Finanças

Ibovespa avança com estímulos da economia na China; dólar cai

Autoridade monetária chinesa reduziu compulsório.

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O Ibovespa, principal índice da B3, avançou nesta quinta-feira (14), acompanhando o exterior após o banco central da China anunciar a redução da quantidade de dinheiro que os bancos devem manter como reservas, em mais uma medida para estimular a economia do mundo. Já o dólar recuou sobre o real.

O Ibovespa subiu 1,03%, aos 119.392 pontos, e o dólar recuou 0,91%, a R$ 4,8721.

A alta do Ibovespa também era reflexo das ações da Vale (VALE3) e da Petrobras (PETR4) após a alta do minério de ferro e do petróleo no exterior.

Na visão da equipe da Ágora Investimentos, o ambiente externo sugere a continuidade do movimento positivo que vem sendo observado na bolsa brasileira ao longo da semana, “ainda que o fôlego deva continuar limitado pelas preocupações em torno das contas públicas”.

China

O Banco do Povo da China cortou a taxa de compulsório para todos os bancos pela segunda vez neste ano. O primeiro corte, de 25 pontos, ocorreu em março. As medidas ocorrem em meio às tentativas da China de solucionar dificuldades com sua recuperação pós-pandemia.

A economia da China está enfrentando demanda fraca e “o corte do compulsório pode levar as instituições financeiras e aumentar o suporte para a economia real e impulsionar a confiança no mercado”, disse Wen Bin, economista-chefe do Minsheng Bank.

A medida deve liberar mais de 500 bilhões de iuanes (US$ 68,71 bilhões) em liquidez de médio a longo prazo, disse uma autoridade do banco central segundo a mídia estatal Xinhua.

No comunicado, o banco central também prometeu uma política monetária “precisa e contundente” para sustentar a economia, além de manter a taxa de câmbio do iuan basicamente estável.

Europa também no radar

Ainda do cenário externo, de acordo com Eduardo Moutinho, analista de mercado da Ebury, investidores globais ficaram aliviados depois que o BCE elevou sua taxa básica de juros a um pico recorde com uma sinalização de que esse provavelmente será seu último movimento na batalha contra a inflação alta.

“A decisão de subir os juros não foi realmente uma grande surpresa e a reação do mercado se concentrou no comunicado à imprensa em que o conselho do BCE agora considera que as taxas atingiram ‘níveis suficientemente restritivos'”

Eduardo Moutinho, analista de mercado da Ebury

“Além disso, tanto as previsões para o núcleo da inflação quanto para o crescimento foram revisadas para baixo, reforçando a narrativa de que as taxas provavelmente atingiram o pico na zona do euro.”

Serviços no Brasil

No Brasil, foi divulgado nesta manhã que o volume de serviços iniciou o terceiro trimestre com alta em julho, marcando o terceiro mês seguido de crescimento, ajudado principalmente por transportes. Em julho, o setor registrou avanço de 0,5% na comparação com junho, resultado que ficou ligeiramente acima da expectativa em pesquisa da Reuters de alta de 0,4%.

Com isso, os dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quinta mostram que o setor teve desempenho positivo em cinco dos sete primeiros meses do ano, acumulando nos últimos três ganho de 2,2%.

Na comparação com o mesmo mês do ano anterior, o volume de serviços registrou alta de 3,5%, contra expectativa de economistas de 3,6%.

“A dúvida pertinente é sobre a extensão do crescimento do setor de serviços e o seu legado inflacionário. Olhando à frente, a sua desaceleração parece certa, mas a grande incerteza reside no seu momento e na sua intensidade”, avaliou a equipe do PicPay em nota, prevendo bom desempenho do setor no segundo semestre.

Destaques

A Vale (VALE3) avançava subiu 4,1%, conforme os futuros do minério de ferro subiram pelo quarto pregão na Ásia. Além disso, analistas do JPMorgan publicaram relatório elevando suas previsões para os preços da commodity, bem como o preço-alvo dos papéis da mineradora e de outras empresas do setor, assim como a recomendação de Bradespar (BRAP4), que se valorizava 6,15%.

A Petrobras (PETR4) ganhou 2,54%, também favorecida pela alta dos preços do petróleo no exterior. A estatal deu início na véspera ao processo de licenciamento ambiental para 23 gigawatts (GW) de parques de energia eólica offshore na costa brasileira, em iniciativa que alavanca seus planos de descarbonização e a coloca como a principal empresa do país para projetos da nova tecnologia de geração renovável.

O Grupo Casas Bahia (VIA) desabaou 18,92%, tendo chegado a R$ 0,76 o pior momento, após vender ações a 0,80 real por papel em follow-on. Riscos de uma antecipação de dívida e a possibilidade de investidores desistirem de participar da oferta de ações também pressionavam as ações.

* com informações da Reuters)

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