Finanças
Ibovespa cai 0,7% na 1ª semana de mandato de Lula; compare outros presidentes
Nos últimos anos, pior desempenho do Ibovespa na 1ª semana de governo foi em 1995, com FHC.
A queda de 0,7% do Ibovespa marcou a primeira semana do novo governo de Luiz Inácio Lula da Silva. O desempenho do principal indicador da bolsa foi melhor do que a queda de 3,7% na primeira semana de seu segundo mandato, em 2007, mas pior que a alta de 4,59% em 2003.
Governo | Ano | Ibovespa na 1ª semana (em %) |
FHC 1 | 1995 | -12.09 |
FHC 2 | 1999 | -0.04 |
Lula 1 | 2003 | 4.59 |
Lula 2 | 2007 | -3.7 |
Dilma 1 | 2011 | 1.09 |
Dilma 2 | 2015 | -0.13 |
Temer | 2016 | 4.02 |
Bolsonaro | 2019 | 4.72 |
Lula 3 | 2023 | -0.7 |
Segundo levantamento feito pelo TradeMap a pedido do InvestNews, nos últimos anos o pior desempenho do Ibovespa em uma primeira semana de governo foi em 1995, no primeiro mandato de Fernando Henrique Cardoso. A queda na ocasião foi de mais de 12% no indicador. Já a maior alta, de 4,72%, foi em 2019, na primeira semana do governo de Jair Bolsonaro.
A primeira semana de Lula (pela 3ª vez)
Os primeiros dias do governo Lula foram de mais pessimismo para o mercado financeiro, com algum alívio somente nos últimos pregões da semana. “Nos últimos três dias a gente teve a recuperação e o desempenho da semana não foi tão ruim assim”, comenta Frederico Nobre, líder da área de análise da Warren.
“As sinalizações foram ruins no começo da semana relacionadas ao teto de gastos, Previdência, mudanças na legislação que foram sinalizadas. E, depois, mais para o final da semana, um pouco mais de tranquilidade, sinalizações um pouco mais tranquilas, e é disso que o mercado precisa.”
Analistas da Levante também destacaram em relatório que “depois de um início de semana conturbado, com ruídos políticos que balançaram o mercado, integrantes do governo petista apressaram-se em ajustar o discurso”.
Luiz Adriano Martinez, sócio e gestor de renda variável da Kilima Asset, destaca entre as sinalizações que tranquilizaram o mercado a fala do senador Jean Paul Prates (PT-RN), indicado pelo novo governo para comandar a Petrobras. “A Petrobras foi uma das prejudicadas com notícias de que a paridade com o preço internacional ia acabar. Na primeira metade da semana, sofreu bastante”, lembra Martinez.
Na quarta-feira (4), Prates disse que a Petrobras não irá desvincular seus preços de combustíveis dos valores internacionais. A declaração animou o mercado, reduzindo a perda semanal da empresa na bolsa para 3,1% na ação preferencial (PETR4) e 4,03% na ordinária (PETR3), em dias marcados também pela queda da cotação do petróleo.
Em relatório nesta sexta-feira (6), a Guide destacou que o discurso de Lula durante reunião com ministros “trouxe de volta a percepção de um tom mais apaziguador do governo”. O presidente disse que é possível a economia crescer com responsabilidade.
“A fala de Lula não trouxe nenhuma novidade, mas a maior calmaria após uma semana de estresse nos mercados por conta da política permitiu a recuperação dos ativos, com o real apagando as perdas da semana”, diz o relatório. Nesta semana, o dólar recuou 0,8% sobre o real.
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