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Investir na aposentadoria com apenas R$ 100 por mês? Veja quando vale a pena

Preocupado com o futuro? Fundos de previdência acessíveis estão virando tendência no mercado, com alternativas para todos os bolsos e gostos.

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Não é segredo que apenas a Previdência Social não é capaz de garantir um futuro tranquilo na velhice. Em uma economia em forte crise, na qual poucos empregos com carteira assinada podem ser criados nos próximos anos, além de uma série de reformas pendentes na agenda do governo, especialistas concordam sobre a importância de começar a construir a a aposentadoria sem depender do INSS.

Existem inúmeras formas de construir a aposentadoria. Vão desde investir em uma carteira de fundos imobiliários (FIIs), comprar ações que paguem dividendos ou até ter imóveis físicos que garantam uma renda mensal. Contudo, de todas as alternativas possíveis, a mais efetiva e que permite flexibilidade ao investidor são os fundos de previdência privada, explica Daniel Bellangero, head da área na Easynvest .

Ao contrário do que muitos imaginam, não é preciso fazer aportes mirabolantes para aplicar nestes fundos. Com apenas R$ 100, já é possível começar a montar a carteira previdenciária. Segundo Bellangero, previdência privada a um baixo custo é uma tendência no mercado.

Provavelmente você está se questionando: por que considerar a previdência privada uma alternativa? Afinal, é possível investir para o futuro em um fundo tradicional, na renda fixa ou até mesmo em ações. Bellangero cita seis características que só são encontradas neste tipo de aplicação:

  • Tributação mínima de 10% no IR: todos os investimentos contam com uma tributação regressiva, que diminui conforme o tempo da aplicação. Na renda fixa, por exemplo, a menor taxa para aplicações com mais de 720 dias é 15%. Mas os fundos de previdência conseguem oferecer uma tributação de 10%.
  • Abater imposto de renda na declaração: quem faz declaração completa pode abater até 12% da renda bruta anual tributável ao optar pela previdência PGBL (Plano Gerador de Benefício Livre).
  • Disciplina: investir em previdência ajuda o investidor a criar a rotina de fazer aportes mensais, encarando a aplicação como se fosse o pagamento de um boleto.
  • Portabilidade: no mercado financeiro, quando você desiste de uma aplicação é preciso fazer o resgate, pagar o imposto, e reaplicar o recurso em outra começando do zero. A Previdência oferece a alternativa de portabilizar seu investimento para outro fundo previdenciário sem necessidade de tributação.
  • Previsibilidade: para o investidor que não conhece a renda variável ou a dinâmica dos fundos imobiliários, aplicar na previdência costuma ser mais simples.
  • Rapidez na sucessão: em caso de falecimento do investidor, as aplicações não passam pelo inventário e chegam mais rápido aos beneficiários.

Saiba mais: De olho na aposentadoria: quando vale investir em Previdência Privada?

Para todos os bolsos

Embora pareça um valor muito baixo, é possível sim investir em previdência com apenas R$ 100. Segundo a educadora financeira Cintia Senna, o mais importante é dar o primeiro passo. “Questione-se: quanto posso aplicar hoje? Caso não tenha reserva de emergência, é importante criá-la e, paralelamente, construir a aposentadoria”, afirma.

Veja uma simulação feita pela plataforma do Icatu Seguros: se uma pessoa aplicar R$ 100 mensais em um fundo de previdência PGBL durante 20 anos, considerando que este fundo é conservador, com retornos de 4% ao ano, o valor acumulado no final seria de R$ 36.384,17. Valor que pode mudar com maior exposição ao risco.

Cintia afirma que o valor dos aportes inicialmente pode ser baixo, mas também pode mudar com o tempo, aplicando recursos extras, como por exemplo o décimo terceiro salário e outras bonificações.

Nada impede que, no futuro, o investidor possa fazer a portabilidade dos recursos para um fundo previdenciário mais atrativo. “A cada ano temos um cenário novo e devemos avaliar se houve mudanças de emprego, renda e como podemos melhorar a construção da nossa aposentadoria”, afirma Cíntia.

Investir baixos valores pode também auxiliar na diversificação da carteira previdenciária. Segundo Bellangero, uma pessoa pode optar em investir R$ 100 em um fundo de previdência de renda fixa e R$ 100 em outra alternativa, como fundo multimercado ou um fundo com exposição em ações, que oferecem maior retorno.

Contudo, os especialistas destacam que previdência é um investimento de longo prazo e, se possível, não se deve resgatar os recursos antes de 10 anos, para não pagar um imposto elevado. Por este motivo, antes mesmo de construir a aposentadoria, é importante ter uma reserva de emergência para imprevistos.

