Finanças
Ibovespa fecha em queda com fiscal sob holofote; dólar sobe
Mercado repercutiu também números sobre inflação e mercado de trabalho no Brasil, além de PIB dos EUA.
O Ibovespa fechou em queda nesta quarta-feira (30), em meio à divulgação de detalhes do Orçamento de 2024, que prevê aumento de R$ 129 bilhões na despesa primária em relação a 2023, em um dia também marcado por dados sobre a economia dos Estados Unidos. O dólar, por sua vez, fechou em alta ante o real.
No dia, o Ibovespa recuou 0,73%, aos 117.535 pontos, e o dólar subiu 0,31%, a R$ 4,8687.
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No Brasil, na expectativa da apresentação do Orçamento de 2024, prevista para esta quinta-feira, investidores repercutiram também o IGP-M de agosto, que mostrou ainda deflação, e a abertura de 142.702 vagas formais de trabalho em julho, entre outros dados.
PIB dos EUA
Dados desta quarta-feira mostraram que o crescimento econômico dos Estados Unidos no segundo trimestre foi revisado para baixo, embora a um ritmo ainda sólido, de 2,1%.
“A segunda leitura do PIB veio um pouco mais baixa do que a primeira e o PCE (do segundo trimestre) mostra arrefecimento inflacionário significativo, de forma que o Fed provavelmente vai parar o ciclo de aperto monetário com o que já foi feito”, disse à Reuters Matheus Pizzani, economista da CM Capital.
Além disso, ele afirmou que a “expectativa é de que o ‘payroll’ confirme a tendência de arrefecimento da economia” norte-americana. Pizzani se referiu ao relatório mensal de criação de empregos do governo dos Estados Unidos, que é acompanhado de perto pelo Federal Reserve e será divulgado na sexta-feira.
Juros mais altos nos EUA tendem a impulsionar o dólar ao tornar os retornos do mercado de renda fixa norte-americano mais atraentes, enquanto a perspectiva de uma postura monetária mais branda por lá costuma beneficiar moedas rivais do dólar, principalmente as de países com taxas mais altas, que oferecem maior rentabilidade.
Cenário interno
No Brasil, a taxa Selic está atualmente em 13,25%, depois que o Banco Central iniciou o que deve ser um ciclo de afrouxamento monetário no início deste mês.
“Uma vez que está se mantendo a taxa de juros mais alta lá fora e se reduzindo a interna, existe possibilidade de que isso afete nosso câmbio. Mas, por mais que abra espaço para essa reversão aqui, quando você olha para outros emergentes, (Brasil) ainda tem juro real alto”, disse Pizzani.
Segundo ele, o mercado tem reagido de forma positiva a indícios de que o governo vai “caminhar nessa trilha de equalizar as contas públicas para o ano que vem”, após anúncio de medidas para elevar a arrecadação e com expectativas em relação ao envio do Orçamento de 2024 ao Congresso na quinta-feira.
O Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) de 2024 será enviado na quinta-feira ao Congresso com uma previsão de que a despesa primária crescerá R$ 129 bilhões em relação a este ano, disse nesta quarta-feira a ministra do Planejamento, Simone Tebet.
Em audiência pública na Comissão Mista de Orçamento do Congresso, Tebet afirmou que a maior parte dessa alta será consumida por gastos obrigatórios, e apenas R$ 9 bilhões dizem respeito a despesas discricionárias.
Ainda no cenário interno, o governo central registrou déficit primário de R$ 35,933 bilhões em julho, ante um saldo positivo de R$ 18,949 bilhões no mesmo mês do ano passado, informou o Tesouro Nacional nesta quarta-feira, com as contas impactadas por uma forte alta dos gastos públicos.
O déficit do governo central, que compreende as contas do Tesouro, Banco Central e Previdência Social, no mês passado veio mais forte do que o rombo de R$ 32 bilhões projetado por analistas em pesquisa da Reuters. O resultado foi o segundo pior para o mês na série histórica corrigida pela inflação do Tesouro, iniciada em 1997.
Destaques da B3
Itaú
A ação ITUB4 caiu 1,91%, a R$ 27,67, reflexo de realização de lucros após avançar 5% nos dois pregões anteriores, conforme agentes financeiros continuam especulando sobre o destino do mecanismo de juros sobre capital próprio.
CVC
O papel CVCB3 disparou 17,09%, a R$ 2,74 reais, ainda sob efeito da recuperação judicial da plataforma de viagens 123 Milhas na véspera. O movimento ocorre após o papel ter renovado mínimas históricas na segunda-feira, quando ainda acumulava um declínio de quase 50% em 2023. Na terça-feira, após o pedido da 123 Milhas, as ações fecharam em alta de mais de 6%.
Minerva
O ativo BEEF3 perdeu 3,48%, a R$ 8,6, revertendo a tentativa de recuperação vista mais cedo e ainda sendo penalizada pelo acordo envolvendo a compra de ativos da Marfrig, em meio a receios sobre o nível de endividamento da companhia.
Vale
A ação VALE3 terminou o dia com variação positiva de 0,02%, a R$ 64,98, em dia de recuperação dos futuros do minério de ferro na China. O contrato mais negociado na Dalian Commodity Exchange avançou quase 2%.
Bolsas mundiais
Wall Street
Os índices S&P 500 e Nasdaq fecharam em alta nesta quarta-feira, conforme novos dados econômicos sinalizavam um arrefecimento da economia dos Estados Unidos, o que reforçou expectativas de que o Federal Reserve irá suspender os aumentos dos juros em setembro.
De acordo com dados preliminares, o S&P 500 subiu 0,39%, para 4.515,00 pontos. O índice de tecnologia Nasdaq ganhou 0,54%, para 14.019,31 pontos. O Dow Jones avançou 0,11%, para 34.890,77 pontos.
Ásia e Oceania
As ações da China e de Hong Kong ficaram praticamente estáveis nesta quarta-feira, enquanto o mercado avalia riscos geopolíticos e fatores que podem afetar o mercado imobiliário.
- Em TÓQUIO, o índice Nikkei avançou 0,33%, a 32.333 pontos.
- Em HONG KONG, o índice HANG SENG caiu 0,01%, a 18.482 pontos.
- Em XANGAI, o índice SSEC ganhou 0,04%, a 3.137 pontos.
- O índice CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em XANGAI e SHENZHEN, retrocedeu 0,04%, a 3.788 pontos.
- Em SEUL, o índice KOSPI teve valorização de 0,35%, a 2.561 pontos.
- Em TAIWAN, o índice TAIEX registrou alta de 0,58%, a 16.719 pontos.
- Em CINGAPURA, o índice STRAITS TIMES desvalorizou-se 0,09%, a 3.220 pontos.
- Em SYDNEY o índice S&P/ASX 200 avançou 1,21%, a 7.297 pontos.
(* com informações da Reuters)
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