Finanças
Ibovespa fecha em queda e dólar sobe, de olho em IBC-Br e IGP-10
No exterior, investidores repercutem decisões de política monetária no Japão, Europa e EUA.
O Ibovespa, principal indicador da bolsa brasileira, fechou em queda nesta sexta-feira (16), de olho em dados sobre a economia brasileira divulgados pelo Banco Central (BC), enquanto no exterior investidores repercutem decisões de política monetária no Japão após os anúncios do Federal Reserve (Fed) nos Estados Unidos e do Banco Central Europeu (BCE). O dólar terminou o dia em alta sobre o real.
No dia, o Ibovespa caiu 0,39%, aos 118.758 pontos, mas na semana subiu 1,49%. O dólar teve alta de 0,34% no dia, a R$ 4,8186, mas na semana acumulou queda de 1,18%.
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Economia crescendo
Do cenário interno, o BC informou que, após o forte crescimento no primeiro trimestre, a economia brasileira inaugurou o segundo também em terreno positivo, conforme o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br).
O indicador subiu 0,56% em abril, na série livre de efeitos sazonais. Em março, a queda havia sido de 0,14%. De março para abril, o índice de atividade calculado pelo BC passou a 148,33 pontos, maior resultado desde dezembro de 2013.
O dado do IBC-Br ficou acima da mediana das expectativas coletadas pelo Projeções Broadcast, de estabilidade. O intervalo ia de queda de 1,50% a alta de 1,30%.
De olho na inflação
Investidores também repercutem a notícia de que os recuos nos preços de grandes commodities garantiram a manutenção da deflação no atacado dentro do Índice Geral de Preços – 10 (IGP-10) de junho, conforme informou a Fundação Getulio Vargas (FGV).
O IGP-10 passou de uma queda de 1,53% em maio para um recuo de 2,20% em junho. O índice acumula redução de 6,31% em 12 meses, queda mais acentuada da série histórica. Em junho de 2022, o IGP-10 foi de 0,74%, acumulando elevação de 10,40% em 12 meses.
“A inflação medida pelo IGP-10 registra novo recuo e a taxa interanual acumula queda de 6,31%, a menor da série histórica do indicador. Os preços de commodities de grande importância seguem em queda e puxam para baixo o resultado do índice, com destaque para: óleo Diesel (de -5,63% para -15,80%), milho (de -12,48% para -15,63%) e bovinos (de -1,05% para -6,17%)”, afirmou André Braz, coordenador dos Índices de Preços do Instituto Brasileiro de Economia da FGV (Ibre/FGV), em nota oficial.
Cenário externo
O Banco do Japão (BoJ, na sigla em inglês) manteve inalteradas as principais referências que balizam a política monetária no país, conforme decisão divulgada nesta sexta. O anúncio de manutenção das taxas veio em linha com o esperado por analistas, que observam o banco preparando o caminho para realizar alterações na próxima reunião de política monetária, em julho.
O banco central japonês deixou a taxa de curto prazo para depósitos em -0,1% e a meta do rendimento do título público local (JGB) de 10 anos em cerca de zero. A autoridade monetária ainda reiterou que pretende manter a faixa de variação do juro no intervalo de -0,50% a +0,50%, patamar definido em dezembro.
A decisão do BoJ vem após as decisões do Fed e do BCE nesta semana. O Fed manteve as taxas estáveis após dez aumentos consecutivos, enquanto o BCE elevou as taxas de juros em 25 pontos-base e sinalizou mais aumentos à frente.
Bolsas mundiais
Wall Street
Os principais índices de Wall Street tiveram dia de alta nesta sexta-feira, com os sinais de alívio nas pressões inflacionárias e a desaceleração do crescimento econômico aumentando as expectativas de que o Fed possa encerrar o ciclo de alta de juros em breve.
Europa
As ações europeias subiram nesta sexta-feira, sustentadas por papéis de luxo e defensivos no final de uma semana dominada por importantes decisões de política monetária por parte de bancos centrais.
O índice pan-europeu STOXX 600 fechou em alta de 0,53%, a 466,80 pontos. O índice ganhou 1,5% na semana cheia de decisões de política monetária, seu melhor desempenho em mais de dois meses.
- Em LONDRES, o índice Financial Times avançou 0,19%, a 7.642,72 pontos.
- Em FRANKFURT, o índice DAX subiu 0,41%, a 16.357,63 pontos.
- Em PARIS, o índice CAC-40 ganhou 1,34%, a 7.388,65 pontos.
- Em MILÃO, o índice Ftse/Mib teve valorização de 0,47%, a 27.861,80 pontos.
- Em MADRI, o índice Ibex-35 registrou alta de 0,68%, a 9.495,00 pontos.
- Em LISBOA, o índice PSI20 valorizou-se 0,61%, a 6.075,98 pontos.
Ásia
As ações da China e de Hong Kong subiram nesta sexta-feira, em seu melhor desempenho semanal em cinco meses, em meio à expectativa entre investidores de mais estímulos depois que o banco central da China cortou algumas das principais taxas de juros nesta semana.
Na semana, o CSI300 e o Hang Seng acumularam altas de 2,8% e 3,4%, respectivamente, cada um registrando o melhor desempenho semanal em cinco meses.
- Em TÓQUIO, o índice Nikkei avançou 0,66%, a 33.706 pontos.
- Em HONG KONG, o índice HANG SENG subiu 1,07%, a 20.040 pontos.
- Em XANGAI, o índice SSEC ganhou 0,63%, a 3.273 pontos.
- O índice CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em XANGAI e SHENZHEN, avançou 0,96%, a 3.963 pontos.
- Em SEUL, o índice KOSPI teve valorização de 0,66%, a 2.625 pontos.
- Em TAIWAN, o índice TAIEX registrou baixa de 0,27%, a 17.288 pontos.
- Em CINGAPURA, o índice STRAITS TIMES valorizou-se 0,53%, a 3.260 pontos.
- Em SYDNEY o índice S&P/ASX 200 avançou 1,06%, a 7.251 pontos.
(*Com informações de Estadão Conteúdo e Reuters.)
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