidores qualificados — aqueles que tem mais de um milhão de reais em investimentos — podiam investir em BDRs. Outra mudança é que foi aberta a possibilidade de comprar apenas um recibo de cada empresa, já que antes eram negociados lotes com 10 ou 100 recibos.
Sem a necessidade de abertura de conta no exterior nem de qualquer transação cambial antes de investir, a compra pode ser realizada pelo home broker de qualquer corretora, assim como é feito nas negociações de ações brasileiras.
Apesar das novas regras democratizarem o acesso aos papéis, é importante destacar que, quando um BDR é comprado, não se adquire as ações da empresa mas sim, um recibo da ação. É na verdade um investimento indireto na companhia escolhida, o que significa que o investidor não tem direito a voto nas assembleias da empresa escolhida.
No primeiro dia em que as novas regras entraram em vigor na Bolsa Paulista, a B3 realizou 31.522 negócios – o maior número registrado para o tipo de investimento desde a sua criação, segundo dados da Economatica. O volume financeiro ficou na casa dos 140 milhões de reais, o que é considerado estável.
Das empresas mais negociadas no Ibovespa no dia 22, as top 10 são: Tesla, Apple, Mercado Livre, Alibaba, Amazon, Alphabet, Facebook, Microsoft, NVidia e Disney.
Tipos de BDRs
A maioria dos BDRs são do tipo não patrocinado – títulos que não foram lançados aqui no Brasil pela empresa dona das ações, mas por instituições financeiras que decidiram oferecer essa opção ao mercado. Ou seja: o banco ou corretora, compra no exterior as ações da Tesla, Apple, ou JP Morgan, por exemplo, bloqueia esses papéis em um custodiante (uma instituição financeira responsável por deter a custódia de ações e ativos de fundos, seja de pessoa física, ou jurídicas), para então lançar os recibos dos BDRs no Brasil.
E existem também os BDRs patrocinados: que é quando têm influência direta da empresa emissora durante todo o processo. Ou seja, a companhia tem interesse no mercado brasileiro e quer expandir sua presença no país.
Veja a seguir, os prós e contras deste tipo de investimento:
Vantagens
- As regras são as mesmas para o investimento em ações brasileiras.
- O investimento pode ser feito pela sua própria corretora.
- Maior diversificação da sua carteira. São 120 novos BDRs no Ibovespa, totalizando 671 recibos disponíveis no mercado brasileiro.
- Possibilita o investimento em companhias listadas na Europa, China, Japão, Estados Unidos.
Desvantagens
- Quando há dividendos, estes são tributados em até 5%.
- Paga Imposto de Renda em caso de venda com lucro.
- Os BDRs geralmente têm baixa liquidez.
- As empresas não são obrigadas a divulgar balanços e fatos relevantes em português.
- Ainda são investimentos pouco conhecidos do investidor comum.
- São considerados investimentos de alto risco.
- É um investimento que não é protegido pelo Fundo Garantidor de Crédito (FGC).
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