Finanças
Ibovespa fecha no azul com ajuda de Petrobras; dólar sobe
Mercado ainda repercutiu a divulgação da ata do Fomc da véspera e seguiu de olho em pistas sobre a Selic.
O Ibovespa assegurou o sinal positivo no fechamento desta quinta-feira (18), apoiado no avanço das ações da Petrobras (PETR3, PETR4), mas não teve fôlego para fechar acima dos 114 mil pontos. O dólar teve alta frente ao real, depois de oscilar entre altos e baixos num pregão de sinais mistos vindos do exterior.
No dia, o mercado repercutiu a divulgação da ata do Comitê de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) da véspera e acompanhou declarações do presidente do Banco Central do Brasil, Roberto Campos Neto.
O Ibovespa subiu 0,09%, aos 113.812 pontos. O dólar subiu 0,08% a R$ 5,1716.
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Expectativa para a Selic
Parte relevante do avanço recente na bolsa de valores brasileira tem sido atribuído à perspectiva de que o Banco Central encerrou ou deve concluir em breve o ciclo de alta da taxa básica de juros, a Selic.
Nesta quinta-feira, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse que as pessoas entendem que o trabalho de política monetária no combate à inflação foi “em grande parte” feito, citando que o país é um dos poucos em que o mercado já precifica uma queda dos juros à frente.
“O Brasil fez o trabalho mais cedo, mais rápido, e as pessoas entendem que o trabalho do Banco Central está em grande parte feito”, afirmou.
Neste mês, o BC elevou a taxa Selic em 0,5 ponto percentual, a 13,75% ao ano, e informou que avaliará um ajuste residual na reunião de setembro, indicando que o agressivo ciclo de aperto monetário iniciado em 2021 foi encerrado ou está próximo do fim.
Em evento promovido pelo banco BTG, o presidente do BC explicou que a decisão de focar a política monetária no primeiro trimestre de 2024 é temporária e não muda o alvo da inflação.
Na reunião deste mês do Comitê do Política Monetária, o BC informou que decidiu dar ênfase à inflação acumulada em doze meses no primeiro trimestre de 2024, com o argumento de que a medida suaviza os efeitos diretos das mudanças tributárias implementadas pelo governo neste ano, que preveem corte temporário de impostos, com aumento da taxação em 2023.
Juros nos EUA
Investidores seguem atrás de sinais sobre os próximos passos do Federal Reserve (Fed), banco central dos Estados Unidos, após documento divulgado na quarta-feira criar expectativa de que o ritmo da alta do juros pode ser reduzido na próxima reunião, em setembro.
Nesta quinta-feira, dados mostraram que os pedidos de auxílio-desemprego aumentaram nos EUA, pela segunda semana consecutiva, como informou o Departamento do Trabalho, subindo em 14 mil, para 262 mil ajustados sazonalmente na semana encerrada em 6 de agosto.
“Os pedidos de auxílio caíram de novo nesta semana, mostrando a força do mercado de trabalho”, disse Chris Zaccarelli, chefe de investimentos da Independent Advisor Alliance. “Infelizmente, o que é bom para o trabalhador norte-americano é ruim para a tentativa do Fed de levar a inflação de volta a 2%.”
Operadores ainda veem uma probabilidade ligeiramente maior de o Fed elevar os juros em 0,5 ponto percentual em setembro, ao invés de promover um terceiro aumento de 0,75 ponto.
Bolsas Mundiais
Wall Street
Os índices S&P 500 e Nasdaq fecharam em alta nesta quinta-feira, depois que uma previsão de vendas otimista da Cisco Systems ajudou a impulsionar o setor de tecnologia, enquanto dados mostraram que a economia norte-americana permaneceu relativamente forte.
Investidores seguiram ao longo do dia avaliando a ata da reunião de julho do Federal Reserve, divulgada na quarta-feira e inicialmente interpretada como indicadora de uma postura menos agressiva do banco central dos Estados Unidos na política monetária.
De acordo com dados preliminares, o S&P 500 ganhou 0,24%, para 4.284,58 pontos. O índice de tecnologia Nasdaq Composite avançou 0,22%, para 12.965,97 pontos. O Dow Jones subiu 0,08%, para 34.007,12 pontos.
Europa
As ações europeias subiram nesta quinta-feira devido ao impulso dos papéis de empresas de petróleo, mas os ganhos foram limitados uma vez que a inflação acelerou a nível recorde em julho e autoridades do Banco Central Europeu indicaram outro grande aumento de juros no próximo mês.
O índice pan-europeu STOXX 600 fechou em alta de 0,39%, a 440,76 pontos, impulsionado por um ganho de 1,7% no setor de energia depois que os futuros de petróleo subiram.
- Em LONDRES, o índice Financial Times avançou 0,35%, a 7.541,85 pontos.
- Em FRANKFURT, o índice DAX subiu 0,52%, a 13.697,41 pontos.
- Em PARIS, o índice CAC-40 ganhou 0,45%, a 6.557,40 pontos.
- Em MILÃO, o índice Ftse/Mib teve valorização de 1,00%, a 22.985,70 pontos.
- Em MADRI, o índice Ibex-35 registrou baixa de 0,05%, a 8.430,30 pontos.
- Em LISBOA, o índice PSI20 valorizou-se 0,01%, a 6.269,69 pontos.
Ásia e Pacífico
As ações da China e de Hong Kong fecharam em baixa nesta quinta-feira, pressionadas por perspectivas de crescimento cada vez mais sombrias para a segunda maior economia do mundo, em meio a surtos de covid-19, crise imobiliária, onda de calor recorde e um espaço limitado para a flexibilização monetária.
- Em TÓQUIO, o índice Nikkei recuou 0,96%, a 28.942 pontos.
- Em HONG KONG, o índice HANG SENG caiu 0,80%, a 19.763 pontos.
- Em XANGAI, o índice SSEC perdeu 0,46%, a 3.277 pontos.
- O índice CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em XANGAI e SHENZHEN, retrocedeu 0,87%, a 4.180 pontos.
- Em SEUL, o índice KOSPI teve desvalorização de 0,33%, a 2.508 pontos.
- Em TAIWAN, o índice TAIEX registrou baixa de 0,44%, a 15.396 pontos.
- Em CINGAPURA, o índice STRAITS TIMES valorizou-se 0,33%, a 3.273 pontos.
- Em SYDNEY o índice S&P/ASX 200 recuou 0,21%, a 7.112 pontos.
*Com informações da Reuters.
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