Finanças
Ibovespa sobe 1,46% na semana; dólar tem 2ª semana consecutiva de queda
Índice se descolou dos principais índices de Nova York, que fecharam em queda.
O dólar encerrou a sexta-feira (20) em queda com a segunda baixa semanal consecutiva. Enquanto isso, o principal índice da bolsa brasileira, o Ibovespa, subiu nesta sexta-feira, encerrando a semana em alta, com a recuperação dos ativos nos mercados internacionais após a China cortar os juros via taxa de referência para financiamentos imobiliários.
Além disso, as empresas ligadas ao minério de ferro, em conjunto com os bancos, ajudaram a sustentar o índice brasileiro mesmo após piora nos mercados externos.
O Ibovespa subiu 1,39%, aos 108.487 pontos, bem próximo da máxima de 108.795 pontos, com um volume financeiro de R$ 22,15 bilhões. Na semana, o indicador avançou 1,46%.
Já o dólar recuou 0,89%, negociado a R$ 4,82729 após chegar a R$ 4,8529 na mínima e atingir R$ 4,9213 na máxima. Na semana, a queda foi de 3,64%, a segunda consecutiva.
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Corte de juros na China
A China cortou sua taxa de juros de referência para hipotecas, em sua segunda redução neste ano, conforme o país procura reanimar o setor habitacional e sustentar a economia.
O estímulo vem na esteira de lockdowns prolongados em algumas cidades chinesas, incluindo o centro financeiro de Xangai, conforme o país enfrentava uma nova onda de casos de covid-19.
As restrições levantaram temores no mercado nas últimas semanas de que uma desaceleração na economia da China, a segunda maior do mundo, poderia minar a atividade global, embora uma melhora recente no número de casos da doença possa levar à suspensão dos bloqueios em breve.
Participantes do mercado receberam bem a notícia de estímulo via corte de juros. Guilherme Esquelbek, da Correparti Corretora, comentou que a medida pode elevar esperanças de que a China conseguirá superar a crise que tem enfrentado diante da deterioração da situação sanitária.
Por sua vez, Carla Argenta, economista-chefe da CM Capital, viu impacto limitado do corte de juros na China nos mercados de câmbio, já que a redução ocorreu apenas nos juros de longo prazo – os custos dos empréstimos de prazo mais curto da China ficaram inalterados.
Queda do dólar
Segundo Argenta, a queda do dólar tanto nesta sessão quanto na anterior é reflexo do alinhamento do mercado doméstico ao internacional, onde o índice da moeda norte-americana contra uma cesta de moedas fortes recuou nesta semana de picos em duas décadas atingidos mais cedo neste mês, ao mesmo tempo que cedeu bastante terreno contra o euro. “Esse movimento é reproduzido nos mercados emergentes também”, explicou.
O grande foco de especialistas em câmbio tem sido a condução das políticas monetárias nas principais economias do mundo. O Federal Reserve (Fed), banco central dos EUA, iniciou em março deste ano um ciclo de alta dos juros, que está encabeçando a ritmo mais agressivo que o inicialmente previsto pelos mercados.
No âmbito local, o aval dado nesta semana pelo Tribunal de Contas da União (TCU) à privatização da Eletrobras teve impacto positivo no câmbio, uma vez que agentes financeiros estrangeiros podem passar a enxergar melhores oportunidades de investimento no Brasil, disse Argenta.
Bolsas mundiais
Wall Street
Os principais índices de ações dos Estados Unidos fecharam praticamente estáveis nesta sexta-feira, ao final de uma semana volátil abalada por preocupações sobre o impacto da inflação nos resultados corporativos e as consequências de aumentos de juros sobre o crescimento econômico.
O índice S&P 500 fechou estável aos 3.901 pontos, assim como o Dow Jones, que chegou 31.261 pontos. O índice de tecnologia Nasdaq Composite caiu 0,30%, a 11.354.
Europa
As ações europeias avançaram nesta sexta-feira, com um impulso dos setores defensivos depois que expectativas de uma recuperação econômica na China, grande parceiro comercial, foram reforçadas por mais estímulos do banco central local. Ainda assim, o mercado europeu registrou queda na semana.
Papéis de viagens e turismo, serviços financeiros, saúde e serviços públicos lideraram os ganhos na Europa e subiram entre 1,5% e 2,0%, o que fez o STOXX 600 fechar em alta de 0,73%, a 431,10 pontos. Na semana, porém, o índice pan-europeu teve baixa de 0,5%.
- Em LONDRES, o índice Financial Times avançou 1,19%, a 7.389,98 pontos.
- Em FRANKFURT, o índice DAX subiu 0,72%, a 13.981,91 pontos.
- Em PARIS, o índice CAC-40 ganhou 0,20%, a 6.285,24 pontos.
- Em MILÃO, o índice Ftse/Mib teve valorização de 0,12%, a 24.095,00 pontos.
- Em MADRI, o índice Ibex-35 registrou alta de 0,93%, a 8.484,50 pontos.
- Em LISBOA, o índice PSI20 valorizou-se 0,28%, a 5.921,16 pontos.
Ásia e Pacífico
As ações da China fecharam em alta nesta sexta-feira depois que os bancos chineses cortaram a taxa de referência para hipotecas.
- Em TÓQUIO, o índice Nikkei avançou 1,27%, a 26.739 pontos.
- Em HONG KONG, o índice HANG SENG subiu 2,96%, a 20.717 pontos.
- Em XANGAI, o índice SSEC ganhou 1,60%, a 3.146 pontos.
- O índice CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em XANGAI e SHENZHEN, avançou 1,95%, a 4.077 pontos.
- Em SEUL, o índice KOSPI teve valorização de 1,81%, a 2.639 pontos.
- Em TAIWAN, o índice TAIEX registrou alta de 0,78%, a 16.144 pontos.
- Em CINGAPURA, o índice STRAITS TIMES valorizou-se 1,56%, a 3.240 pontos.
- Em SYDNEY o índice S&P/ASX 200 avançou 1,15%, a 7.145 pontos.
* Com informações da Reuters.
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