Finanças
Ibovespa recua após BC sinalizar chance de corte da Selic em agosto e IPCA-15
Prévia da inflação ficou praticamente estável em junho.
O Ibovespa fechou em queda nesta terça-feira (27), mesmo após o Banco Central (BC) sinalizar claramente a possibilidade de começar o ciclo de flexibilização monetária em agosto e dados de junho da prévia do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA-15).
No dia, o Ibovespa recuou 0,61%, aos 117.522 pontos. Já o dólar subiu 0,68%, a R$ 4,7986.
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No fim da tarde, a taxa do Depósito Interbancário (DI) para janeiro de 2024 estava em 12,965%, ante 13% do ajuste anterior, enquanto a taxa do DI para janeiro de 2025 estava em 10,96%, ante 10,972% do ajuste anterior. Entre os contratos mais longos, a taxa para janeiro de 2026 estava em 10,305%, ante 10,339% do ajuste anterior, e a taxa para janeiro de 2027 estava em 10,315%, ante 10,322%.
Cenário interno
Ata do Copom
O BC sinalizou nesta terça-feira que a maioria dos membros do Comitê de Política Monetária (Copom) vê a possibilidade de iniciar um afrouxamento monetário “parcimonioso” na próxima reunião, em agosto, desde que um cenário de inflação mais benigno se consolide, enquanto uma minoria adotou uma postura mais cautelosa.
A moeda brasileira tende a se beneficiar de juros mais altos, mas boa parte do mercado acredita que, ainda que o BC comece o processo de cortes da Selic no futuro próximo, os juros reais seguirão favoráveis à atração de investimentos, ainda mais num ambiente de arrefecimento da inflação. Isso, por sua vez, tem ajudado a derrubar o dólar para os patamares mais baixos em mais de um ano, bem como uma descompressão de receios fiscais.
IPCA-15
Nesta terça-feira, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que a prévia da inflação ficou praticamente estável em junho graças à queda dos preços de combustíveis, com a taxa em 12 meses indo ao menor nível em quase três anos.
O IPCA-15 registrou variação positiva de 0,04%, taxa mais baixa em nove meses, contra alta de 0,51% em maio. Assim, acumulou em 12 meses até junho alta de 3,40%, de 4,07% em maio, resultado mais baixo desde setembro de 2020 (2,65%).
Queda do dólar
Segundo Fernando Bergallo, diretor de operações da FB Capital, a queda do dólar reflete ainda um movimento externo de depreciação da divisa norte-americana. O índice que a compara a uma cesta de pares fortes caía 0,30% nesta manhã.
“Acredito que o dia hoje deve seguir na esteira do comportamento de ontem. Em síntese: acredito que o real está sendo beneficiado por um movimento externo, em um contexto de desvalorização global do dólar”, disse Bergallo.
“Acredito também que a liquidez esteja nos ajudando – e desvalorizando o dólar, ou ao menos o mantendo abaixo dos R$ 4,80 – por conta de um fluxo financeiro pelo canal comercial da balança”, completou ele, embora não tenha descartado oscilações no câmbio em meio a temores sobre o crescimento dos EUA e da China.
Operadores também chamavam a atenção para a possibilidade de volatilidade mais intensa nos próximos dias, devido à aproximação do fechamento da Ptax de fim de mês e semestre.
A Ptax é uma taxa de câmbio calculada pelo Banco Central com base nas cotações do mercado à vista e que serve de referência para a liquidação de contratos futuros. No fim de cada mês, agentes financeiros costumam tentar direcioná-la para níveis mais convenientes às suas posições, sejam elas compradas ou vendidas em dólar (no sentido de baixa do dólar).
Bolsas mundiais
Wall Street
Os índices de ações dos Estados Unidos se recuperaram nesta terça-feira de uma série de perdas recentes, depois que dados econômicos otimistas dos EUA acalmaram preocupações de investidores sobre uma recessão iminente desencadeada pelos aumentos agressivos da taxa de juros do Federal Reserve (Fed).
Relatórios separados mostraram que novas encomendas de bens duráveis fabricados nos EUA subiram inesperadamente em maio, e as vendas de novas moradias unifamiliares dispararam no mesmo mês, enquanto a confiança do consumidor norte-americano aumentou para o maior nível em quase um ano e meio em junho.
Segundo dados preliminares, o S&P 500 ganhou 1,14%, para 4.378,07 pontos. O índice de tecnologia Nasdaq avançou 1,65%, para 13.555,49 pontos. O Dow Jones subiu 0,62%, para 33.925,37 pontos.
Ásia e Pacífico
As ações da China e de Hong Kong subiram nesta terça-feira, lideradas pelo setor imobiliário, uma vez que o sentimento melhorou diante de novas expectativas de estímulo, enquanto os investidores observavam as tensões com os Estados Unidos em busca de sinais de alívio.
- Em TÓQUIO, o índice Nikkei recuou 0,49%, a 32.538 pontos.
- Em HONG KONG, o índice HANG SENG subiu 1,88%, a 19.148 pontos.
- Em XANGAI, o índice SSEC ganhou 1,23%, a 3.189 pontos.
- O índice CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em XANGAI e SHENZHEN, avançou 0,94%, a 3.845 pontos.
- Em SEUL, o índice KOSPI teve desvalorização de 0,03%, a 2.581 pontos.
- Em TAIWAN, o índice TAIEX registrou baixa de 1,00%, a 16.887 pontos.
- Em CINGAPURA, o índice STRAITS TIMES valorizou-se 0,49%, a 3.205 pontos.
- Em SYDNEY o índice S&P/ASX 200 avançou 0,56%, a 7.118 pontos.
*Com informações da Reuters.
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