Finanças
Bolsa sobe com avanço da Petrobras e expectativas de privatização da Eletrobras
Já o dólar terminou o dia em queda de 0,24% sobre o real.
O principal índice da bolsa brasileira, Ibovespa, fechou em alta nesta terça-feira (23), puxado pela alta das ações Petrobras após o tombo do dia anterior, embora as preocupações sobre interferência política e os preços dos combustíveis permaneça no radar do mercado. Já o dólar encerrou o dia em queda, de olho no mercado externo.
Influenciou também a notícia de que a Medida Provisória que trata sobre a privatização da Eletrobras será entregue ao Congresso nesta terça-feira. O ato simbólico está previsto para as 19h30.
O Ibovespa fechou em alta de 2,27%, aos 115.227 pontos. A Petrobras subiu 8,86% nas ações ordinárias (PETR3) e 12,17% nas preferenciais (PETR4).
Já o dólar comercial mudou de direção e fechou em baixa de 0,24%, a R$ 5,4421. Na máxima do dia, a moeda americana chegou a R$ 5,4836 e na mínima, a R$ 5,4096.
O dólar foi influenciado tanto pela melhora de sinal nos ativos externos quanto por indicações de debates sobre reformas no Brasil.
Nesta terça, a expectativa do mercado girou em torno de uma reunião do conselho da Petrobras após o presidente Jair Bolsonaro anunciar a troca no comando da empresa. Pela manhã, Bolsonaro afirmou a apoiadores que “tem muita coisa errada” na Petrobras e que o indicado para ser o novo presidente da estatal, o general reformado Joaquim Silva e Luna, irá “dar uma arrumada” na empresa.
“Tudo isso vem a reboque da demora da aprovação de um novo pacote de auxílio emergencial e atraso com a vacinação em nível nacional”, disse em nota Jason Vieira, economista-chefe da Infinity Asset.
Com a dívida pública em patamares recordes, qualquer perspectiva de aumento de gastos no país sem equilíbrio de despesas preocupa os agentes dos mercados financeiros.
Cenário externo
O destaque do dia do cenário externo foi o discurso do presidente do Federal Reserve (Fed), o banco central dos Estados Unidos. Jerome Powell falou ao Congresso, e afirmou que a recuperação econômica do país continua “desigual e longe de completa” e levará “algum tempo” antes de que o Fed considere mudar as medidas que implementou para ajudar o país a voltar ao pleno emprego.
Os cortes de juros pelo Fed e compras mensais de 120 bilhões de dólares em títulos do governo “aliviaram substancialmente as condições financeiras e estão fornecendo apoio substancial à economia”, disse Powell.
Outros destaques da bolsa
As ações da Eletrobras (ELET6 e ELET3) fecharam em alta de 10,81% e 13,01%, respectivamente com notícia de uma medida provisória sobre a privatização da empresa será entregue pelo governo ao Congresso.
De acordo com da assessoria da presidência do Senado, a MP será levada pessoalmente pelos ministros de Minas e Energia, Bento Albuquerque, da Economia, Paulo Guedes, e da Secretaria de Governo, Eduardo Ramos, e entregue aos presidentes do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), e da Câmara, Arthur Lira (PP-AL).
A ação do Banco do Brasil (BBAS3) valorizou 6,92%, também em um movimento de recuperação após a forte queda do dia anterior. Após rumores, o banco estatal informou não ter recebido qualquer indicação de mudança na composição de seu corpo diretivo, ao contrário da Petrobras.
No lado oposto do Ibovespa, recuaram Lojas Americanas (LAME4) e B2W (BTOW3) com baixa de 5,94% e 4,20%, respectivamente. Ambas companhias realizaram ganhos após ter disparado no dia anterior com notícia de combinação de negócios entre as empresas.
Já as ações da CSN (CSNA3) recuaram 0,45%, mesmo após a empresa reportar lucro de R$ 3,9 bilhões no quarto trimestre de 2020. O resultado é 3,5 vezes maior que o registrado no mesmo período de 2019. No radar do setor, o presidente do (Instituto Nacional dos Distribuidores de Aço) Inda afirmou ver bastante dificuldade para usinas anunciarem novos aumentos de preços e que a cotação no país está perto de incentivar a importação do insumo
Bolsas globais
Wall Street reverteu suas perdas nesta terça-feira, com os índices S&P 500 e Dow Jones adentrando o território positivo na disputa de cabo de guerra em andamento entre as ações que prosperaram em meio aos lockdowns e os papéis que mais se beneficiariam da reabertura da economia. O Nasdaq foi o único grande índice acionário norte-americana a registrar perdas na sessão de negócios desta terça.
Dow Jones teve alta de 0,04%, aos 31.535,44 pontos, o S&P 500 valorizou-se teve alta de 0,13%, aos 3.881,35 pontos, e o Nasdaq recuou 0,5%, aos 13.465,2 pontos.
As ações europeias fecharam em queda, com os altos rendimentos dos títulos soberanos pressionando setores de peso, como a tecnologia, enquanto uma série de balanços corporativos mistos lançou dúvidas sobre o ritmo de uma recuperação pós-covid-19. O índice pan-europeu STOXX 600 perdeu 0,42%, a 411 pontos.
- Em LONDRES, o índice Financial Times avançou 0,21%, a 6.625,94 pontos.
- Em FRANKFURT, o índice DAX caiu 0,61%, a 13.864,81 pontos.
- Em PARIS, o índice CAC-40 ganhou 0,22%, a 5.779,84 pontos.
- Em MILÃO, o índice Ftse/Mib teve desvalorização de 0,30%, a 22.939,38 pontos.
- Em MADRI, o índice Ibex-35 registrou alta de 1,72%, a 8.252,10 pontos.
- Em LISBOA, o índice PSI20 desvalorizou-se 0,94%, a 4.729,51 pontos.
As ações da China fecharam em baixa após um pregão volátil nesta terça-feira, depois de uma correção acentuada na sessão anterior, com as preocupações sobre o aperto da política monetária pesando sobre setores com altas valorizações, embora as perdas tenham sido limitadas por ganhos em ações do setor financeiro.
- Em TÓQUIO, o índice Nikkei permaneceu fechado.
- Em HONG KONG, o índice HANG SENG subiu 1,03%, a 30.632 pontos.
- Em XANGAI, o índice SSEC perdeu 0,17%, a 3.636 pontos.
- O índice CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em XANGAI e SHENZHEN, retrocedeu 0,32%, a 5.579 pontos.
- Em SEUL, o índice KOSPI teve desvalorização de 0,31%, a 3.070 pontos.
- Em TAIWAN, o índice TAIEX registrou alta de 0,20%, a 16.443 pontos.
- Em CINGAPURA, o índice STRAITS TIMES valorizou-se 0,33%, a 2.890 pontos.
- Em SYDNEY o índice S&P/ASX 200 avançou 0,86%, a 6.839 pontos.
*Com informações da Reuters e Estadão Conteúdo