Finanças
O pacote de auxílio nos EUA e a relação com a nossa bolsa
Dia também foi marcado por revisão da previsão para o déficit em 2020.
O que o pacote de ajuda financeira nos EUA tem a ver com a bolsa brasileira? O Ibovespa sentiu novamente o peso sobre as dúvidas em relação às negociações sobre medidas de auxílio econômico nos EUA, um dia depois de notícias sobre o mesmo tema terem trazido otimismo ao mercado. A situação atual desse impasse e os efeitos sobre o mercado financeiro é o tema do Boletim InvestNews desta sexta-feira (20), com Karina Trevizan. A transmissão será ao vivo, às 19h.
Nesta sexta, o secretário do Tesouro norte-americano, Steven Mnuchin, anunciou que os principais programas de empréstimos do Federal Reserve (Fed) para conter os impactos da pandemia da covid-19 não serão prorrogados. A decisão contraria o presidente do Fed, Jerome Powell, e ocorre em um momento de preocupação sobre a economia norte-americana, o número de infecções aumentando e o mercado de trabalho mostrando dados decepcionantes.
Um dia antes, a notícia de que as negociações sobre um pacote de auxílio econômico voltariam a acontecer no Senado animaram os mercados. No entanto, ainda há dúvidas sobre o tamanho da ajuda financeira do governo aos setores atingidos pela crise.
O programa destaca ainda outras notícias que mexeram com os mercados nesta sexta. No cenário interno, o secretário especial de Fazenda, Waldery Rodrigues, disse que a venda de reservas internacionais “está no cardápio” do governo como medida de redução da dívida pública, mas ressalvou que quem decide é o Banco Central. A declaração veio um dia após o ministro da economia, Paulo Guedes, dizer que seria possível vender “um pouco” das reservas para reduzir a relação entre a dívida pública e o Produto Interno Bruto (PIB).
Leia mais:
- Reservas internacionais: por que não gastamos tudo para tirar o dólar dos R$ 5?
- Dívida pública: entenda como ela cresceu na pandemia e por que isso preocupa
Ainda na esfera das contas públicas, o Ministério da Economia atualizou nesta sexta a previsão para o rombo neste ano. A estimativa passou de déficit de R$ 880 bilhões para R$ 844 bilhões.
Outro destaque é o estudo divulgado pela Rede de Justiça Fiscal (Tax Justice Network) e divulgado pela BBC. De acordo com o levantamento, o Brasil deixa de arrecadar impostos não pagos por multinacionais e milionários o equivalente à economia média anual esperada pelo governo com a reforma da Previdência. Na prática, isso quer dizer que o Brasil perde “uma reforma da Previdência” por ano.
A BBC destaca que as perdas são de US$ 14,9 bilhões (cerca de R$ 79 bilhões ao câmbio atual) em impostos que deixam de ser recolhidos pelo país por ano. A economia estimada pelo governo com a reforma da Previdência é de R$ 800,3 bilhões em uma década, o que resulta em uma média anual de R$ 80 bilhões.