Finanças
Indústria de fundos cresce e fecha 2020 com patrimônio de R$ 6 trilhões
Apesar da saída expressiva de recursos da renda fixa, a renda variável garantiu uma captação positiva; número de investidores também cresceu.
Mesmo com a saída maciça de recursos da renda fixa, a indústria de fundos conseguiu crescer em 2020, impulsionada pela captação positiva de ações e multimercados. Ela fechou o ano com um patrimônio líquido de R$ 6 trilhões, segundo dados da Anbima (Associação Brasileira das Entidades do Mercado Financeiro e de Capitais) divulgados esta semana.
O montante equivale a 80% do PIB brasileiro, que é a soma de todas as riquezas produzidas no país. Segundo a Anbima, os R$ 6 trilhões incluem 99% dos investimentos no mercado doméstico e o restante offshore (fundos constituídos fora do Brasil, mas com gestão local).
O número de investidores também aumentou no período. No final de dezembro, o total de contas ativas somava 25 milhões, contra 17,5 milhões em junho de 2019, quando o patrimônio líquido desta indústria era de R$ 5 trilhões.
Da renda fixa para a variável
Já a captação líquida (que é a diferença entre os aportes e resgates dos investidores) ficou positiva em R$ 156,4 bilhões em 2020, mesmo com a saída expressiva de R$ 41,2 bilhões em recursos da renda fixa. A categoria sofreu com a queda na rentabilidade das aplicações atreladas à taxa Selic, que saiu de 4,5% no começo de 2020 e terminou em 2% ao ano.
A salvação veio dos fundos de ações e multimercados, que juntos captaram R$ 166,9 bilhões (veja os detalhes no gráfico). Os números confirmam a tendência de investidores migrarem da renda fixa para a variável, com busca de maiores retornos diante dos juros historicamente baixos no país.
Outras categorias
Outra categoria que também fechou o ano com captação líquida positiva foi a dos fundos de Previdência, que somaram R$ 31 bilhões em 2020. Este tipo de investimento vem atraindo recursos de forma crescente desde a aprovação da reforma que mudou as regras de acesso às aposentadorias do INSS, em 2019.
Os fundos cambiais (que acompanham as cotações de moedas) e os ETFs (fundos que copiam o desempenho de índices) também encerraram o ano com captação positiva, de R$ 1,5 bilhões e R$ 2,3 bilhões, respectivamente.
Dentro da renda fixa, os FIDCs (Fundos de Investimento em Direitos Creditórios) tiveram captação negativa de R$ 1,7 bilhão no ano.
O Brasil ocupa o 11º lugar entre as maiores indústrias de fundos do mundo, de acordo com os dados da IIFA (Associação Internacional de Fundos de Investimento).