Finanças

Bolsa fecha estável com Wall Street e avança 0,17% na semana; dólar sobe

Apesar de clima político mais estável com o veto para o funcionalismo público, investidores ainda estão cautelosos com risco fiscal

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O Ibovespa, principal índice da B3, conseguiu superar as perdas no fim do pregão desta sexta-feira (21) e fechou em alta de 0,05% aos 101.521 pontos. Na semana, a bolsa de valores ainda avança 0,17%, no entanto, no mês de agosto a queda é de 1,35%.

O índice fechou perto da estabilidade seguindo o desempenho positivo das bolsas americanas. Nasdaq e o S&P 500 renovaram máxima histórica e avançaram 0,42% e 0,34%, respectivamente. Enquanto o índice Dow Jones fechou em alta de 0,69%.

As bolsas americanas foram puxadas pelas ações de empresas de tecnologia, entre estas a Apple, que mostram rápida recuperação em meio a pandemia.

O otimismo com Wall Street foi freado pelos dados fracos da economia europeia. O aumento de casos de covid-19 no continente deixaram os investidores em alerta, o que impediu que o Ibovespa se recupere mais.

No cenário interno foram comemorados os dados do Caged em julho, que viram acima do esperado, o que se traduz em uma recuperação em formato V da economia brasileira.

O mercado financeiro não comemorou como deveria o fato da Câmara dos Deputados manter o veto presidencial sobre o aumento salarial do funcionalismo. Apesar disso significar um alivio ao Orçamento Público, ainda há cautela sobre a situação fiscal do Brasil.

O dólar encerrou a semana no seu maior nível desde 20 de maio, após emendar a quarta semana de alta. O dólar comercial teve alta de 0,95%, cotado a R$ 5,607. Na máxima do dia, a moeda americana chegou a R$5,6226.

A pressão externa além das preocupações com o descontrole fiscal mantiveram o dólar em trajetória ascendente frente ao real. A divisa americana acumula alta de 3,31% na semana e no mês de agosto sobe 7,47%.

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Entre as ações mais negociadas do dia as commodities recuaram com queda nos preços. Os papéis preferenciais da Petrobras (PETR4) caíram 0,49%, enquanto as ações ordinárias (PETR3) recuaram 0,73%.

Os contratos futuros de petróleo encerraram em queda nesta sexta (21), com incertezas sobre a recuperação da economia global ampliadas após indicadores europeus apontarem para uma desaceleração da retomada das atividades produtivas. A forte valorização do dólar ao longo do dia também foi um fator de pressão, na medida em que torna commodities mais caras para detentores de outras divisas.

O petróleo WTI para outubro fechou em baixa de 1,21%, a US$ 42,30 o barril e o Brent caiu 1,36%, a US$ 44,29 o barril.

O setor de siderurgia também teve quedas. O minério de ferro negociado no porto chinês de Qingdao, caiu 1,50%, fechando a US$ 127,38 a tonelada. Com isso as ações da Vale (VALE3) caíram 1,19%.

Destaques da Bolsa

A maior alta do dia foi do IRB Brasil (IRBR3) que disparou 12,31%, seguida da Hering (HGTX3) que fechou em alta de 9,99%. Outro destaque foi a Qualicorp (QUAL3) que avançou 7,81%.

Já entre os destaques negativos estavam as siderúrgicas. Gerdau (GGBR4) recuou 2,91%, seguida da Gerdau Metalúrgica (GOAU4) que caiu 2,59%. Ainda fechou em baixa também a CSN (CSNA3) com queda de 2,23%.

Os investidores da Cogna (COGN3) ficaram desapontados com os resultados. A companhia apresentou seu balanço do segundo trimestre de 2020, onde teve prejuízo de R$ 451,971 milhões, revertendo o lucro de R$ 139,838 milhões do mesmo período de 2019.

Os papéis da Cogna fecharam a sexta-feira em queda de 0,15%.

Bolsas americanas

As bolsas de Nova York abriram sem sinal único, majoritariamente em baixa diante de noticiário negativo na Europa. Ao longo do pregão, porém, os índices ganharam força, depois de indicadores melhores do que o esperado nos Estados Unidos. Além disso, a ação da Apple se destacou, impulsionando o setor de tecnologia, com o Nasdaq e o S&P 500 renovando recordes históricos de fechamento.

O índice Dow Jones terminou em alta de 0,69%, em 27.930,33 pontos, praticamente estável na semana (queda de 0,0025%). O S&P 500 teve ganho de 0,34%, a 3.397,16 pontos, com alta de 0,72% na semana. O Nasdaq avançou 0,42%, a 11.311,80 pontos, com ganho de 2,65% na comparação semanal.

Ações do setor de tecnologia voltaram a se sobressair nesta sexta-feira, com a percepção de que as gigantes do ramo estão bem posicionadas para conseguir bons resultados, enquanto outras empresas sentem mais o choque da covid-19. Hoje, Apple foi o destaque, em alta de 5,15%. Após o fechamento da segunda-feira, o papel será dividido por quatro – ou seja, um detentor de uma ação da empresa passará a ter quatro ações com a partilha. Tesla, que também dividirá suas ações (em cinco, no caso), avançou 2,41% e atingiu valor recorde para esse papel, de US$ 2.049,98 no fechamento.

Mesmo que não tenha predominado no foco hoje, investidores têm monitorado o quadro político, à espera da disputa entre o presidente Donald Trump e o ex-vice Joe Biden pela Casa Branca. Em relatório, a Capital Economics considera que, com Trump reeleito, o mercado acionário se sairia “um pouco melhor” nos próximos anos, mas segundo a consultoria a convenção democrata que confirmou Biden na disputa sugere que políticas mais à esquerda que poderiam ameaçar os ganhos do mercado acionário não devem se materializar. Para a Capital, as ações nos EUA devem subir um pouco mais nos próximos anos, independentemente do resultado da disputa política.

*Com informações da Agência Estado

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