Finanças
Prio e Petrobras dividem 2º lugar entre ações mais indicadas para setembro
Levantamento feito pelo InvestNews com 12 carteiras recomendadas por bancos e corretoras aponta quais ações receberam o maior número de recomendações.
A ação da Prio (PRIO3) ganhou recomendações na passagem de agosto para setembro, ocupando, assim, o segundo lugar dos ativos mais indicados para o mês. É o que mostra levantamento feito pelo InvestNews com 12 carteiras recomendadas por bancos e corretoras.
Para setembro, o papel da petroleira recebeu seis indicações, subindo do terceiro para o segundo lugar no ranking do levantamento. O papel manteve o número de recomendações recebido em agosto, no entanto, as ações da operadora de hospitais Rede D’Or (RDOR3) perderam uma posição.
Já o Itaú Unibanco (ITUB4), que também manteve as cinco recomendações recebidas no mês passado, subiu da 4ª para a 3ª posição no ranking geral de setembro.
A ação da Vale (VALE3), por sua vez, seguiu como a mais recomendada por analistas, segundo o levantamento. O papel da mineradora manteve as nove indicações recebidas em agosto.
O ranking do InvestNews considera a somatória das ações mais recomendadas pelos especialistas e acompanha mensalmente as recomendações dos seguintes bancos e corretoras:
- Ágora
- Ativa
- BB Investimentos
- BTG Pactual
- Genial
- Guide
- Inter Invest
- Mirae Asset
- ModalMais
- Nova Futura
- Órama
- XP Investimentos
Vale se mantém no pódio
A mineradora recebeu recomendações da Órama, Guide, Ativa, Ágora, Nova Futura, Genial, BTG Pactual, BB Investimentos e Mirae.
Segundo relatório da Órama, a alta qualidade do minério aliado ao grande volume produzido tornam a produção da Vale competitiva internacionalmente.
“O preço do minério tem declinado, mas ainda se mantém acima da média histórica, de US$ 75 a tonelada. A expectativa é de manutenção neste patamar atual, o que assegura um preço ainda muito bom para a Vale, ampla geração de caixa e capacidade de pagamento de proventos”.
ÓRAMA, EM RELATÓRIO.
Ainda segundo a casa de análise da corretora, o robusto pagamento de dividendos semestrais é um grande atrativo para os papeis da mineradora, considerada uma empresa “bastante sólida”.
O BTG adicionou neste mês a mineradora em sua carteira de ações no lugar da Gerdau (GGBR4), apesar das perspectivas incertas para a economia chinesa. Segundo a instituição financeira, “isso já parece estar precificado e vemos espaço para a Vale alcançar os seus pares, graças à melhoria das operações”.
Petrobras
O BTG Pactual manteve a Petrobras em suas recomendações devido a um “valuation atrativo e à diminuição do risco na sua tese de investimento”.
Em relatório, o banco apontou que foi visto em agosto uma correção no preço das ações brasileiras, apesar de as taxas de juro reais de longo prazo terem subido. “A forte correção das ações brasileiras fez com que o prêmio para possuir ações aumentasse para perto de 2 desvios padrão acima da média histórica (5,2%)”.
De acordo com a equipe de research do BTG, as ações locais estão sendo negociadas a 9,5 vezes o P/L (indicador que mede o preço da ação sobre lucro) estimado de 12 meses, mas excluindo Petrobras e Vale, dado o maior peso no índice Ibovespa. Se ambas fossem incluídas, os papeis de empresas brasileiras estariam sendo negociados a 7,8 vezes o P/L.
Os analistas esperam que os lucros de Petrobras e Vale crescem 22% em 2024, contra um declínio de 2% em 2023.
Já a XP aumentou o peso de Petrobras em setembro na carteira, de 5% para 10%, buscando balancear a exposição a commodities, considerando a diminuição da participação de outros setores, como o de metais e mineração. Além disso, a instituição mantem a visão positiva para a petroleira, “como uma sólida empresa geradora de caixa, com pagamento saudável de dividendos”.
- Confira: O que é Scalping e como funciona a técnica
Prio: ‘capitã’ dos mares brasileiros, segundo a XP
Em agosto, a Prio registrou leve alta de 2%, superando o Ibovespa, que teve queda de 5,09% no período, atingindo 115.742 pontos. Segundo a XP, a companhia apresentou bons resultados no 2º trimestre do ano, “embora ligeiramente abaixo das expectativas”.
“Vemos muitas opções para a tese e uma sólida geração de caixa. Mantemos nossa classificação de compra para PRIO3, nossa principal escolha no setor”, apontaram os analistas, que recomendam o preço alvo de R$ 56 para os papeis.
A Prio é uma empresa júnior de óleo e gás focada na revitalização de campos offshore maduros no Brasil. A empresa foi fundada em 2008, originalmente para explorar ativos de petróleo e gás na Bacia do Solimões.
