Finanças

Comunicado do Copom reduz expectativas de corte maior da Selic em novembro

Projeções de corte de 0,75 p.p na próxima reunião caíram de 15 para 13%.

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O comunicado do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central desta quarta-feira (20) reduziu as expectativas por um corte de 0,75 ponto percentual da Taxa Selic na próxima reunião, em 1º de novembro. É o que mostram dados da B3 sobre contratos de opção de Copom na manhã desta quinta-feira (21). 

No dia anterior, os números apontavam uma probabilidade de 15,5% de redução de 0,75 ponto da taxa básica de juros em outubro. Agora, esse percentual está em 13,45%. Enquanto isso, a expectativa de redução de 0,5 pp subiu de 82% para 84,8%. 

A Selic passou de 13,25% para 12,75% ao ano, em um movimento em linha com o esperado pelo mercado. No comunicado, o Copom afirmou sinalizou mais cortes de 0,5 p.p nas próximas reuniões.

“Em se confirmando o cenário esperado, os membros do Comitê, unanimemente, anteveem redução de mesma magnitude nas próximas reuniões e avaliam que esse é o ritmo apropriado para manter a política monetária contracionista necessária para o processo desinflacionário”, disse no texto.

Entre os especialistas que consideram que o ritmo de corte de 0,5 pp deve ser mantido na próxima reunião está Débora Nogueira, economista-chefe da Tenax Capital, que avalia que este foi o recado deixado pelo comunicado. 

Sede do Banco Central em Brasília (Foto: Divulgação/BC)

De maneira semelhante, Ricardo Jorge, especialista em renda fixa e sócio da Quantzed, afirma que o comunicado “elimina totalmente a possibilidade que o mercado vinha precificando de uma possível aceleração da queda neste ano ainda”.

Mas, para as reuniões seguintes, Débora Nogueira destaca que “qualquer aceleração depende de uma evolução positiva da agenda do Haddad em Brasília”, acrescentando que, a depender desse cenário, pode haver, sim, cortes maiores da Selic nos próximos meses. 

“Nós vemos espaço para aceleração entre dezembro e janeiro pelo nosso cenário benigno de inflação e expectativa de moderação da atividade. De todo modo, a aprovação das medidas de arrecadação, pelo menos as relacionadas a offshore e fundos, é crucial para a concretização desse cenário.”

Débora Nogueira, economista-chefe da Tenax Capital

Marilia Fontes, sócia e analista de renda fixa da Nord, diz que o comunicado indica que “a próxima reunião ainda estaria com maior probabilidade de 50, mas a outra já estaria com alguma probabilidade de 75”. 

“A gente sabe que vai depender dos dados. Isso pode mudar, mas a princípio, é um comunicado que reforça que o passo da queda na cabeça do BC, por enquanto, são 50 base points”, opina. 

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