Pullback: confira as 5 ações que mais subiram e mais caíram na semana

Após três altas consecutivas, o Ibovespa acumulou ganho semanal de 9,48%, esta foi a maior alta experimentada pelo índice desde 4 de março de 2016, quando a bolsa valorizou 18,01%. Contudo, no acumulado do ano a bolsa de valores ainda perde 36,5%.

Nesta sexta-feira (27), o Ibovespa recuou 5,51% aos 73.428 pontos.

Invertendo todo senso possível, entre as maiores altas da semana estavam o setores mais afetados durante a quarentena, enquanto nas maiores baixas estavam reunidos o setores mais defensivos à crise: telefonia, varejo de alimentação e farmacêuticas.

Pullback

O destaque positivo foi a GOL (GOLL4) que avançou 72,94% no acumulado semanal. Entre as cinco empresas que mais subiram estavam: CVC Brasil, Braskem, Smiles Fidelidade e IRB Brasil.

Para Eduardo Cavalheiro, gestor da Rio Verde Investimentos e especialista em mercado financeiro, o desempenho destas ações responde a um fenômeno conhecido como pullback, uma recuperação técnica não baseada em fundamentos. “Essas ações caíram tanto nas últimas semanas, que surgiram compradores o que explica a rápida recuperação”, afirma. Contudo, ele acrescenta que esta alta nada muda no desempenho geral das empresas.

No caso do setor aéreo e de turismo, por exemplo, Cavalheiro aponta que a GOL virou pó e atraiu o interesse do mercado na baixa. Já a CVC que enfrentava diversas crises internas e anunciou esta semana um programa de corte de custos, ficou no olhar dos investidores seguindo a mesma dinâmica que a GOL. “Nada muda, no desempenho anual a GOL acumula perda de 65% e a CVC 71%”, justifica. A Smiles Fidelidade segue a mesma dinâmica.

A Braskem e a IRB Brasil também sofreram pullback, mas a depreciação das suas ações está ligada a fatores que vão além do coronavírus. Ambas as empresas, sofriam com problemas corporativos e contáveis, assim como de governança. “Estas duas empresas caíram tanto que os compradores decidiram adquirir, mas isso não garante que as companhias vão manter a alta”, afirma Cavalheiro.

Confira as cinco ações que mais subiram no acumulado da semana:

Despir um santo para cobrir outro

O destaque negativo da semana foi da Telefônica Brasil (VIVT4), que após semanas de ganhos, recuou 9,14%. Entre as maiores baixas da semana estavam também outras empresas resilientes aos efeitos econômicos do Covid-19, tais como: TIM, Atacadão, Pão de Açúcar e Raia Drogasil. Todas estas empresas, exceto a TIM lideravam as altas nos acumulados das semanas anteriores.

Cavalheiro justifica que a inversão de posições destas empresas foi fruto de uma correção de mercado, onde os investidores venderam as ações que não caíram ou com menores perdas para ter maior liquidez e comprar as que estavam em baixa. “Esta estratégia foi para potencializar os ganhos da carteira, as ações que estão entre as maiores altas da semana estavam extremamente depreciadas então os investidores venderam ações para adquiri-las”, justifica.

No entanto, Cavalheiro aponta que as empresas que hoje figuram entre as maiores quedas da semana representam bons investimentos a longo prazo. “No curto prazo ainda veremos pressão para este tipo de trocas, talvez nas próximas semanas o movimento se repita”, conclui.

Confira as cinco ações que mais recuaram na semana:

O gestor de investimentos conclui que a recuperação do Ibovespa nesta semana também segue a mesma lógica, não há fundamentos é apenas recuperação técnica, e aponta que apesar dos incentivos econômicos do governo o futuro para o mercado financeiro ainda é incerto.