Pior já passou? Nasdaq dispara no ano e ações de menor valor surfam alta

Após um período em que as ações de tecnologia foram muito penalizadas, perdendo cerca de dois terços de seu valor em 2022, parece que o pior ficou para trás. O índice da bolsa americana de ações de tecnologia, Nasdaq Composite Index, acumula alta de 30,79% (em dólar) no ano até 16 de junho, segundo a Quantum Finance.

Na sequência de maiores altas entre índices globais, o Nikkei 225, que reúne as principais ações da bolsa de Tóquio, acumula alta de 29,17% em igual período, seguido pelo índice alemão DAX (17,48%); Global BDRX, indicador do desempenho médio das cotações dos BDRs na B3 (15,72%); S&P 500, que reúne as 500 maiores empresas em valor de mercado dos EUA (14,85%); CAC 40, que reúne as 40 maiores empresas da França (14,13%); e o SMLL, índice de small caps brasileiras (12,91%).

Veja abaixo o desempenho acumulado em 2023 dos principais índices globais:

NASDAQ Composite Index (Moeda Original)	30,79%
NIKKEI 225 (Moeda Original)	29,17%
DAX (Moeda Original)	17,48%
Global BDRX	15,72%
S&P 500 (Moeda Original)	14,85%
Cotation Assistée en Continu – CAC 40 (Moeda Original)	14,13%
SMLL	12,91%
IDIV	8,69%
Ibovespa	8,22%
IFIX	7,52%
IBX	7,29%
ICON	6,76%
SSE COMPOSITE (Moeda Original)	5,96%
FTSE 100 (Moeda Original)	2,56%

O SMLL, índice brasileiro que reúne as ações de menor valor de mercado, bate a alta de 8,22% do Ibovespa no período avaliado. Até o IDIV, indicador com as empresas pagadoras de dividendos, supera levemente o principal índice da B3, com alta de 8,69%.

Em relatório, a Guide Investimentos aponta que as small caps estão surfando o cenário aguardado para baixa na taxa Selic, o que historicamente favorece a modalidade.

“As ações de menor valor de mercado historicamente têm desempenho melhor quando os juros estão em queda. E com a precificação de um cenário de Selic em baixa na reunião do Copom de agosto, este seria um outro sinal de que “a alta do mercado ainda está só começando”.

Fernando Siqueira, analista da guide

Assim, a Guide aponta que este é o momento de migrar da renda fixa para a variável, uma vez que a alta na bolsa brasileira estaria apenas começando e os prêmios pagos por ativos de renda fixa “já entregaram o que tinham de entregar”.

Mercado altista já chegou nos EUA?

Este cenário também é dado como certo para as bolsas americanas. Em artigo publicado pela própria Nasdaq, “um novo mercado altista está chegando”. E esse otimismo pode ser atribuído a vários fatores. 

Os resultados de ganhos que as empresas relataram na última temporada de resultados animou Wall Street e a questão, ao que parece, não é aceitar resultados “menos ruins”. 

Grandes pesos pesados ​​​​da tecnologia, como Nvidia (NVDC34), Apple (AAPL), Amazon (AMZO34), Tesla (TSLA34) e Meta (FBOK34) vêm puxando o Nasdaq, o que acaba por refletir no S&P500, segundo a publicação.

Mas o maior destaque foi atribuído à Nvidia, que chegou a entrar para o seleto clube do trilhão após o aumento na demanda por tecnologias que utilizem inteligência artificial em meio à popularidade do ChatGPT.

A fabricante de chips registrou uma receita de US$ 11 bilhões no segundo trimestre deste ano, bem acima da estimativa média de analistas de US$ 7,18 bilhões. Isso fez saltar em mais de 162% suas ações neste ano, impulsionando assim o Nasdaq a ultrapassar o S&P 500 e o Dow Jones.

Mas para além do fim da última (boa) temporada de balanços das empresas de tecnologia, as ações do setor tiveram um forte início na segunda metade do ano impulsionadas pelo otimismo de que o Federal Reserve (Fed) está próximo do fim de seu ciclo de alta de juros, segundo analistas. Taxas mais altas, crescimento mais lento e condições mais brandas do mercado de trabalho reduziram a inflação nos Estados Unidos.

Combinando com o alívio sobre o teto da dívida dos EUA e a redução do risco de inflação, o próprio mercado já mudou de uma mentalidade de baixa para uma mentalidade de alta, segundo Ricardo Saintvilus, da Nasdaq.