Finanças
Ibovespa cai mais de 2%, de olho em rumos para a Selic; dólar fecha em alta
Índice interrompeu ganhos após três altas seguidas, tendo no radar comentários do presidente do Banco Central.
O Ibovespa caiu mais de 2% nesta terça-feira (6), véspera de feriado no Brasil, em meio à aversão ao risco com aumento dos rendimentos dos títulos do Tesouro norte-americano e declarações de autoridades do Banco Central brasileiro, que ajustaram expectativas sobre o rumo da Selic. O dólar, por sua vez, disparou e deixou a moeda brasileira na lanterna global.
No dia, o Ibovespa recuou 2,17%, aos 109.763 pontos. Já o dólar subiu 1,64%, negociado a R$ 5,2382, chegando na máxima de R$ 5,2507.
- Cotação do Ibovespa hoje
- Cotação do dólar hoje
- Cotação de criptomoedas hoje
Cenário interno
No âmbito local, participantes do mercado digeriram comentários feitos na noite de segunda-feira pelo presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. Ele disse que a autarquia não pensa em queda de juros neste momento, e sim em “finalizar o trabalho”, fazendo a inflação convergir para as metas.
Sua fala foi interpretada como mais “hawkish” (agressiva na conduta da política monetária) do que as comunicações recentes do BC, e, nesta terça-feira, as taxas dos principais DIs subiram acentuadamente – de 14 a 20 pontos-base – na curva abrangendo janeiro de 2024 a janeiro de 2027.
Enquanto isso, “as comemorações do Bicentenário da Independência deverão dominar o cenário nos próximos dias no Brasil”, disse em relatório a Genial Investimentos.
A menos de um mês do primeiro turno das eleições, Bolsonaro busca demonstrar força ao mesclar convocatórias de campanha com eventos civis e militares marcados para o 7 de Setembro em Brasília e no Rio de Janeiro, enquanto a cúpula do Judiciário, provável alvo das manifestações, se prepara para a contenção de excessos nos discursos e atos contra as instituições com reforço de segurança.
Investidores devem monitorar os atos com cautela, de olho em qualquer escalada significativa nas tensões políticas locais.
Cenário externo
Os ânimos globais têm se deteriorado diante da iminência clara de recessão na Europa, que enfrenta uma crise energética, e riscos econômicos crescentes nos Estados Unidos, onde o Federal Reserve deve continuar aumentando os juros de forma agressiva, freando o consumo ao encarecer o crédito para famílias e empresas.
Em busca de pistas sobre a saúde da maior economia do mundo, investidores ficaram olho na divulgação de indicadores do setor de serviços dos EUA para agosto.
De acordo com a Reuters, o setor de serviços dos Estados Unidos avançou novamente em agosto pelo segundo mês consecutivo em meio ao crescimento mais forte de encomendas e empregos, enquanto os gargalos de oferta e a pressão sobre preços diminuíram, reforçando visão de que a economia não está em recessão apesar da queda da produção no primeiro semestre do ano.
Bolsas mundiais
Wall street
Os principais índices de Wall Street fecharam em baixa nesta terça-feira, a primeira sessão após o feriado do Dia do Trabalho e das férias de verão nos Estados Unidos, com operadores avaliando novos dados econômicos em meio a negociações voláteis.
De acordo com dados preliminares, o S&P 500 perdeu 0,36%, para 3.910,16 pontos. O índice de tecnologia Nasdaq recuou 0,73%, para 11.545,92 pontos. O Dow Jones caiu 0,47%, para 31.155,72 pontos.
Europa
As ações europeias fecharam em alta em negociações voláteis nesta terça-feira, após um início de semana difícil devido às preocupações com uma iminente crise de energia e recessão, enquanto a Delivery Hero subiu ao topo do índice STOXX 600 depois de visão melhor do Morgan Stanley sobre a empresa.
O índice pan-europeu STOXX 600 fechou em alta de 0,24%, a 414,38 pontos, após uma perda de 0,6% na sessão anterior, quando a Rússia parou de bombear gás através do gasoduto Nord Stream 1 para a Europa.
- Em LONDRES, o índice Financial Times avançou 0,18%, a 7.300,44 pontos.
- Em FRANKFURT, o índice DAX subiu 0,87%, a 12.871,44 pontos.
- Em PARIS, o índice CAC-40 ganhou 0,19%, a 6.104,61 pontos.
- Em MILÃO, o índice Ftse/Mib teve estabilidade, a 21.480,61 pontos.
- Em MADRI, o índice Ibex-35 registrou baixa de 0,26%, a 7.842,20 pontos.
- Em LISBOA, o índice PSI20 desvalorizou-se 0,63%, a 5.966,59 pontos.
Ásia e Pacífico
As ações da China fecharam em alta nesta terça-feira, com o apetite ao risco aumentando depois que os formuladores de política econômica do país prometeram fazer esforços renovados para impulsionar a economia atingida pela Covid-19.
- Em TÓQUIO, o índice Nikkei avançou 0,02%, a 27.626 pontos.
- Em HONG KONG, o índice HANG SENG caiu 0,12%, a 19.202 pontos.
- Em XANGAI, o índice SSEC ganhou 1,36%, a 3.243 pontos.
- O índice CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em XANGAI e SHENZHEN, avançou 0,92%, a 4.052 pontos.
- Em SEUL, o índice KOSPI teve valorização de 0,26%, a 2.410 pontos.
- Em TAIWAN, o índice TAIEX registrou alta de 0,11%, a 14.677 pontos.
- Em CINGAPURA, o índice STRAITS TIMES valorizou-se 0,27%, a 3.224 pontos.
- Em SYDNEY o índice S&P/ASX 200 recuou 0,38%, a 6.826 pontos.
*Com informações da Reuters.
Veja também
- Na contramão dos EUA, Ibovespa recua após vitória do Trump
- A bolsa tinha tudo para decolar em 2024, mas a Selic estragou a festa
- Embraer sobe 715% em 4 anos, quase tanto quanto a Nvidia. Entenda as razões
- Ibovespa recua 1,27%, a 125,8 mil pontos; dólar cai 0,44%
- Dólar fecha a R$5,736, alta de 1,43%; Ibovespa cai 0,2%