Finanças

Ibovespa recua mais de 1% e dólar vai a R$ 5,15

Seguem preocupações com um potencial cenário de juros restritivos por um período prolongado nos Estados Unidos.

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O Ibovespa fechou em queda nesta terça-feira (3), acompanhando o movimento dos mercados no exterior, em mais uma sessão de alta dos rendimentos dos títulos do Tesouro norte-americano, sem trégua na preocupação com um potencial cenário de juros restritivos por um período prolongado nos Estados Unidos. O dólar, por sua vez, avançou

O Ibovespa subiu 1,42%, aos 113.419 pontos, e o dólar subiu 1,71%, aos 5,153.

De olho nos Estados Unidos

Os rendimentos dos Treasuries de longo prazo atingiram seus maiores valores desde 2007 nesta terça-feira, acompanhando o aumento acentuado no restante da curva nesta semana, com os investidores preocupados com a perspectiva de que os juros norte-americanos permaneçam altos por mais tempo diante da resiliência da economia.

Sede do Federal Reserve, em Washington 16/12/2015 REUTERS/Kevin Lamarque

Quanto mais altos os juros nos EUA, mais o dólar tende a se valorizar globalmente, uma vez que os rendimentos dos Treasuries ficam atraentes quando comparados aos retornos de títulos emergentes, de risco muito maior.

Neste contexto, investidores devem ficar atentos ao longo desta semana em dados de emprego dos Estados Unidos, com destaque para o relatório de criação de vagas do governo de sexta-feira, acompanhado de perto pelo Federal Reserve.

As vagas de emprego em aberto nos Estados Unidos aumentaram inesperadamente em agosto, apontando para condições apertadas no mercado de trabalho que podem levar o Federal Reserve a aumentar a taxa de juros no próximo mês.

As vagas de emprego em aberto, uma medida da demanda de mão de obra, aumentaram em 690.000, chegando a 9,610 milhões no último dia de agosto, informou o Departamento do Trabalho em seu relatório mensal Job Openings and Labor Turnover Survey, ou JOLTS, nesta terça-feira.

Os dados de julho foram revisados para cima, mostrando 8,920 milhões de vagas de emprego, em vez das 8,827 milhões informadas anteriormente.

Cenário interno

A produção da indústria do Brasil voltou a crescer em agosto mas sem conseguir recuperar totalmente as perdas do mês anterior, sufocada pelo aperto de crédito e mantendo o baixo dinamismo.

Funcionários trabalham em fábrica da Fiat Chrysler, em Betim, Minas Gerais 20/05/2020 REUTERS/Washington Alves

Em agosto, a produção industrial cresceu 0,4% na comparação com o mês anterior, resultado que eliminou apenas parte da queda de 0,6% de julho e ficou ligeiramente abaixo da expectativa em pesquisa da Reuters de alta de 0,5%.

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou ainda que, na comparação com o mesmo mês do ano passado, houve expansão de 0,5%, ante projeção de crescimento de 0,8%.

Para o economista André Perfeito, uma primeira leitura do indicador não traz grandes novidades.

“Apesar da alta na margem, a indústria não conseguiu ainda engatar uma série convincente de altas e há grande volatilidade no comportamento dos seus componentes se observada a difusão, por exemplo”, apontou Perfeito em comentário.

Bolsas mundiais

Europa

As ações europeias caíram para novas mínimas de seis meses nesta terça-feira, pressionadas por empresas de serviços públicos e mineradoras já que as apostas de que a taxa de juros dos Estados Unidos permanecerá elevada por um período prolongado impulsionaram os rendimentos dos Treasuries e o dólar.

  • Em LONDRES, o índice Financial Times recuou 0,54%, a 7.470,16 pontos.
  • Em FRANKFURT, o índice DAX caiu 1,06%, a 15.085,21 pontos.
  • Em PARIS, o índice CAC-40 perdeu 1,01%, a 6.997,05 pontos.
  • Em MILÃO, o índice Ftse/Mib teve desvalorização de 1,32%, a 27.482,21 pontos.
  • Em MADRI, o índice Ibex-35 registrou baixa de 1,65%, a 9.165,50 pontos.
  • Em LISBOA, o índice PSI20 desvalorizou-se 2,74%, a 5.898,81 pontos.

Ásia e Oceania

 O índice japonês Nikkei caiu para o nível mais baixo em quatro meses nesta terça-feira, com o sentimento azedando em meio aos rendimentos mais altos dos títulos dos Estados Unidos e à promessa do Federal Reserve de um período prolongado de condições financeiras restritivas.

O Nikkei ampliou suas perdas à tarde, chegando a cair para 31.157,40 pontos pela primeira vez desde 1º de junho, antes de fechar em queda de 1,64%, a 31.237,94 pontos.

  • Em TÓQUIO, o índice Nikkei recuou 1,64%, a 31.237 pontos.
  • Em HONG KONG, o índice HANG SENG caiu 2,69%, a 17.331 pontos.
  • Em XANGAI, o índice SSEC permaneceu fechado.
  • O índice CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em XANGAI e SHENZHEN, não teve operações.
  • Em SEUL, o índice KOSPI não abriu.
  • Em TAIWAN, o índice TAIEX registrou baixa de 0,62%, a 16.454 pontos.
  • Em CINGAPURA, o índice STRAITS TIMES desvalorizou-se 0,51%, a 3.192 pontos.
  • Em SYDNEY o índice S&P/ASX 200 recuou 1,28%, a 6.943 pontos.

(*Com informações da Reuters.)

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