Finanças

Ibovespa fecha em queda e interrompe 7 altas seguidas; dólar tem leve recuo

Mais cedo, o indicador subia após dados de inflação dos Estados Unidos ficarem abaixo do previsto.

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O principal índice de ações da B3, o Ibovespa, inverteu o viés de alta registrado mais cedo e encerrou o pregão desta terça-feira (13) em queda, interrompendo uma sequência de sete pregões no azul. O índice chegou a ser beneficiado após dados de inflação nos Estados Unidos corroborarem a visão de que o Federal Reserve (Fed) fará nesta semana uma pausa no ciclo de alta de juros.

O Ibovespa caiu 0,51%, aos 116.743 pontos. Já o dólar teve leve queda de 0,12% frente ao real, cotado a R$ 4,8622, após chegar à mínima de R$ 4,848 mais cedo. Esta é a menor cotação de fechamento desde 6 de junho do ano passado, quando encerrou a R$ 4,7959.

Dados mostraram mais cedo que o índice de preços ao consumidor dos EUA aumentou 0,1% no mês passado com queda dos preços da gasolina, depois de avanço de 0,4% em abril.

Nos 12 meses até maio, o índice subiu 4,0%, menor patamar nessa base de comparação desde março de 2021, ante aumento de 4,9% em abril. Economistas consultados pela Reuters previam que o índice subiria 0,2% no mês passado e aumentaria 4,1% na comparação anual.

“A probabilidade de o Fed manter os juros entre 5% e 5,25% na reunião desta quarta-feira subiu… após a publicação do índice de preços dos Estados Unidos, que apresentou números em conformidade com as expectativas”

Bruna Sene, analista da Nova Futura Investimentos

Agora, o mercado aponta quase 100% de chance de o Fed deixar os juros inalterados na reunião de dois dias que se encerra na tarde de quarta, embora ainda espere nova alta dos juros em julho.

Juros na China também no radar

Sede do BC da China em Pequim 30/09/2022. REUTERS/Tingshu Wang

Ainda do cenário externo, o banco central da China reduziu uma taxa de empréstimo de curto prazo pela primeira vez em 10 meses nesta terça-feira, para ajudar a restaurar a confiança do mercado e sustentar a recuperação pós-pandemia na segunda maior economia do mundo.

O corte na taxa de empréstimo sinaliza uma possível flexibilização das taxas de longo prazo na próxima semana e depois, à medida que a demanda e o sentimento do investidor enfraquecem, aumentando a necessidade de estímulos urgentes para sustentar o crescimento da segunda maior economia do mundo.

Cenário interno

No Brasil, as atenções seguem voltadas às expectativas sobre a taxa Selic. O Banco Central se reunirá na semana que vem para deliberar sobre a política monetária. A expectativa predominante entre os operadores é de manutenção da Selic, mas há grandes chances de a autarquia abrir a porta para afrouxamento dos custos dos empréstimos ainda este ano, dizem especialistas.

“Em um cenário de desaceleração dos núcleos (de inflação) e expectativas caminhando para as respectivas metas, o início deste processo (de afrouxamento) poderia ser antecipado para setembro de 2023 ou até mesmo agosto, dependendo dos dados, um trimestre antes do que esperávamos”, disse Eduardo Nishio, chefe de pesquisa da Genial Investimentos, em relatório a clientes.

“É a política monetária contracionista, que foi viabilizada com a autonomia do Banco Central, fazendo efeito.”

Destaques da B3

Americanas

A Americanas (AMER3), que não está no Ibovespa, disparou mais de 6% depois de informar esta terça-feira que os assessores jurídicos da administração da empresa apresentaram, em reunião do conselho de administração realizada na véspera, relatório contendo achados preliminares sobre as inconsistências contábeis relatadas pela empresa em janeiro. O documento indica que houve fraude.

Vale

A Vale (VALE3) avançou mais de 6%, conforme os contratos futuros do minério de ferro nas bolsas de Cingapura e Dalian se recuperaram nesta terça-feira, com a melhora do sentimento do mercado depois que o BC da China, maior produtora de aço do mundo, reduziu a taxa de empréstimo de curto prazo.

Embraer

A Embraer (EMBR3) subiu mais de 2% após analistas do Citi elevaram o preço-alvo dos ADRs (recibos de ações da empresa negociados em Nova Iorque) de US$ 15,75 para US$ 16,50.

Bancos

As ações preferencias do Itaú Unibanco (ITUB4) terminaram o dia em alta de mais de 1%, após os analistas do UBS BB elevarem os preço-alvo do papel de R$ 35 para R$ 36 e reiteraram recomendação de compra.

Os papéis do Bradesco (BBDC3 BBDC3) também tiveram o dia em leve alta, depois que o UBS elevou a recomendação de compra. No radar também estava decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre pagamento de PIS/Cofins.

A unit do Santander (SANB11) subiram mais de 1%, após queda de mais de 3% na véspera, quando antecipou decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre pagamento de PIS/Cofins. Mais cedo o banco disse que o valor total estimado dos processos é de R$ 4,5 bilhões antes de impostos e que irá decidir sobre medidas cabíveis. O UBS BB também elevou o preço-alvo das units de R$ 29 para R$ 31, mas manteve a recomendação “neutra”.

Eneva

A Eneva (ENEV3) caiu mais de 3% tendo como pano de fundo corte na recomendação das ações para “underperform” por analistas do Bradesco BBI, que avaliam que as ações continuarão pressionadas em 2023, por fatores como aumento do ICMS no Maranhão e incertezas sobre a capacidade de leilão esperado para novembro. Eles ainda reduziram o preço-alvo de R$ 15 para R$ 9,70.

Bolsas mundiais

Wall Street

O S&P 500 e o Nasdaq atingiram novas máximas de um ano nesta terça-feira, repercutindo os dados dos preços ao consumidor nos Estados Unidos.

O Dow Jones subiu 0,43%, para 34.212,12 pontos. O S&P 500 avançou 0,69%, a 4.369,01 pontos, enquanto o Nasdaq Composite teve elevação de 0,83%, para 13.573,32.

(*Com informações da Reuters)

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