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Méliuz brilha na B3 em julho, mas é excluída da 1ª prévia do Ibovespa

Startup de cashback pode deixar principal índice da B3, mesmo após ter subido 27% no mês passado.

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A startup de cashback Meliuz (CASH3) reinou no mês de julho ao encabeçar a maior alta do Ibovespa, subindo 27%. A questão é que, antes disso, os papeis da companhia estavam andando mal das pernas, até que um relatório do BTG Pactual melhorou as expectativas para o desempenho da companhia.

Em 13 de julho, os papeis eram negociados a R$ 7,09 e nesta quarta-feira (2) eram cotados a R$ 9,74, uma alta de 37,94%. Mas bem antes disso, eles chegaram a cair para R$ 0,09 em fevereiro deste ano, permanecendo neste patamar até o final de maio.

Divulgação Meliuz

Pelo fato de o valor ser tão baixo, a companhia decidiu fazer um grupamento de ações de 100 para uma, e por esse motivo, no primeiro pregão de junho, as ações CASH3 saltaram para R$ 9,24.

Neste dia também foi divulgada a venda da fintech Bankly (braço de pagamentos do Meliuz) para o banco Votorantin (BV), o que foi bem visto por analistas do BTG Pactual, que recomendaram a compra dos papeis.

Por que tanto otimismo?

O tom positivo dos analistas do banco de André Esteves foi justificado pelo fato de que com a venda, a Meliuz vai receber R$ 210 milhões, cifra pelo qual a administração já informou que pretende distribuir aos acionistas, resultando em um dividend yield (retorno com dividendos_ de 37%, segundo o BTG. No entanto, essa distribuição expressiva dependerá de aprovações do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE) e do Banco Central do Brasil (BACEN).

Mas segundo os analistas, a empresa não planeja distribuir todo o seu “excesso de caixa” para justamente deixar a porta aberta para futuras oportunidades.

Antes de sua oferta de ações (IPO), em novembro de 2020, a Méliuz tinha fluxo de caixa abaixo dos R$ 20 milhões. Hoje, a empresa tem em caixa R$ 437 milhões – excluindo o a venda do Bankly – o que representa cerca de 70% do seu valor de mercado.

Há expectativa de redução nos custos da companhia devido à renegociação com fornecedores e pela venda do Bankli. Por outro lado, analistas esperam uma desaceleração da atividade de comércio eletrônico, o que deve impactar o crescimento do GMV (volume bruto de mercadorias) da companhia. No entanto, o ambiente macro melhor deverá trazer a recuperação esperada, alem de impactos sazonais.

“O Méliuz foi esquecido na recente alta do Ibovespa nos últimos três meses. Porém, com o fluxo de caixa esperado para aumentar nos próximos trimestres e sua posição de caixa considerável, reiteramos nossa recomendação de compra”.

trecho de relatório do BTG PACTUAL.

De fora da 1ª prévia do Ibovespa

A primeira prévia da nova carteira do Ibovespa B3, principal indicador do desempenho das ações mais negociadas da bolsa, que vai vigorar de 4 de setembro a 29 de dezembro deste ano, coloca no escanteio as ações do Meliuz. Já PetroReconcavo (RECV3) e Grupo Vamos (VAMO3) são fortes candidatas a ingressar no Ibovespa, que após o ajuste, conta com 86 papéis de 83 empresas brasileiras.

Se confirmada a retirada, pode ser um duro golpe para a Méliuz, uma vez que, ao sair do principal índice da bolsa, as ações tendem a ser menos negociadas. É que, como fundos de investimento ou fundos de índice (ETFs) replicam o índice brasileiro em sua carteira, as ações quando saem dele acabam tendo um menor volume de negociação.

Segundo Matheus Spiess, analista da Empiricus Research, a saída do Ibovespa penaliza a ação, mas é também uma oportunidade de compra depois que a companhia “arrumou a casa”, reduzindo custos, aumentando a rentabilidade, além das expectativas pela parceria entre BV e Méliuz.

“Além da distribuição brutal de dividendos que a companhia vai fazer [com a venda da Bankli], somado a uma estrutura mais leve e resultados melhores, acreditamos que o segundo semestre será ainda mais promissor para a companhia”.

Matheus Spiess, analista da Empiricus Research.

No dia 08 de agosto, a companhia fará a divulgação de resultados ao mercado.

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