Em 2010, a empresa abriu capital na B3, levantando R$ 2,5 bilhões. Os recursos do IPO foram direcionados para a exploração de áreas de concessão na Bacia do Solimões e aquisição de ativos da Namíbia.
Em 2014, a empresa passou por um processo de reestruturação liderado por um
grupo de investidores internacionais e locais, incluindo Nelson Tanure, Roberto Monteiro e Emiliano Fernandes. Como resultado, a HRT mudou sua estratégia centrada na exploração para se concentrar na aquisição e redesenvolvimento de campos offshore maduros.
No mesmo ano, a empresa adquiriu o campo de Polvo e mudou seu nome para Prio. Esse foi o início de uma das reviravoltas mais bem-sucedidas da história da B3, segundo a XP
Após uma intensa atividade de fusões e aquisições, a companhia é considerada uma das maiores produtoras de óleo e gás do país.
“As ações da PRIO subiram agressivamente nos últimos anos, apoiadas não apenas pelo aumento vertiginoso na produção de O&G, mas também pela redução de custos e melhoria na geração de caixa”.
XP, em relatório.
Itaú Unibanco e Rede D’Or
Em agosto, as ações do Itaú Unibanco (ITUB4) caíram 4,2%, o que é um resultado ainda acima do Ibovespa em igual período. A performance negativa é atribuída à preocupações em torno das discussões sobre um eventual fim dos Juros Sobre Capital Próprio (JCP), segundo casas de análise.
“Embora os rumores ainda sejam iniciais, o JCP é uma ferramenta bastante utilizada pelos bancos. Logo, uma eventual impossibilidade de distribuição de JCP reduziria o benefício fiscal, o que poderia reduzir o lucro do Itaú em quase dois dígitos”.
XP, EM RELATÓRIO.
Ainda assim, o banco é visto de forma positiva, dado os analistas enxergarem um índice de cobertura saudável e acima da média histórica, além de as taxas de inadimplência estarem sob controle. “O banco também tem uma boa exposição às linhas de crédito ao consumo, que possuem rápido crescimento, além de um valuation atrativo”, aponta a XP.
Já a Rede D’Or, maior player entre as operadoras de hospitais, com valor de mercado de quase R$ 72 bilhões, é apontada pela Ágora como alternativa de maior liquidez para o investidor estrangeiro e institucional. Por isso, a ação é considerada a “top pick” do setor de saúde para a casa de análise.
Os analistas avaliam que a companhia ainda tem espaço para continuar crescendo de forma orgânica e inorgânica.
“O resultado apresentado no 2ª trimestre do ano foi positivo, com forte melhora do índice de Sinistralidade Médica (MLR), tendência que deve continuar evoluindo no 3T23 a partir da concentração de aumentos de preços e do menor aumento potencial das provisões.”
Ágora, em relatório.
Ações brasileiras têm ‘valuations’ atraentes
Segundo avaliação do BTG Pactual, as ações brasileiras estão sendo negociadas com valuations (valor de mercado) atraentes. A área de research considera que, se as medidas do governo para aumentar receitas fiscais forem aprovadas no Congresso e se revelarem eficazes, pelo menos na redução do déficit fiscal de 2024, “as taxas de longo prazo poderão retomar sua tendência descendente, empurrando as ações para território positivo”.
A maior parte do portfólio do BTG permanece exposto à economia doméstica, mas equilibrando o risco da carteira.
Já a Ágora, apesar de fazer coro com o BTG quanto aos preços atrativos dos ativos domésticos, apontou que a grande expectativa pelo início do ciclo de cortes na Selic, que começou em agosto, não foi o gatilho prenunciado para uma mudança gradual nos fluxos de investimentos em ações, pelo contrário, de forma surpreendente, foi acompanhado por um período de quedas sequenciais do Ibovespa.
“Momentos de queda da bolsa, geralmente, levam analistas e investidores a revisarem suas teses (ou testarem suas convicções)”.
Ágora, em relatório.
Os analistas comentam que poderia se argumentar que a queda na Selic já estava “no preço” e que houve certa apreensão com discussões políticas/fiscais. “No entanto, justiça seja feita, atribuir o mau desempenho à fatores apenas domésticos não nosparece correto, uma vez que o mês que se encerra foi marcado também por correção nas bolsas globais”.
Foi apontado que em agosto o mercado global registrou queda de mais de US$ 5 trilhões, sobretudo nos mercados europeus e norte-americanos.
Veja também
- A bolsa tinha tudo para decolar em 2024, mas a Selic estragou a festa
- Moove busca captar até US$ 437 milhões em IPO nos Estados Unidos
- Ação em foco: as oportunidades e riscos do Banco do Brasil (BBAS3)
- Governo e CVM preparam plano para melhorar acesso de empresas menores ao mercado de capitais
- Mercados em pânico: ações desabam mundo afora enquanto cresce o medo de recessão nos EUA