Finanças
Ibovespa engata 4ª alta após ata do Copom e à espera de dados dos EUA
Investidores buscam novas pistas sobre futuro da Selic e aguardam leitura de inflação norte-americana.
O Ibovespa encerrou em alta nesta terça-feira (9), enquanto o dólar caiu em relação ao real. Investidores repercutiram a ata da última reunião de política monetária do Banco Central (BC) e ainda aguardam a divulgação de dados de inflação dos Estados Unidos.
No dia, o Ibovespa subiu 1,01%, aos 107.113 pontos. O dólar recuou 0,49%, a R$ 4,9870.
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As taxas de Depósitos Interbancários (DIs) tiveram alta nesta sessão. Para 2024, a elevação foi de 0,24%, a 13,255; para 2026, a elevação foi de 0,48%, a 11,485; para 2028, a elevação foi de 0,59%, a 11,835; e para 2033, a elevação foi de 0,81%, a 12,470.
Ata do Copom
O Banco Central divulgou pela manhã que avalia que a apresentação do arcabouço fiscal pelo governo reduziu a incerteza associada a cenários extremos de crescimento da dívida pública, conforme ata do Comitê de Política Monetária (Copom), destacando que o texto eventualmente aprovado poderá refletir em suas projeções para a inflação.
O documento reafirmou que, se o Congresso aprovar uma regra considerada crível e sólida, há uma tendência de um processo benigno de desinflação, embora ressalte que não há relação mecânica entre a regra fiscal e os níveis de preços.
Juliano Ferreira, economista-chefe da BGC Liquidez, comenta que o BC “fez mais gestos ao governo ressaltando que cenários extremos de trajetória da relação dívida/PIB saíram do radar, e isso fez com que o cenário de retomada de ciclo de alta fosse menos provável hoje”.
Sobre pistas sobre o rumo da Selic, Felipe Izac, sócio da Nexgen Capital, diz que não há sinais de redução em junho. “Os diretores do BC mantiveram a mesma postura rígida das ultimas reuniões: a projeção de inflação segue inalterada e indicaram que continuarão a fazer de tudo para deixar a inflação dentro da meta”, destaca.
“Com essa ata, certamente não vemos uma sinalização do BC em realizar cortes na Selic na próxima reunião”.
Felipe Izac, sócio da Nexgen Capital
Da mesma forma, Caio Megale, economista-chefe da XP, disse em nota que a ata é “consistente com uma Selic ficando estável por um bom tempo”.
Cenário externo
Nos EUA, o presidente Joe Biden e líderes republicanos no Congresso irão declarar nesta terça suas posições cara a cara sobre o aumento do teto da dívida de US$ 31,4 trilhões, com um calote sem precedentes se aproximando em três semanas se o Congresso não agir.
Antes da reunião das 16h (17h de Brasília), não havia sinais de que qualquer um dos lados concordaria imediatamente com quaisquer concessões que evitariam um calote já em 1º de junho.
Economistas alertam que um calote prolongado pode levar a economia dos EUA a uma recessão profunda com aumento do desemprego, ao mesmo tempo em que desestabiliza o sistema financeiro global construído sobre títulos dos EUA. Os investidores já estão se preparando para o impacto.
O mercado repercute ainda a notícia de que as importações da China contraíram com força em abril, enquanto as exportações aumentaram a um ritmo mais lento, reforçando os sinais de demanda doméstica fraca apesar do fim das restrições contra a covid e ampliando a pressão sobre uma economia que já enfrenta dificuldades diante do arrefecimento do crescimento global.
Analistas do UBS escreveram em nota que os dados de importações caíram mais do que o esperado, indicando que a demanda doméstica continua fraca apesar de políticas de apoio.
Já a Guide Investimentos destacou em relatório que, “na China, uma queda maior do que o esperado das importações aponta para uma recuperação ainda lenta do consumo interno na segunda maior economia do mundo, o que, junto da recente piora das perspectivas com os EUA, pinta um quadro de enfraquecimento da economia global“.
Destaques da bolsa
Natura
A ação NTCO3 disparou 15,08%, com o mercado repercutindo o balanço da empresa. A Natura&Co publicou na noite de segunda-feira prejuízo líquido de primeiro trimestre de R$ 652,4 milhões, ligeiramente acima do resultado negativo de R$ 643 milhões sofrido um ano antes.
Felipe Pontes, sócio-fundador da L4 Capital, comentou que a empresa teve “resultados mistos”, com “melhora significativa na margem operacional Brasil/Latam”, mas “desempenho insatisfatório das outras marcas: Avon e Body Shop”.
Braskem
Depois da disparada do dia anterior, a ação BRKM5 encerrou em alta mais uma vez, de 3,87%. Investidores repercutiram o balanço da empresa, divulgado na noite do dia anterior.
A Braskem teve lucro líquido de R$ 184 milhões para o primeiro trimestre, tombo de 95% sobre o desempenho de um ano antes. A receita líquida da companhia despencou 27%, para R$ 19,45 bilhões.
Bolsas mundiais
Wall Street
Os principais índices de ações dos Estados Unidos fecharam em baixa nesta terça-feira, com investidores mais cautelosos antes do relatório do índice de preços ao consumidor dos Estados Unidos e de uma reunião entre líderes políticos norte-americanos para discutir o teto da dívida.
De acordo com dados preliminares, o S&P 500 perdeu 0,46%, para 4.119,25 pontos. O índice de tecnologia Nasdaq recuou 0,63%, para 12.179,55 pontos. O Dow Jones caiu 0,16%, para 33.564,02 pontos.
Europa
As ações europeias caíram nesta terça-feira depois que uma série de balanços corporativos pessimistas azedou o sentimento, enquanto investidores aguardavam dados econômicos cruciais dos Estados Unidos para obter mais clareza sobre os planos de política monetária do Federal Reserve.
O índice pan-europeu STOXX 600 fechou em queda de 0,33%, a 465,41 pontos.
- Em LONDRES, o índice Financial Times recuou 0,18%, a 7.764,09 pontos.
- Em FRANKFURT, o índice DAX subiu 0,02%, a 15.955,48 pontos.
- Em PARIS, o índice CAC-40 perdeu 0,59%, a 7.397,17 pontos.
- Em MILÃO, o índice Ftse/Mib teve desvalorização de 0,16%, a 27.383,53 pontos.
- Em MADRI, o índice Ibex-35 registrou baixa de 0,31%, a 9.183,20 pontos.
- Em LISBOA, o índice PSI20 desvalorizou-se 0,36%, a 6.133,24 pontos.
Ásia
As ações da China e de Hong Kong caíram nesta terça-feira, uma vez que o sentimento do investidor foi prejudicado depois que os dados comerciais apontaram para uma demanda doméstica fraca.
- Em TÓQUIO, o índice Nikkei avançou 1,01%, a 29.242 pontos.
- Em HONG KONG, o índice HANG SENG caiu 2,12%, a 19.867 pontos.
- Em XANGAI, o índice SSEC perdeu 1,10%, a 3.357 pontos.
- O CSI300 retrocedeu 0,86%, a 4.027 pontos.
- Em SEUL, o índice KOSPI teve desvalorização de 0,13%, a 2.510 pontos.
- Em TAIWAN, o índice TAIEX registrou alta de 0,18%, a 15.727 pontos.
- Em CINGAPURA, o índice STRAITS TIMES desvalorizou-se 0,45%, a 3.242 pontos.
- Em SYDNEY o índice S&P/ASX 200 recuou 0,17%, a 7.264 pontos.
*Com informações da Reuters.
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