Finanças
Ibovespa fecha em queda, aos 117 mil pontos, à espera da Reforma Tributária
No exterior, ata do Fed e dados do mercado de trabalho elevaram expectativa por alta de juros nos EUA.
O Ibovespa fechou em queda nesta quinta-feira (7), pressionado pelo viés externo negativo, em meio a receios sobre os próximos passos do Federal Reserve (Fed), e com negociações envolvendo a votação da reforma tributária na Câmara dos Deputados, principalmente alterações na proposta original, também sob os holofotes. O dólar, por sua vez, teve alta sobre o real.
No dia, o Ibovespa caiu 1,78%, a 117.425 pontos. Já o dólar subiu 1,64%, negociado a R$ 4,92.
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No fim da tarde, a taxa do Depósito Interbancário (DI) para janeiro de 2024 estava em 12,845%, ante 12,805% do ajuste anterior, enquanto a taxa do DI para janeiro de 2025 estava em 10,825%, ante 10,769% do ajuste anterior. Entre os contratos mais longos, a taxa para janeiro de 2026 estava em 10,235%, ante 10,171% do ajuste anterior, e a taxa para janeiro de 2027 estava em 10,295%, ante 10,208%.
Tramitação da reforma tributária
O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), afirmou que iniciará nesta quinta, por volta das 18h, a votação em primeiro turno da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da reforma tributária em plenário da Casa.
“Espero que tenha sido e seja tempo suficiente para finalizar as conversas e a gente ter o texto definitivo para ir para a votação em primeiro turno”, disse Lira em plenário. O novo substitutivo da proposta foi apresentado nesta quarta pelo relator Aguinaldo Ribeiro (PP-PB). A primeira sessão de discussão foi encerrada no final da noite pelo presidente da Câmara.
Mudanças constitucionais, como a reforma tributária, precisam do apoio de ao menos 308 deputados, em dois turnos de votação. Em acordo com Lira, o líder do PT na Casa, Zeca Dirceu (PR), e o do governo, José Guimarães (PT-CE), apresentaram na última segunda um requerimento para permitir a quebra de interstício na votação da PEC. Na prática, o mecanismo, que precisa ser aprovado em plenário, autoriza a votação em segundo turno da PEC sem o cumprimento do prazo regimental de cinco sessões.
Cenário externo
No exterior, as atenções continuam voltadas às expectativas sobre o rumo da taxa de juros nos Estados Unidos. Um dia após a ata da última decisão de política monetária do Fed reforçar a possibilidade de retomada do ciclo de altas dos juros adiante, dados nos Estados Unidos mostraram nesta quinta criação de vagas no setor privado acima das expectativas.
O relatório ADP National Employment mostrou que o setor privado norte-americano abriu 497.000 vagas de emprego no mês passado, bem acima dos 228.000 postos calculados por economistas ouvidos pela Reuters.
Além disso, o Instituto de Gestão de Fornecimento (ISM) informou que seu PMI de serviços aumentou para 53,9 no mês passado, de 50,3 em maio e acima dos 51,0 projetados pelos economistas.
Nesta manhã, também foi divulgado que o número de norte-americanos que entraram com novos pedidos de auxílio-desemprego aumentou moderadamente na semana passada, indicando um alívio gradual nas condições do mercado de trabalho.
Os pedidos iniciais de auxílio-desemprego aumentaram em 12.000 na semana encerrada em 1º de julho, para 248.000 em dado com ajuste sazonal, informou o Departamento do Trabalho nesta quinta-feira. Economistas consultados pela Reuters previam 245.000 reivindicações para a última semana.
Destaques da B3
MRV
A MRV&CO (MRVE3) teve alta de 1,09%, tendo no radar anúncio de oferta de ações da ordem de R$ 1 bilhão, considerando o preço dos papéis no fechamento da véspera e a colocação do lote adicional.
Gol
A Gol (GOLL4) recuou 9,78% após a companhia informar que demanda total (RPK) por seus voos cresceu 14% em junho frente ao mesmo período do ano anterior, mas que a taxa de ocupação caiu a 75,7%, de 76,7% um ano antes, uma vez que a oferta (ASK) cresceu 15,4%.
Bolsas mundiais
Estados Unidos
Os principais índices de Wall Street fecharam em baixa nesta quinta-feira em uma ampla onda de vendas, após dados de um forte mercado de trabalho norte-americano impulsionarem os rendimentos dos títulos e alimentarem temores de que o Fed seja agressivo ao aumentar a taxa de juros dos EUA.
Segundo dados preliminares, o S&P 500 perdeu 0,80%, para 4.411,41 pontos. O índice de tecnologia Nasdaq recuou 0,82%, para 13.678,01 pontos. O Dow Jones caiu 1,08%, para 33.917,74 pontos.
Europa
As ações europeias caíram para o patamar mais baixo em três meses nesta quinta-feira, já que as crescentes preocupações sobre novos aumentos de juros globalmente prejudicaram o sentimento de risco, enquanto as ações do grupo Embracer tombaram após uma emissão de ações.
O índice pan-europeu STOXX 600 aprofundou perdas e fechou em queda de 2,34%, a 447,22 pontos, o nível mais baixo desde o final de março, enquanto o índice EURO STOXX 50 cedeu 2,9%.
O índice francês CAC 40 liderou as quedas entre as referências acionárias regionais.
- Em LONDRES, o índice Financial Times recuou 2,17%, a 7.280,50 pontos.
- Em FRANKFURT, o índice DAX caiu 2,57%, a 15.528,54 pontos.
- Em PARIS, o índice CAC-40 perdeu 3,13%, a 7.082,29 pontos.
- Em MILÃO, o índice Ftse/Mib teve desvalorização de 2,53%, a 27.506,91 pontos.
- Em MADRI, o índice Ibex-35 registrou baixa de 2,12%, a 9.285,00 pontos.
- Em LISBOA, o índice PSI20 desvalorizou-se 1,41%, a 5.872,76 pontos.
Ásia e Pacífico
As ações de Hong Kong e da China caíram nesta quinta-feira, acompanhando a fraqueza nos mercados regionais após a confirmação de uma postura agressiva do Fed e com a escalada nas tensões entre China e Estados Unidos.
- Em TÓQUIO, o índice Nikkei recuou 1,70%, a 32.773 pontos.
- Em HONG KONG, o índice HANG SENG caiu 3,02%, a 18.533 pontos.
- Em XANGAI, o índice SSEC perdeu 0,54%, a 3.205 pontos.
- O índice CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em XANGAI e SHENZHEN, retrocedeu 0,67%, a 3.842 pontos.
- Em SEUL, o índice KOSPI teve desvalorização de 0,88%, a 2.556 pontos.
- Em TAIWAN, o índice TAIEX registrou baixa de 1,73%, a 16.762 pontos.
- Em CINGAPURA, o índice STRAITS TIMES desvalorizou-se 1,10%, a 3.150 pontos.
- Em SYDNEY o índice S&P/ASX 200 recuou 1,24%, a 7.163 pontos.
*Com informações da Reuters e Estadão Conteúdo.
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