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Focus Energia avança em IPO e prevê levantar R$ 1 bi com oferta de ações

Capitalização vai virar investimento em geração de energia renovável.

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A comercializadora de eletricidade Focus Energia vai realizar uma oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) com previsão de que o valor dos papéis fique entre R$ 21,20 e R$ 28,60, o que levantaria cerca de R$ 1 bilhão para a empresa se considerada a média da projeção, de R$ 24,90.

A fixação do preço por ação na oferta da companhia, que será coordenada por Morgan Stanley, Santander Brasil, Citigroup e UBS, é prevista para 4 de fevereiro, segundo prospecto preliminar divulgado na quinta-feira.

A empresa pretende utilizar os recursos da operação para investir em projetos de geração de energia, principalmente solar, com a intenção de revender a produção dos parques no chamado mercado livre, onde grandes consumidores negociam diretamente seu suprimento elétrico com empresas do setor.

A companhia também pretende utilizar parte da arrecadação para despesas corporativas gerais e fortalecimento de sua estrutura de capital e liquidez, ainda segundo o documento.

A “Reuters” havia publicado em outubro passado que a Focus contratou bancos para levar adiante um IPO.

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A oferta, que envolverá venda primária de inicialmente 42, 45 milhões de ações ordinárias e secundária de até 14,8 milhões de ações ordinárias, ainda poderá ser acrescida em 15% e 20% em relação aos montantes originais em caso de ações adicionais e lote suplementar.

A estratégia da Focus prevê a construção do chamado Projeto Futura, um empreendimento de energia solar que segundo a companhia seria um dos maiores do Brasil e do mundo, com potencial para até 3 gigawatts em capacidade.

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Uma primeira fase do projeto, para a qual a Focus já adquiriu os direitos de desenvolvimento, envolveria as usinas Futura 1 e 2, com mais de 671 megawatts em capacidade instalada. A empresa possui opções de compra para futuras expansões.

No prospecto, a Focus diz que espera implementar essas primeiras etapas do projeto com a negociação de contratos de fornecimento de energia por longo prazo no mercado livre com um ou mais clientes.

“Até a data desse memorando de oferta, nós temos 182,4 megawatts médios em contratos de médio e longo prazo para Futura 1”, apontou a empresa, sobre os esforços para comercialização da produção.

O investimento estimado para a construção da usina Futura I é de aproximadamente R$ 2,24 bilhões, segundo o documento.

A empresa disse que mantém negociações com o BNDES e com o Banco do Nordeste (BNB) para financiamentos, mas também pode avaliar a emissão de debêntures de infraestrutura.

Para a usina Futura 2, a empresa já negociou 103 megawatts médios em energia até o momento e está em fase final de negociação para mais 100 megawatts médios, segundo o prospecto. O investimento estimado nessa usina também é de R$ 2,2 bilhões.

A Focus também pretende estruturar projetos de geração distribuída de energia.

A companhia mencionou que espera se aproveitar de um plano do Ministério de Minas e Energia, que tem buscado aprovar uma reforma regulatória no setor elétrico que reduziria gradualmente limites para que empresas possam comprar sua energia no mercado livre.

“Dada nossa posição no mercado, pretendemos continuar como um dos líderes na venda de energia no mercado livre, um segmento com expectativa de crescimento no número de consumidores nos próximos anos”, afirmou, citando a expectativa de mudanças na legislação.

Entre janeiro e setembro de 2020, a Focus Energia registrou uma receita operacional líquida de R$ 841,9 milhões, com lucro líquido de R$ 46,9 milhões, segundo dados disponíveis no prospecto.

O IPO da Focus vem em momento aquecido do setor de comercialização de energia, que registrou em 2020 o mais intenso crescimento em números de novos consumidores livres desde 2016, segundo a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE).

Antes, a comercializadora Compass Energia, da Cosan, e a 2W Energia também chegaram a registrar pedidos de IPO, mas não seguiram adiante com as operações.

O início de negociações das ações da empresa no Novo Mercado da B3 é previsto para 8 de fevereiro.

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