Finanças
Dólar fecha em queda, ainda de olho em Fed; Ibovespa encerra quase estável
Internamente, investidores seguem atentos à CPI da Covid e privatização da Eletrobras.
O dólar fechou em queda contra o real nesta quinta-feira (20), depois de registrar no dia anterior ganho acentuado com a ata da última reunião do Federal Reserve, em que o banco central norte-americano apresentou os primeiros sinais de conversas sobre um aperto monetário. Já o Ibovespa, principal indicador da bolsa brasileira, teve dia quase estável.
O Ibovespa subiu 0,05%, aos 122.701 pontos. O dólar caiu 0,68%, a R$ 5,2766. Acompanhe mais cotações.
No cenário interno, os investidores seguem atentos à continuação do depoimento do ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello à CPI da Covid e à aprovação pela Câmara de medida provisória que viabiliza a desestatização da Eletrobras (ELET3 e ELET6).
Fed segue repercutindo
No dia anterior, o dólar foi impulsionado por um movimento global de fortalecimento da moeda após o Fed oferecer o primeiro sinal mais claro sobre futuras discussões internas acerca de redução de estímulos.
Segundo a ata da reunião de abril do banco central, “algumas” autoridades do Fed pareciam prontas para começar a avaliar mudanças na política monetária com base no rápido e contínuo progresso da recuperação econômica dos EUA, embora dados desde então já possam ter mudado esse cenário.
“Os investidores ainda estão analisando o que o Fed quer dizer, como seria uma retirada de estímulos, então ainda há muita dúvida”, disse à Reuters Thomás Gibertoni, analista da Portofino Multi Family Office.
“Mas qualquer fala sobre aumento de juros nos Estados Unidos atrai capital para o país, o que acaba prejudicando ativos de risco, principalmente os emergentes.”
Em meio à incerteza, explicou, os mercados internacionais devem trabalhar com maior volatilidade daqui para frente, ao sabor dos comentários das autoridades do Fed sobre as perspectivas da política monetária. “Teremos ‘overshooting’ num dia, no outro o mercado acomoda um pouco mais. Hoje é dia de acomodação”, afirmou, referindo-se ao arrefecimento do dólar.
Cenário interno
Enquanto isso, no Senado Nacional, depois de ser suspenso na véspera, o depoimento de Pazuello era retomado nesta quinta-feira.
Ao mesmo tempo, vários especialistas chamavam a atenção para a notícia de que a Câmara dos Deputados aprovou a medida provisória de privatização da Eletrobras na noite de quarta-feira, encaminhando o texto para votação no Senado, em uma vitória do governo no processo de desestatização que poderá levantar bilhões de reais para a União.
“Se as pautas reformistas e de privatização caminharem, o nosso risco-país será percebido de maneira mais positiva e pode atrair capital para nossos mercados”, explicou Gibertoni, acrescentando que a perspectiva de aumento de juros no Brasil também colaboraria para a entrada de mais fluxos nos mercados domésticos.
Destaques da bolsa
Cielo (CIEL3) subiu 0,77%, um dia depois do anúncio de que seu diretor-presidente, Paulo Caffarelli, renunciou ao cargo e que Gustavo Henrique Santos de Sousa, atual vice-presidente de finanças e diretor de relações com investidores, será seu sucesso no cargo.
Eletrobras (ELET6) caiu 3,02%, em dia marcado por novo avanço do projeto de privatização da companhia no Congresso. “A aprovação da MP de privatização da companhia na Câmara foi positiva, mas veio acompanhada de diversos ‘jabutis’, emendas que mudam o texto, muitas sem relação direta com objetivo original da proposta e por isso a aprovação no Senado poderá enfrentar dificuldades”, comenta José Falcão, analista da Easynvest.
VALE (VALE3) caiu 1,02%, pesando no Ibovespa, diante de nova queda dos preços do minério de ferro na China, após o governo buscar uma supervisão mais rigorosa dos mercados de commodities para conter os preços exorbitantes, desencadeando uma correção.
PETROBRAS PN (PETR4) cedeu 0,84%, contaminada pela queda dos preços do petróleo no exterior, onde o Brent recuou 2,3%.
UNIDAS ON (LCAM3) encerrou em alta de 5,12% e LOCALIZA ON (RENT3) subiu 4,53%, após o Cade decidir aprofundar a análise da fusão das empresas, o que trouxe certo alívio a receios no mercado de que o órgão antitruste recomendasse de primeiro a não aprovação do acordo.
BRF (BRFS3) subiu 5,18%, ampliando a recuperação em maio. O presidente-executivo da companhia, Lorival Luz, afirmou nesta quinta-feira que a BRF tem buscado oportunidades de crescer localmente no mercado da China, que representa mais de 30% das exportações da empresa para a Ásia.
BANCO INTER UNIT (BIDI11) avançou 3,17%, após fechar parceria como o Banco ABC Brasil para atuar conjuntamente em áreas como estruturação, colocação e distribuição de títulos e valores mobiliários e de fundos de investimentos.
Bolsas internacionais
Os principais índices de Wall Street recobraram fôlego nesta quinta-feira, após três dias de queda, impulsionados pelos ganhos em ações de tecnologia, uma vez que o menor número de pedidos semanais de auxílio-desemprego desde o início da recessão causada pela pandemia aumentou o apetite ao risco.
- O índice Dow Jones subiu 0,55%, a 34.084 pontos
- S&P 500 ganhou 1,055476%, a 4.159 pontos
- O índice de tecnologia Nasdaq avançou 1,77%, a 13.536 pontos
As ações europeias subiram nesta quinta-feira, um dia após uma das piores liquidações deste ano, com fortes balanços e notícias de fusão no setor de chips ajudando investidores a superar preocupações com a inflação.
- Em LONDRES, o índice Financial Times avançou 1,00%, a 7.019,79 pontos.
- Em FRANKFURT, o índice DAX subiu 1,70%, a 15.370,26 pontos.
- Em PARIS, o índice CAC-40 ganhou 1,29%, a 6.343,58 pontos.
- Em MILÃO, o índice Ftse/Mib teve valorização de 0,88%, a 24.702,11 pontos.
- Em MADRI, o índice Ibex-35 registrou alta de 0,59%, a 9.124,30 pontos.
- Em LISBOA, o índice PSI20 valorizou-se 1,15%, a 5.280,14 pontos.
O mercado acionário da China terminou sem direção comum nesta quinta-feira, uma vez que os ganhos no setor financeiro compensaram perdas nas empresas de recursos básicos depois que Pequim prometeu estabilizar os preços de commodities.
- Em TÓQUIO, o índice Nikkei avançou 0,19%, a 28.098 pontos.
- Em HONG KONG, o índice HANG SENG caiu 0,50%, a 28.450 pontos.
- Em XANGAI, o índice SSEC perdeu 0,11%, a 3.506 pontos.
- O índice CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em XANGAI e SHENZHEN, avançou 0,27%, a 5.186 pontos.
- Em SEUL, o índice KOSPI teve desvalorização de 0,34%, a 3.162 pontos.
- Em TAIWAN, o índice TAIEX registrou baixa de 0,56%, a 16.042 pontos.
- Em CINGAPURA, o índice STRAITS TIMES valorizou-se 0,18%, a 3.109 pontos.
- Em SYDNEY o índice S&P/ASX 200 avançou 1,27%, a 7.019 pontos.
(*Com Reuters)