Finanças

JPMorgan recomenda cortar ações, comprar ouro e segurar dinheiro

Indicações são feitas em meio a perspectivas de juros elevados nos EUA e outros fatores.

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Negociações do teto da dívida americana no limbo, riscos elevados de recessão e Federal Reserve (Fed) hawkish são apenas alguns dos motivos que levam Marko Kolanovic, do JPMorgan, a aconselhar aos clientes que se desfaçam de ações e segurem o caixa.
A equipe de estrategistas liderada por Kolanovic reduziu sua alocação em ações e títulos corporativos, ao mesmo tempo em que aumentou sua posição de caixa em 2%.

No portfólio de commodities, o banco trocou energia por ouro, diante da demanda por ativos de refúgio e proteção contra o impasse da dívida.

Uma pessoa entra na sede do JPMorgan, em Nova York, EUA. 30/06/2022. REUTERS/Andrew Kelly

“As esperanças de uma resolução rápida para o teto da dívida dos EUA têm sido um impulso para a confiança do mercado”, disse Kolanovic em nota aos clientes. Mas, “apesar da recuperação da semana passada, os ativos de risco não conseguem sair das faixas de preço do ano, e os de renda fixa e commodities são negociados no limite inferior das faixas do ano.”

O portfólio modelo do banco teve perda no mês passado, a terceira em quatro meses, disse.

Os investidores aguardavam respostas de Washington sobre o que o governo fará para evitar um default catastrófico. O presidente Joe Biden e o presidente republicano da Câmara, Kevin McCarthy, tiveram o que ambos descreveram como “discussão produtiva” na noite de segunda-feira (22), mas não chegaram a um acordo.

Presidente dos EUA, Joe Biden, durante reunião na Casa Branca 05/05/2023 REUTERS/Leah Millis

Kolanovic foi um dos maiores otimistas de Wall Street durante grande parte da queda do mercado em 2022, mas desde então mudou sua visão diante de uma perspectiva econômica pior este ano, e cortou a alocação em ações do modelo do banco em meados de dezembro, janeiro, março, e agora de novo em maio.

De forma mais ampla, Kolanovic e sua equipe disseram que as ações parecem desconectadas dos mercados de títulos e dos dados econômicos mais fracos, além dos riscos do teto da dívida.

“A divergência persiste entre os mercados de juros que esperam que o Fed corte este ano, os mercados de ações que interpretam esses possíveis cortes como positivos para o risco e a retórica mais hawkish do Fed”, disse ele. “É provável que essa lacuna seja fechada às custas das ações”.

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