Veja abaixo exemplos de cinco fundos de previdência privada disponíveis na plataforma da Easynvest que permitem aportes a partir de R$ 100. Muitos deles tiveram rendimentos superiores ao CDI e o Ibovespa. Confira:

FundoClassificaçãoRiscoRetorno Outubro202012 mesesTaxa de Administração
Icatu Classic Conservador FIC FI RFRenda Fixa pós fixado Muito baixo0,11%0,75%1,23%1,00%
Icatu Absoluto FI RF CPRenda Fixa Crédito PrivadoBaixo0,22%2,81%3,53%0,80%
Icatu Duration FI RFRenda Fixa InflaçãoMédio1,22%5,47%4,20%1,50%
Icatu Inflação Curta FIC FI RFRenda Fixa InflaçãoMédio0,11%3,70%4,45%1,00%
Icatu Multiestratégia Arrojado FIC FIMMultimercado LivreElevado-0,86%-12,43%-8,83%1,50%
CDI0,16%2,45%3,22%
Ibovespa-0,69%-18,76%-12,37%

Um outro olhar para a previdência

A previdência privada é geralmente associada à aposentadoria, no entanto, este não é seu único uso possível. Segundo Bellangero, este investimento também pode ser uma alternativa para projetos de longo prazo (em média 10 anos). Isso graças à alíquota regressiva do Imposto de Renda que pode chegar a 10%.

Entre eles, ele cita alguns exemplos: investir para a faculdade dos filhos, um intercambio, fazer um ano sabático, comprar um carro. “Se for um projeto de longo prazo compensa usar a previdência”, afirma.

Utilizando o simulador da Icatu Seguros: para comprar um carro no valor de R$ 51.343, aplicando em um fundo de previdência conservador, com retorno médio de 4% ao ano, durante 10 anos, o valor da parcela mensal seria de R$ 350. O tempo pode diminuir com parcelas maiores e a escolha de um fundo moderado ou arriscado.

Previdência popular

Um projeto que usufrui da simplicidade da aplicação para aproximar os brasileiros da educação financeira é o Poupare, criado pelo economista Daniel Fuks. Por meio de um aplicativo, a iniciativa oferece investimentos em previdência (VGBL/PGBL) também a partir de R$ 100.

A plataforma oferece conteúdo de educação financeira, além de um fundo previdenciário de renda fixa, da Icatu Seguros, com taxa de administração de 0,80%, a menor do mercado. Segundo o projeto, o objetivo é que as pessoas, especialmente as de baixa renda, consigam assumir o controle de sua vida financeira, reduzindo o endividamento e investindo em longo prazo com custos reduzidos.

Fuks criou o projeto há um ano, inconformado com a falta de poupança e miséria estrutural do Brasil. Ele acredita que enquanto o brasileiro conseguir comprar bens de forma parcelada e ter acesso fácil ao crédito e vários cartões, nunca conseguirá criar reservas. “O Conar deveria proibir publicidade de banco sugerindo as pessoas pegarem empréstimo para viajar. Se a pessoa não conseguiu juntar dinheiro para a viagem, então como ela vai juntar para pagar a dívida?”, questiona o economista.

Para ele, Brasil e Argentina são os únicos países onde é possível comprar a prazo, uma cultura de consumo que, segundo ele, colocou 67,4% das famílias em situação de endividamento.

Com a Poupare, Fuks tem a ambição de mudar a roda de consumo. Ele quer mostrar ao brasileiro que é possível poupar primeiro, para constituir uma reserva e em consequência conquistar sonhos, aliado a um consumo consciente. “Quero ajudar as pessoas a terem reservas, nem que seja para aguentar o desemprego, pedir demissão ou iniciar um negócio”, afirma.

Com ampla experiência na área de previdência privada desde 2008, Fuks encontrou neste tipo de investimento uma forma de ajudar as pessoas a dar os primeiros passos na jornada financeira, especialmente pelos benefícios fiscais e sucessórios, além dos retornos maiores que a previdência privada oferece.

O fato de o investimento mensal ser de apenas R$ 100 não o preocupa. Ele afirma que não adianta o brasileiro pensar em poupar para daqui a 30 anos se hoje não consegue cuidar do próprio dinheiro. “Para uma pessoa humilde que nunca guardou dinheiro, juntar R$ 10 mil pode significar uma conquista”, diz. Embora com baixos valores, com tempo, paciência e juros compostos, ele acredita ser possível acumular quantidades interessantes.

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