Finanças
Bitcoin não é mais a criptomoeda preferida das corretoras
Estabilidade da moeda perto de US$ 20 mil está abrindo espaço para seu arquirrival, o ether.
O bitcoin (BTC) está estranhamente há dias em cerca de US$ 20 mil e não se aventurou muito além disso desde junho.
Isso significa problemas para os traders e corretoras que lucram com as oscilações de preços do bitcoin e está abrindo as portas para seu arquirrival ether (ETH) que está se mudando para uma blockchain mais simples e enxuta.
“O bitcoin não está morto, é apenas chato no momento, então os traders já estão procurando alternativas”, disse Martin Leinweber, estrategista de produtos de ativos digitais da MarketVector.
A volatilidade média de 30 dias do bitcoin caiu para 2,7%, de mais de 4% no início de julho, de acordo com a empresa de dados Coinglass.
Esse número permaneceu abaixo de 5% em 2022, mesmo nos meses mais turbulentos do “inverno das criptomoedas” de preços – distante dos últimos cinco anos, quando mesmo períodos de menor volatilidade foram seguidos por picos de até 7%.
Da mesma forma, um índice da CryptoCompare, que usa contratos futuros de bitcoin para descobrir até que ponto os preços devem mudar, está em pouco mais de 77, abaixo dos 90 no início do ano.
Leinweber, da MarketVector, apontou um aumento na negociação de ether e seus derivativos como um efeito colateral da volatilidade moderada do bitcoin.
De fato, o preço do ether – a criptomoeda número 2 com um valor de mercado de aproximadamente US$ 190 bilhões, ante US$ 380 bilhões do bitcoin – subiu 50% desde o início de julho, enquanto o bitcoin está estável.
O ether é muito menos volátil, com seu nível mais alto sendo pouco mais de 2% em março de 2020, na pior queda do mercado durante a pandemia, de acordo com a empresa de dados Messari.
Mas está absorvendo muito do burburinho atual das criptomoedas, pois está perto de uma mudança, no fim deste mês, quando mudará para um sistema onde a criação de novos tokens de ether será menos intensiva em energia.
Para investidores em ativos tradicionais, oscilações mais estreitas nos preços podem parecer positivas. Mas para muitos investidores e grandes engrenagens da economia bitcoin e cripto, é diferente. As exchanges, por exemplo, ganham dinheiro cobrando taxas nas negociações. Quando a volatilidade cai, a atividade de negociação tende a evaporar.
Para fundos de hedge, que tendem a negociar com oscilações de preço, valores mais estáveis também oferecem chances menores de lucro.
O que está por trás da menor volatilidade do bitcoin?
Por um lado, uma fuga de investidores do setor mais amplo, o que significa menos pessoas dispostas a negociar com a moeda.
As criptomoedas passaram por um ano hostil, com investidores se livrando de ativos arriscados diante da inflação crescente, com o bitcoin caindo cerca de 60% e o ether com queda 55%. Grandes explosões em duas grandes moedas e a falência de grandes bancos também corroeram a confiança no setor.
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