Finanças

Ibovespa fecha em alta após tombo da véspera; dólar vira e fecha em alta

Investidores reagem a dados do mercado de trabalho nos EUA após susto com a inflação.

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O Ibovespa, principal índice da B3, fechou em alta nesta quinta-feira (13), enquanto o dólar mudou de direção e fechou em alta contra o real. O mercado reagia a dados melhores que o esperado nos EUA, após temores sobre a inflação norte-americana terem preocupado os mercados no dia anterior.

O Ibovespa subiu 0,83%, aos 120.706 pontos. Na máxima do dia, foi a 121.426 pontos. Já o dólar subiu 0,14%, a R$ 5,3118. Veja outras cotações.

O dado que mexe com o mercado no dia é sobre o mercado de trabalho dos Estados Unidos. Segundo informações divulgadas nesta quinta, menos norte-americanos entraram com novos pedidos de auxílio-desemprego, conforme as empresas mantêm seus funcionários em meio a uma crescente escassez de mão de obra. Os pedidos iniciais totalizaram 473 mil em dado sazonal na semana encerrada em 8 de maio, contra 507 mil na semana anterior.

No dia anterior, o Ibovespa fechou em queda de 2,65%, maior recuo percentual diário desde 8 de março, e o dólar subiu sobre o real, retomando o patamar de R$ 5,30, com preocupações sobre o comportamento da inflação norte-americana e seus reflexos nos próximos passos do Federal Reserve (Fed).

“Uma inflação mais forte nos EUA pode justificar um aumento de juros antes do esperado pelo Federal Reserve, o que deixaria o dólar mais atrativo”, explicou à Reuters Thomás Gibertoni, analista da Portofino Multi Family Office.

Já nesta quinta, “a bolsa brasileira sobe influenciada pelo mercado de fora”, disse o diretor de investimentos da Reach Capital, Ricardo Campos, destacando a trégua na alta dos yields dos Treasuries (rendimentos dos títulos soberanos dos Estados Unidos), que dava espaço para a melhora em Nova York e no Brasil.

“Além disso, bons resultados de empresas como Natura&Co e outras acabam ajudando”, acrescentou.

Cenário interno

Gibertoni afirma que, a despeito das preocupações sobre os juros nos EUA, internamente há fatores favoráveis a um real mais valorizado no momento. “O Brasil vem mostrando dados acima do esperado, inclusive o IBC-Br, que saiu hoje. Além disso, começamos a ver um movimento de alta de juros no país, uma balança comercial favorável e os preços das commodities em níveis historicamente altos.”

O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), considerado sinalizador do Produto Interno Bruto (PIB), teve queda de 1,59% em março na comparação com o mês anterior, de acordo com dado dessazonalizado divulgado pelo BC nesta quinta-feira. O resultado veio melhor do que a expectativa em pesquisa da Reuters, de queda de 3,75%,.

Em relação à política doméstica, os investidores monitoravam com cautela a CPI da Covid-19 depois de uma quarta-feira tensa no Senado. Em seu depoimento, o ex-secretário de Comunicação Social da Presidência da República, Fabio Wajngarten, chegou a ser acusado de mentir e foi ameaçado de prisão.

O depoimento foi marcado ainda por acusações de que o governo Bolsonaro não teria priorizado a compra de vacinas. Ainda no cenário político, pesquisas indicam o aumento da rejeição ao presidente e queda de popularidade.

Para Gibertoni, da Portofino, os sinais de enfraquecimento do apoio ao governo “preocupam menos pelas eleições (presidenciais de 2022) e mais pela perda de governabilidade.”

Ele ressaltou que isso pode “atrapalhar a agenda de reformas do governo, e um cenário nebuloso nessa frente atrapalha uma valorização mais forte do real”.

Destaques da bolsa

VIA VAREJO (VVAR3) avançou 4,44%, tendo de pano de fundo um salto no lucro do primeiro trimestre, embora as margens tenham recuado sob efeito de fechamento de lojas com a piora da pandemia e maior participação das vendas online.

VALE (VALE3) caiu 1,61%, com os contratos de referência do minério de ferro na China chegando a desabar até 9,5% nesta quinta-feira, após um super rali que levou os preços a máximas históricas nos últimos dias.

NATURA&CO (NTCO3) subiu 3,9% após reduzir fortemente seu prejuízo no primeiro trimestre, apoiada em forte crescimento das vendas, mesmo com restrições na esteira do recrudescimento da pandemia da covid-19.

YDUQS (YDUQ3) disparou 9,67%, mesmo após forte queda no lucro do primeiro trimestre, afetado pelo resultado financeiro, entre outros itens, enquanto mostrou crescimento na base de alunos total e na receita líquida no período.

BRF (BRFS3) caiu 2,8%, após lucro no primeiro trimestre abaixo da projeção de analistas, com executivos da companhia afirmando nesta quinta-feira que o custo médio de estoque de grãos continuará a subir.

Bolsas internacionais

Wall Street encerrou em forte alta após um amplo rali nesta quinta-feira, recuperando-se de três dias consecutivos de vendas com apoio nos dados otimistas do mercado de trabalho.

  • O índice Dow Jones subiu 1,29%, a 34.021 pontos
  • S&P 500 ganhou 1,217315%, a 4.113 pontos
  • O índice de tecnologia Nasdaq avançou 0,72%, a 13.125 pontos

As ações europeias caíram nesta quinta-feira, pressionadas por uma queda nas mineradoras em meio a uma forte baixa nos preços das commodities, enquanto um rápido aumento na inflação nos Estados Unidos manteve o sentimento pró-risco contido.

  • Em LONDRES, o índice Financial Times recuou 0,59%, a 6.963,33 pontos.
  • Em FRANKFURT, o índice DAX subiu 0,33%, a 15.199,68 pontos.
  • Em PARIS, o índice CAC-40 ganhou 0,14%, a 6.288,33 pontos.
  • Em MILÃO, o índice Ftse/Mib teve valorização de 0,14%, a 24.486,01 pontos.
  • Em MADRI, o índice Ibex-35 registrou baixa de 0,46%, a 8.966,20 pontos.
  • Em LISBOA, o índice PSI20 valorizou-se 0,20%, a 5.113,04 pontos.

O mercado acionário da China fechou em baixa nesta quinta-feira depois que os dados mais recentes de empréstimo bancário ficaram abaixo das expectativas, com as tensões com os Estados Unidos também pesando.

  • Em TÓQUIO, o índice Nikkei recuou 2,49%, a 27.448 pontos.
  • Em HONG KONG, o índice HANG SENG caiu 1,81%, a 27.718 pontos.
  • Em XANGAI, o índice SSEC perdeu 0,96%, a 3.429 pontos.
  • O índice CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em XANGAI e SHENZHEN, retrocedeu 1,02%, a 4.992 pontos.
  • Em SEUL, o índice KOSPI teve desvalorização de 1,25%, a 3.122 pontos.
  • Em TAIWAN, o índice TAIEX registrou baixa de 1,46%, a 15.670 pontos.
  • Em CINGAPURA, o índice STRAITS TIMES permaneceu fechado.
  • Em SYDNEY o índice S&P/ASX 200 recuou 0,88%, a 6.982 pontos.

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