Finanças

Captações no mercado de capitais caem 14% no 1º semestre

A comparação com o mesmo período do ano passado sugere um problema para captação das empresas.

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Os primeiros seis meses de 2020 foram marcados por uma forte contração nas ofertas de títulos e ações no mercado de capitais, especialmente a partir de maio, provocando uma contração das captações feitas por empresas nesse período de 14% em relação ao mesmo intervalo de 2019, para R$ 150,1 bilhões, de acordo com a Anbima.

O mês de maio foi marcado por forte queda no volume de captações, com R$ 10,5 bilhões em operações nos mercados de renda fixa e variável, representando contração de 71% frente ao mesmo mês de 2019.

Os saques nos fundos de crédito foram o principal motor para a queda de 50,7% nas emissões de debêntures nos primeiros seis meses do ano, para R$ 48,6 bilhões, em relação ao mesmo intervalo do ano passado.

Uma das conquistas do mercado nos últimos anos, o alongamento dos prazos e a tendência de distribuição cada vez maior das ofertas para investidores do mercado foi interrompida pela pandemia, destacou o José Eduardo Laloni, vice-presidente da associação.

No segundo trimestre, as operações de até três anos ocuparam 50% das ofertas, depois de responderem por 39,2% no primeiro trimestre. De janeiro a junho de 2019, as ofertas até três anos responderam por apenas 18,2% das operações lançadas. Os intermediários e ligados à oferta participaram de 90,7% das ofertas feitas nos primeiros seis meses do ano, contra 33,9% no mesmo período de 2019.

A crise e o ajustamento das regras para permitir que as notas promissórias fossem emitidas sem registro em cartório provocou uma alta de 88% nas ofertas desse instrumento no primeiro semestre, para R$ 18,9 bilhões. A maior concentração foi em abril, quando o volume de notas promissórias emitidas atingiu mais de R$ 30 bilhões, contra praticamente zero no mesmo mês de 2019.

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