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Oscar 2021: quais os BDRs do streaming que são dignos de prêmio?

Com cinemas fechados, as plataformas de streaming se deram bem na pandemia – seja pela audiência, como pelas receitas. E os seus acionistas sentem os efeitos.

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Com os cinemas fechados, NetflixAmazon e Disney+ foram os maiores responsáveis por levar as principais produções de Hollywood para espectadores do mundo inteiro nas poltronas de casa.

E como era de se esperar, em um ano tão atípico como 2020, a maior parte dos filmes indicados ao Oscar 2021 foram produzidos pelas plataformas de streaming.

Enquanto as plataformas de streaming se deram muito bem na pandemia, com um aumento de 66% na audiência, a receita global das bilheterias de cinema caiu 72% em 2020. O setor faturou US$ 42,5 bilhões em 2019, e em 2020 ficou na casa dos US$ 11,5 bilhões, segundo a Comscore. É o pior resultado em 40 anos.

Nos Estados Unidos, a indústria cinematográfica faturou US$ 2,3 bilhões em 2020 contra os US$ 11,4 bilhões de 2019. Uma queda de quase 80% nas receitas. A maioria dos filmes que se saíram bem nas salas de cinemas foram lançados no início de 2020, antes do avanço da pandemia.

Há pouco mais de um mês atrás, o diretor presidente da Walt Disney, Bob Chapek, afirmou durante uma conferência de mídia e tecnologia organizada pelo Morgan Stanley, que houve uma mudança no comportamento das pessoas sobre as idas ao cinema – e que essa tendência deve se manter após a pandemia. 

Segundo ele, o consumidor está mais impaciente do que nunca, especialmente após passar um ano inteiro recebendo os filmes em casa para assistir quando quiserem. Além disso, ficou inviável um filme sair das salas de cinema e ainda não estar disponível para exibição em casa. 

Os comentários chamaram a atenção do mercado, ainda mais porque veio da Disney, uma empresa que dominava as bilheterias antes da pandemia. E mesmo com a retomada gradual e a reabertura dos cinemas em sua totalidade em todos os cantos do mundo, tudo indica que vai demorar para os cinéfilos voltarem às poltronas das grandes telas.

E de olho nas oportunidades que as crises também promovem, a Netflix vem conquistando patamares cada vez mais altos. No ano passado, ela ultrapassou cinco vezes a centenária Disney em valor de mercado, com 23 anos de existência. Mas nessa gangorra, a Disney atualmente supera a rival, já que está avaliada em US$336 bilhões, ante os US$ 245 bilhões da Netflix.

Mas vale lembrar que, quando se fala em valor de mercado, tanto Disney como Netflix competem com as duas empresas de capital aberto mais valiosas dos Estados Unidos: Apple e Amazon.

A questão é que, com exceção da Netflix, todas as outras companhias possuem negócios em outros setores. Mas só a Netflix tem mais de uma década de experiência no streaming, uma área em que a Disney entrou apenas no ano passado após o lançamento do Disney+.

Com a quarentena, a Netflix conquistou 37 milhões de novas assinaturas em 2020 – o melhor ano da sua história. Em 2019, foram 28 milhões de novas assinaturas.

Essa tendência refletiu de forma positiva no mercado financeiro, com um aumento de mais de  US$ 6 bilhões em seus lucros apenas no final do ano passado. Mas apesar de hoje a empresa já ter ultrapassado os 204 milhões de assinantes, a Disney+ já possui mais de 90 milhões de usuários em pouco tempo de existência. 

E isto significa que a gigante do streaming tem que ficar de olhos bem abertos.

No Cafeína de hoje, o analista da Easynvest Murilo Breder faz uma análise dos BDRs de Amazon, Netflix, Disney e ComCast – dona da Universal Studios.

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