Finanças
Veja as 5 ações que mais caíram e subiram na semana
O mercado financeiro se liberta de culpa e assume que o Ibovespa e a economia podem ter sim caminhos diferentes
“Parece que o Ibovespa não liga mais para Covid”, esta foi provavelmente a frase que mais representou o mercado financeiro nos últimos dias. O Ibovespa, principal índice da B3 subiu 2,86% no acumulado da semana. Nesta sexta-feira (17), a bolsa de valores fechou em alta de 2,32% aos 102.888 pontos. Este foi o maior patamar desde 4 de março, quando o índice estava nos 107.224 pontos. No mês de julho, o Ibovespa valorizou 8,24%.
Enquanto alguns já preparam as comemorações para os 120 mil pontos, até gestores como Henrique Bredda do Alaska Black assumiram publicamente que o descolamento entre o Ibovespa e o PIB é perfeitamente normal na economia. “Na pandemia muitos varejistas fecharam suas portas, isso teve um impacto negativo no emprego. Do outro lado, ocupando o lugar de uma pequena empresa que sumiu tem uma grande companhia listada na bolsa, como a Magazine Luiza, que está bombando no e-commerce. E que vai assumir todas as vendas daquela pequena lojinha que faliu”, exemplificou Bredda em um grande evento de investidores.
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A imagem do palhaço Ronald McDonald sorrindo, e simbolizando o Ibovespa, sentado no meio de um caos que representa a economia brasileira nunca fez tanto sentido. E tudo indica que a perspectiva das próximas semanas é de alta.
Isso é o que defende George Sales, professor de finanças do Ibmec, que acredita em um cenário positivo para a bolsa de valores puxado pelos juros cada vez mais baixos. “Com a Selic extremamente baixa muitas pessoas continuam migrando seus investimentos para a bolsa, especialmente fundos de pensão que precisarão cumprir metas atuariais”, explica.
Com a migração de muitos recursos para a bolsa, a tendência das próximas semanas é de alta, acima dos 100 mil pontos. A não ser claro que algum problema relacionado ao Covid-19 ou a retomada econômica seja forte o suficiente para acalmar os ânimos dos investidores e do mercado financeiro que clama pelos 120 mil pontos.
Maiores Altas
A maior alta da semana foi a Via Varejo (VVAR3), que avançou 11,92% no acumulado. A companhia vem experimentando um ciclo de forte alta nos últimos dois meses, que se intensificou em julho com o IBGE divulgando o crescimento de 13,9% nas vendas do varejo em maio sobre abril.
A varejista é a aposta de muitos gestores, especialmente pelo processo de turn around, uma empresa que estava quase falida e hoje decolou. Além claro da transformação digital acelerada. Com seu modelo de vendas no marketplace, bem recebido pelo público, as ações da VVAR3 estão de vento em popa.
Na segunda e terceira melhor posição da semana estão as ações ordinárias e preferenciais da Eletrobras (ELET3; ELET6). Com um processo de privatização à vista, além da retomada econômica, a companhia tem visto o preço das suas ações super estimulado. “O governo já manifestou sua intenção de privatizar a Eletrobras e até há um projeto de Lei circulando na Câmara dos deputados o que fez as ações dispararem”, explica Sales.
Confira as 5 maiores altas da semana:
Ação | Altas |
Via Varejo (VVAR3) | 11.92% |
Eletrobras ON (ELET3) | 11.39% |
Eletrobras PN (ELET6) | 10.03% |
Marfrig (MRFG3) | 10.02% |
Cosan (CSAN3) | 9.85% |
Maiores Quedas
A maior queda da semana é uma varejista que apesar da transformação digital não conseguiu adaptar suas vendas de forma lucrativa. É o caso das Lojas Renner (LREN3), que recuou 4,86% no acumulado.
Segundo Sales, um dos aspectos que influencia a queda das Lojas Renner é a redução de compras por impulso. “No passado os clientes passeavam pelo shopping e compravam por impulso, mas pesquisas recentes mostraram que o consumidor mudou”, aponta.
Outro fator seria o retorno dos shoppings que não teve tanto sucesso quanto esperado. A maioria dos estabelecimentos da Renner são lojas âncora dentro destes espaços. Com baixa procura, não restou outra que a queda das ações.
A segunda maior queda da semana sofre um processo semelhante. É o caso da Ambev (ABEV3) que caiu 4,65%. Para o especialista, nem mesmo a ótima estrutura financeira da empresa está ajudando para salvar o momento. Com bares e restaurantes ainda se recuperando lentamente, a venda de cervejas retraiu. “Neste momento Ambev não é uma alternativa interessante na procura de alta nas próximas semanas”, conclui Sales.
Confira as 5 maiores quedas da semana: