Finanças

Ibovespa encosta nos 100 mil pontos com recuperação chinesa; dólar sobe

Bolsa fechou em alta de 2,24%, maior patamar desde 5 de março

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O Ibovespa, principal índice da B3, teve alta representativa nesta segunda-feira (6), puxado pela recuperação chinesa quase encostou nos 100 mil pontos. A bolsa de valores fechou em alta de 2,24% aos 98.937 pontos. Este foi o maior patamar do Ibovespa desde o dia 5 de março.

A valorização seguiu as bolsas asiáticas, o índice de Xangai avançou 5,7%. A economia chinesa melhora rapidamente com controle da segunda onda do coronavírus e a realidade econômica supera as projeções de recuperação dos especialistas.

Segundo analise de economistas, desde o mês de fevereiro a economia chinesa segue recuperação em formato V. E tudo indica que a segunda maior economia do mundo terá uma recuperação mais rápida do que o projetado.

Neste cenário, o dólar teve um dia de alta. O dólar comercial subiu 0,594%, cotado a R$5,352. Na máxima do dia, a moeda americana chegou a R$ 5,353.

No cenário político, o ministro de Economia Paulo Guedes anunciou que a Reforma Tributária deve ser votada ainda em 2020 e que nos próximos três meses, quatro grandes companhias serão privatizadas. Guedes não mencionou o nome destas companhias.

Entre as ações mais negociadas do dia subiram: as preferenciais da Petrobras (PETR4), com alta de 2,41%. E as ações da Vale (VALE3), que avançaram 2,37%. As companhias valorizaram em meio a um cenário de leves variações para as commodities.

As ações da Cogna (COGN3) dispararam 5,56%. A companhia Vasta Plataform que integra o grupo Cogna pediu para fazer uma oferta pública inicial de ações (IPO) na Nasdaq. A notícia agitou os mercados.

Subiram também os bancos Bradesco (BBDC4) e Itaú (ITUB4), 6,09% e 4,64%, respectivamente.

Destaques da Bolsa

Nas maiores altas do dia estava a B2W (BTOW3), que disparou 8,63%. A companhia se beneficiou com a notícia de que as Lojas Americanas aprovaram a operação de follow on de até 80 milhões de ações ordinárias e 100 milhões de papéis preferenciais.

Os recursos arrecadados com a operação serão utilizados para investir no aplicativo AME Digital, além de capitalizar a B2W. As ações das Lojas Americanas (LAME4) fecharam em alta de 5,16%.

Entre os destaques positivos do dia também estava a Cogna (COGN3) que fechou em alta de 5,56%. A Vasta Plataform, companhia que integra o grupo educacional, fará uma oferta público inicial de ações (IPO) na Nasdaq. Com os recursos levantados, a companhia deve consolidar soluções digitais para o segmento de educação básica em escolas particulares.

Subiram ainda: a CVC Brasil (CVCB3) e Qualicorp (QUAL3), com alta de 10,55% e 7,38%, respectivamente.

Entre os destaques negativos recuaram: as ações do IRB Brasil (IRBR3), com queda de 1,76%. E os papéis da Klabin (KLBN11) caíram 1,10%.

Cenário interno

Na agenda desta semana estão pendentes a divulgação dos dados das vendas no varejo e do IPCA-15, o investidor começa a semana analisando as declarações do ministro da Economia, Paulo Guedes. O mercado reage bem a sinalização de que o governo prepara “quatro grandes privatizações” em até 90 dias. Segundo o ministro, o governo está empenhando em fazer a reforma tributária ainda este ano. No entanto, o mercado está atento a intenção de Guedes de tributar dividendos e transações digitais.

Na pesquisa Focus, foi mantida a projeção para este ano de IPCA em 1,63%, e a Taxa Selic em 2,00%. As projeções do PIB tiveram leve melhora, de -6,54% para -6,50%. A taxa de câmbio para fim de 2020 segue em R$ 5,20 e, para o fim de 2021, passou de R$ 5,00 para R$ 5,05.

Já o Índice de Preços ao Consumidor – Classe 1 (IPC-C1) subiu 0,33% em junho, depois de uma queda de 0,30% em maio, segundo a Fundação Getulio Vargas (FGV).

Bolsas americanas

As bolsas de Nova York fecharam com ganhos nesta segunda-feira, 6. Uma jornada forte no mercado acionário da China ajudou o humor desde o início do dia, apoiado também por uma compra de ativos da Berkshire Hathaway, do bilionário Warren Buffett, e por sinais de retomada econômica. Com isso, ficou em segundo plano a disseminação da covid-19 em vários Estados americanos.

O índice Dow Jones fechou em alta de 1,78%, em 26.287,03 pontos, o Nasdaq subiu 2,21%, a 10.433,65 pontos, em nova máxima histórica de fechamento, e o S&P 500 teve ganho de 1,59%, a 3.179,72 pontos.

A notícia de que a empresa de Buffett comprou ativos da Dominion Energy por US$ 9,7 bilhões agradou, já que foi a primeira aquisição de peso do megainvestidor desde o início da pandemia.

Entre ações em foco, Amazon subiu 5,77%, com o papel superando a marca de US$ 3 mil hoje. A ação sobe mais de 65% em 2020, com a avaliação de que a empresa tem um modelo de sucesso para lidar com esse quadro de pandemia. Uber avançou 6,00%, após comprar o serviço de delivery Postmates por US$ 2,65 bilhões.

Entre algumas ações de peso, Apple subiu 2,68%, Alphabet ganhou 2,02% e Microsoft, 2,15%. Boeing fechou em alta de 3,93% e Caterpillar, de 1,34%. Entre os bancos, Citigroup subiu 2,81% e Bank of America, 1,59%. Entre os setores, serviços de comunicação, finanças e tecnologia puxaram as altas.

O NateWest destaca em relatório que, além da força da China, ajudou o índice de atividade de serviços dos EUA medido pelo Instituto para Gestão da Oferta (ISM, na sigla em inglês), que subiu de 45,4 em maio a 57,1 em junho, acima da previsão de 50,1 dos analistas.

O banco cita também declaração do líder republicano no Senado, Mitch McConnell, segundo a qual deve ser aprovado novo pacote de estímulos no Congresso americano.

Bolsas asiáticas

As bolsas asiáticas fecharam em alta nesta segunda-feira, impulsionadas por um rali na China, que ganhou força com sinais recentes de que a segunda maior economia do mundo está se recuperando do choque do coronavírus em ritmo mais rápido do que se previa.

Os últimos indicadores chineses, que mostraram retomada da atividade econômica e aumento dos lucros no setor industrial depois do violento impacto da covid-19, geram esperanças de que as bolsas do país tenham um “bull market”, ou seja, atravessem um período de tendência de alta. No fim de semana, a mídia estatal chinesa afirmou que um bull market “saudável” é agora mais importante para a economia doméstica do que nunca.

O índice Xangai Composto saltou 5,71% hoje, a 3.332,88 pontos, assegurando seu maior ganho diário desde 2015 e atingindo o maior nível desde o começo de 2018, e o menos abrangente Shenzhen Composto avançou 3,90%, a 2.121,59 pontos. Juntos, os dois mercados chineses movimentaram mais de 1,5 trilhão de yuans (cerca de US$ 212 bilhões) nesta segunda, o maior valor em cinco anos, segundo a provedora de dados Wind.

Em outras partes da Ásia, o Hang Seng subiu 3,81%, a 26.339,16 pontos, enquanto o japonês Nikkei se valorizou 1,83% em Tóquio, a 22.714,44 pontos, o sul-coreano Kospi avançou 1,65% em Seul, a 2.187,93 pontos, e o Taiex registrou ganho de 1,74% em Taiwan, a 12.116,70 pontos.

*Com Estadão Conteúdo

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