Finanças

Dólar sobe e fecha acima de R$ 5, de olho em juros nos EUA

Já o Ibovespa teve dia de ganhos, com pressão negativa do exterior.

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O dólar fechou em alta e voltou a terminar o dia acima de R$ 5 nesta quarta-feira (27), dando sequência a ganhos recentes desencadeados por temores de juros mais altos por mais tempo nos Estados Unidos. O Ibovespa, por sua vez, subiu.

O dólar avançou 1,22%, a R$ 5,0478, e o Ibovespa ganhou 0,12%, aos 114.327 pontos.

A alta do dólar frente ao real estava em linha com a valorização sobre outras moedas, em um movimento que ganhou força nos últimos duas depois que o Federal Reserve (Fed) indicou aos mercados que manterá os juros mais altos por mais tempo de forma a combater a inflação.

Prédio do Federal Reserve em Washington

O banco central dos EUA manteve sua taxa básica inalterada na semana passada, mas seus membros ainda esperam mais uma alta de 0,25 ponto percentual este ano e elevaram as projeções para o patamar dos juros em 2024, conforme a maior economia do mundo mostra resiliência surpreendente – o que nubla a perspectiva de controle da alta dos preços.

Quanto mais altos os juros nos Estados Unidos, mais a divisa dos EUA tende a se valorizar globalmente, uma vez que os rendimentos dos Treasuries ficam atraentes quando comparados aos retornos de títulos emergentes, de risco muito maior.

De acordo com operadores, o movimento de alta do dólar no dia era impulsionado ainda por fatores técnicos, uma vez que a superação da marca de R$ 5 provavelmente acionou mecanismos de “stop loss”, ou ordens automáticas de compra.

Pessoa conta notas de dólar 03/03/2023 REUTERS/Jose Luis Gonzalez

“É o ‘stop’ que bate, e nesta semana já começou o movimento da Ptax; o pessoal que está comprado (em dólar) vai aproveitar esse movimento” para impulsionar a moeda norte-americana a patamares mais interessantes a suas posições, explicou Hideaki Iha, operador de câmbio da Fair Corretora.

A Ptax é uma taxa de câmbio calculada pelo Banco Central que serve de referência para a liquidação de contratos futuros. No fim de cada mês, agentes financeiros costumam tentar direcioná-la para níveis mais convenientes às suas apostas, sejam elas de que o dólar vai subir ou de que vai cair.

Destaques da bolsa

Vale

A Vale (VALE3) subiu 0,21%. Os futuros do minério de ferro na Ásia se recuperaram nesta quarta-feira, com dados melhores do que o esperado sobre lucros industriais na China, embora os ganhos tenham sido limitados pelas preocupações com a demanda em meio à fraqueza persistente no mercado imobiliário do país.

O contrato mais negociado na Dalian Commodity Exchange da China encerrou o dia com alta de 0,59%.

Petrobras

Petrobras (PETR3 e PETR4) ganhou mais de 3%. Os preços do petróleo no exterior avançaram, com as atenções voltadas para o aperto da oferta rumo ao inverno no hemisfério norte e a uma desaceleração suave da economia dos Estados Unidos.

Bancos

As ações de Itaú Unibanco (ITUB3 e ITUB4) e Bradesco (BBDC3 e BBDC4) mudaram de sentido e fecharam em queda. O Banco Central divulgou mais cedo que as concessões de empréstimos no país aumentaram 9,4% em agosto ante julho, com o estoque total de crédito avançando 1,1% no período, a R$ 5,524 trilhões. A inadimplência em recursos livres permaneceu em 4,9%.

CVC

A ação CVCB3 subiu 2,92%, depois de avançar mais de 4% pela manhã, beneficiada pelo movimento de queda na curva de juros doméstica, que ainda apoiava papéis de setores como consumo e imobiliário, com os respectivos índices subindo 1,17% e 1,51%, respectivamente.

Gol

A ação da Gol (GOLL4) disparou 7,19%. A companhia aérea anunciou nesta quarta-feira que concluiu refinanciamento de R$ 1 bilhão debêntures de sua unidade operacional Gol Linhas Aéreas SA, conhecida como GLA. Do valor, cerca de R$ 900 milhões serão amortizados em 30 parcelas entre janeiro de 2024 e junho de 2026. Outros R$ 100 milhões serão pagos ainda neste mês.

Bolsas mundiais

Europa

 As ações europeias caíram pelo quinto dia consecutivo nesta quarta-feira, com o setor imobiliário pressionado por comentários pessimistas de corretoras sobre proprietários de imóveis no Reino Unido, enquanto atualizações corporativas negativas prejudicaram as ações de seguradoras holandesas e do banco suíço UBS.

  • Em LONDRES, o índice Financial Times recuou 0,43%, a 7.593,22 pontos.
  • Em FRANKFURT, o índice DAX caiu 0,25%, a 15.217,45 pontos.
  • Em PARIS, o índice CAC-40 perdeu 0,03%, a 7.071,79 pontos.
  • Em MILÃO, o índice Ftse/Mib teve desvalorização de 0,31%, a 28.012,30 pontos.
  • Em MADRI, o índice Ibex-35 registrou baixa de 0,37%, a 9.331,90 pontos.
  • Em LISBOA, o índice PSI20 desvalorizou-se 0,54%, a 6.068,39 pontos.

Ásia e Oceania

As ações da China subiram nesta quarta-feira depois que dados mostraram que os declínios nos lucros industriais estavam diminuindo devido às medidas de apoio, com a promessa do banco central de reforçar a recuperação também ajudando o sentimento.

  • Em TÓQUIO, o índice Nikkei avançou 0,18%, a 32.371 pontos.
  • Em HONG KONG, o índice HANG SENG subiu 0,83%, a 17.611 pontos.
  • Em XANGAI, o índice SSEC ganhou 0,16%, a 3.107 pontos.
  • O índice CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em XANGAI e SHENZHEN, avançou 0,21%, a 3.700 pontos.
  • Em SEUL, o índice KOSPI teve valorização de 0,09%, a 2.465 pontos.
  • Em TAIWAN, o índice TAIEX registrou alta de 0,21%, a 16.310 pontos.
  • Em CINGAPURA, o índice STRAITS TIMES desvalorizou-se 0,47%, a 3.200 pontos.
  • Em SYDNEY o índice S&P/ASX 200 recuou 0,11%, a 7.030 pontos.

(* com informações da Reuters)

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