Finanças
Ibovespa fecha sessão em baixa, mas avança mais de 6% em agosto; dólar sobe
Investidores monitoraram cenário mundial de alta de juros e dados de emprego no Brasil e nos EUA.
O Ibovespa fechou em baixa nesta quarta-feira (31), em meio às preocupações de alta de juros no cenário mundial e dados de emprego nos Estados Unidos e no Brasil. Em contrapartida, o indicador terminou agosto com o segundo maior ganho mensal do ano. O dólar, por sua vez, teve alta na sessão e no mês.
No dia, o Ibovespa caiu 0,82%, aos 109.552 pontos. No mês, o indicador subiu 6,16%. Nesta sessão, o dólar avançou 1,72%, negociado a R$ 5,2009. No mês, a moeda subiu 0,51.
Estrategistas da XP Investimentos, no entanto, destacaram que, apesar a melhora no mercado, ainda há bastante incertezas nos cenários global, com preocupações inflacionárias e relacionadas à recessão econômica, e doméstico, com riscos políticos podendo aumentar.
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De olho no cenário econômico
Nesta quarta-feira, os mercados olham para os indicadores daqui e dos EUA, sendo os principais a taxa de desemprego, a variação de empregos privados nos EUA e os estoques de petróleo bruto também dos EUA, bem como para falas de dirigentes do Federal Reserve (FED), banco central americano, que devem sustentar as expectativas dos mercados em relação ao futuro da política monetária dos EUA, segundo relatório da Travelex.
“Os mercados refletem a possibilidade de aperto monetário mais agressivo nas economias desenvolvidas”, disse o Bradesco em relatório, destacando nervosismo na esteira de dados desta manhã que mostraram que a inflação da zona do euro acelerou para novo pico recorde em agosto.
Relatório da ADP mostrou que a abertura de empregos no setor privado dos Estados Unidos totalizou 132 mil vagas em agosto, abaixo da expectativa de 288 mil em pesquisa da Reuters. Os dados de emprego nos EUA mais fracos que o esperado e uma queda nos preços do petróleo ajudavam a aliviar alguns temores acerca de inflação.
Por aqui, a taxa de desemprego no Brasil ficou em 9,1% nos três meses até julho, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). É o menor índice da série desde o trimestre encerrado em dezembro de 2015, quando também foi de 9,1%.
Bolsas Mundiais
Wall Street
Os mercados de ações dos Estados Unidos encerraram o mês em sua quarta queda diária consecutiva nesta quarta-feira, consolidando o desempenho mais fraco para agosto em sete anos, à medida que persistem preocupações com aumentos agressivos das taxas de juros pelo Federal Reserve.
Os três principais índices sofreram suas maiores quedas percentuais mensais em agosto desde 2015. Depois de atingir uma máxima em quatro meses em meados de agosto, o S&P 500 tropeçou nas últimas semanas, caindo mais de 8% até o fechamento desta quarta-feira e rompendo vários níveis de suporte técnico observados de perto por operadores.
O índice S&P 500 fechou em queda de 0,78%, a 3.955,00 pontos. O Dow Jones caiu 0,88%, a 31.510,43 pontos. O índice de tecnologia Nasdaq Composite recuou 0,56%, a 11.816,20 pontos.
No mês, o Dow caiu 4,06%, o S&P 500 perdeu 4,24%, e o Nasdaq recuou 4,64%.
Europa
As ações europeias recuaram nesta quarta-feira e registraram baixa no saldo do mês, com dados mostrando que a inflação da zona do euro atingiu em agosto outro recorde, enquanto preocupações com a energia se intensificaram depois de a Rússia começar a interromper o fluxo de gás para a Alemanha por meio de uma importante rota de fornecimento.
O índice pan-europeu STOXX 600 fechou a sessão desta quarta-feira em queda de 1,12%, a 415,12 pontos, e tocou novas mínimas em seis semanas, estendendo suas perdas para um quarto pregão consecutivo. Os papéis de energia cederam 2,6% e ficaram na lanterna, já que os preços do petróleo continuaram a cair por causa de temores de recessão.
O STOXX 600 registrou declínio mensal de 5,1%, devido a preocupações com políticas monetárias agressivas por parte de bancos centrais e riscos crescentes de recessão e racionamento de energia no continente.
A inflação na zona do euro acelerou para novo recorde de 9,1% neste mês, de 8,9% em julho, superando as expectativas e se distanciando ainda mais da meta de 2% do Banco Central Europeu (BCE). O índice de ações da zona do euro caiu 1,0% nesta quarta, pairando mínimas em seis semanas.
“Este é mais um número de chorar e mostra que os consumidores estavam sentindo a dor mesmo antes de a Rússia apertar seu controle sobre o mercado de energia”, disse Susannah Streeter, analista sênior de investimentos e mercados da Hargreaves Lansdown.
- Em LONDRES, o índice Financial Times recuou 1,05%, a 7.284,15 pontos.
- Em FRANKFURT, o índice DAX caiu 0,97%, a 12.834,96 pontos.
- Em PARIS, o índice CAC-40 perdeu 1,37%, a 6.125,10 pontos.
- Em MILÃO, o índice Ftse/Mib teve desvalorização de 1,22%, a 21.559,32 pontos.
- Em MADRI, o índice Ibex-35 registrou baixa de 1,17%, a 7.886,10 pontos.
- Em LISBOA, o índice PSI20 desvalorizou-se 0,42%, a 5.995,24 pontos
Ásia e Pacífico
As ações de Xangai caíram nesta quarta-feira, com algumas grandes cidades apertando as restrições contra a Covid-19 para combater novos surtos, enquanto o sentimento também foi prejudicado por dados que mostram contração prolongada da atividade industrial.
- Em TÓQUIO, o índice Nikkei caiu 0,37%, a 28.091,53 pontos.
- Em HONG KONG, o índice HANG SENG subiu 0,03%, a 19.954 pontos.
- Em XANGAI, o índice SSEC perdeu 0,78%, a 3.202 pontos.
- O índice CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em XANGAI e SHENZHEN, avançou 0,07%, a 4.078 pontos.
- Em SEUL, o índice KOSPI teve valorização de 0,86%, a 2.472 pontos.
- Em TAIWAN, o índice TAIEX registrou alta de 0,95%, a 15.095 pontos.
- Em CINGAPURA, o índice STRAITS TIMES desvalorizou-se 0,55%, a 3.221 pontos.
- Em SYDNEY o índice S&P/ASX 200 recuou 0,16%, a 6.986 pontos.
*Com informações da Reuters.
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