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Finanças

Mercado de capitais capta recorde de R$ 253 bilhões no 1º semestre, diz Anbima

Debêntures reforçam crescimento; para o segundo semestre 28 companhias aguardam na fila dos IPOs.

O mercado de capitais brasileiro continua robusto e aquecido. No primeiro semestre de 2021, bateu um novo recorde, captando R$ 253 bilhões. Este é maior patamar para um primeiro semestre desde o começo da série histórica iniciada em 2011, apontou a Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais) nesta quinta-feira (8).

Deste total, R$ 68 bilhões do volume captado são da renda variável, com operações de IPOs (oferta pública inicial de ações) responsáveis por R$ 35,7 bilhões e follow-on (ofertas subsequentes, quando a companhia já tem capital aberto e emite novas ações) com R$ 32,3 bilhões captados.

Segundo José Laloni, vice-presidente da Anbima, para o segundo semestre a demanda continua forte com 28 companhias aguardando na fila dos IPOs e 1 empresa procurando fazer follow-on. “Percebemos uma diversidade de novas empresas abrindo capital, desde tecnologia até agronegócio, um setor que não era muito tradicional na bolsa brasileira mas que é muito relevante para o PIB”, afirmou ao InvestNews.

Para Laloni, o uso do mercado de capitais como uma forma de levantar recursos está cada vez mais presente nos setores de tecnologia, educação, imobiliário e saúde.

Na renda fixa e mercado híbrido, o volume captado foi superior, totalizando R$ 185 bilhões, destes R$ 99,4 bilhões são fruto das debêntures incentivadas e tradicionais.

Renda variável

No primeiro semestre a renda variável captou R$ 68 bilhões, este também foi o maior volume da série histórica para um primeiro semestre.

O volume de IPOs foi de R$ 35,7 bilhões no período, no entanto na comparação do primeiro trimestre com o segundo houve uma redução no volume captado pelas ofertas públicas iniciais de R$ 20,7 bilhões para R$ 15 bilhões.

Segundo o vice-presidente da Anbima, a queda trimestral no volume captado pelos IPOs foi por causa do recrudescimento da pandemia que prejudicou a janela de ofertas.

Em contrapartida, o volume captado pelos follow-on avançou trimestralmente, de R$ 11,6 bilhões no primeiro trimestre de 2021 para R$ 20,7 bilhões captados no segundo trimestre. No semestre em geral o volume captado pelos follow-on foi de R$ 32,3 bilhões.

Considerando que o volume captado pela renda variável de R$ 68 bilhões corresponde apenas a primeira metade do ano, este já é superior do que o 50% captado no ano de 2020 como um todo, quando o volume anual foi de R$ 119,3 bilhões.

Segundo Laloni, considerando as 29 companhias que aguardam na fila para fazer ofertas nos próximos meses, é possível esperar um bom momento para a bolsa e captações de recursos no segundo semestre.

Destino dos recursos captados

A maior parte dos recursos captados pelas companhias nestas ofertas é destinado para o caixa das empresas, para projetos de expansão ou fusões e aquisições. No primeiro semestre, R$ 43,6 bilhões foram de emissões primárias, enquanto apenas R$ 24,3 bilhões foram ofertas secundárias (quando o dinheiro não vai para a empresa, mas para os sócios).

Em relação a participação nas ofertas de ações, os fundos de investimentos lideram com 46,4%, seguidos pelos investidores estrangeiros com 34,8% de participação. Já os investidores pessoa física continuam aumentando sua participação ano a ano, neste primeiro semestre eles representam 8,5%, enquanto em 2020 eram 7,2%.

“Vemos um equilíbrio saudável e complementar entre o investidor local e o estrangeiro. O investidor pessoa física está cada vez mais se consolidando”, aponta o vice-presidente da Anbima.

Ele comentou ao InvestNews que apesar da Anbima acreditar nos juros de 6,5% até o final de 2021, este ainda é um patamar historicamente baixo e não deve prejudicar as captações do mercado de renda variável no segundo semestre.

Laloni também citou a democratização do mercado, com o investidor pessoa física procurando cada vez mais diversificar a sua carteira, movimento que não deve regredir mesmo com os juros em alta. “Depois do investidor ter aprendido a diversificar recebendo taxas acima dos juros com um risco maior, acredito que seja difícil ele voltar atrás e investir sem prêmio nenhum”, destacou.

Segundo ele, é possível esperar um momento de forte liquidez para ambos os mercados, seja na renda fixa ou variável, independente do patamar de juros.

Renda fixa

Na renda fixa, as debêntures foram responsáveis por R$ 99,4 bilhões captados, este volume levantado no primeiro semestre já representa 82% do total captado no ano de 2020, de R$ 121,2 bilhões.

As debêntures incentivadas foram responsáveis por R$ 19,9 bilhões e as tradicionais por R$ 79,5 bilhões no período.

Segundo Laloni, apesar da pandemia, o mercado de debêntures está se recuperando a patamares do segundo trimestre de 2019, o melhor período da série com uma captação de R$ 70,5 bilhões.

Outro destaque positivo foi a procura dos investidores por prazos maiores, com aumento da participação para emissões de debêntures acima de 10 anos, que representaram 21,7% no segundo trimestre de 2021 e totalizaram 40,8% no primeiro semestre do ano.

Laloni explica que este aumento nos prazos representa que o mercado está voltando aos níveis pré-pandemia.

Em relação ao destino das emissões, os fundos de investimento continuam evoluindo com 34,7% da distribuição, além dos intermediários das ofertas que representam 45%. Já o investidor pessoa física tem uma presença crescente de 4,6%.

Laloni também destacou o fortalecimento do mercado secundário, que movimentou R$ 102,3 bilhões em negociações no semestre, o que segundo o vice-presidente da Anbima representaria um aumento de liquidez e um mercado secundário mais maduro do que no passado.

Contribui para este cenário também, a popularização das debêntures de infraestrutura, com a Lei 12.431 que completou uma década em junho. No primeiro semestre, R$ 44 bilhões negociados no mercado secundário correspondem as debêntures incentivadas.

Ainda sobre os outros ativos da renda fixa e mercado híbrido, os fundos imobiliários se destacaram com R$ 26,8 bilhões captados no primeiro semestre e os fundos de direitos creditórios (FIDC) responsáveis por R$ 31,3 bilhões.

Já os CRI (Certificado de Recebíveis Imobiliário) e CRA (Certificado de Recebíveis Agrícolas) responderam por R$ 13 bilhões e R$ 8,7 bilhões, respectivamente. A captação das notas promissórias no semestre foi de R$ 5,8 bilhões.

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