Finanças
Visa tem planos ambiciosos para as criptos, revela executivo
Amante de longa data da tecnologia, gigante financeira terá novo produto que envolverá pagamentos com stablecoin.
*ARTIGO
Cuy Sheffield, chefe do setor de criptoativos da Visa (VISA34), afirmou em sua conta no Twitter na última segunda-feira (24) que a líder global em pagamentos digitais tem novos planos ambiciosos para o setor de criptomoedas.
Mesmo em um mercado de baixa há quase 3 anos, a Visa continua a explorar os recursos do setor de criptomoedas e tecnologia blockchain e, desta vez, anunciou uma nova iniciativa focada em pagamentos com stablecoins.
As stablecoins são ativos digitais que buscam manter um valor estável em relação a outras moedas, como o dólar e real, e oferecem menor volatilidade em relação ao mercado de criptomoedas.
“Temos um roteiro ambicioso de produtos cripto”, escreveu Sheffield, afirmando que a Visa “acabou de abrir alguns requisitos para engenheiros de software sênior para ajudar a impulsionar a adoção mainstream de redes públicas de blockchain e pagamentos de stablecoin.”
Essa nova revelação deixa claro que, embora as criptomoedas pudessem representar uma ameaça à empresa, já que também são sistemas de pagamento, a big tech tem total consciência que as criptos são uma oportunidade para expandir seus negócios para novos públicos.
Afinal, em um mundo cada vez com mais nativos digitais e a adoção das criptomoedas em pleno crescimento, não é à toa que a Visa tem demonstrado seu interesse pela tecnologia há cerca de 8 anos.
Envolvimento histórico da Visa com as criptomoedas
A empresa de pagamentos reconhece o potencial das moedas digitais desde 2015, quando lançou o seu primeiro cartão de débito em bitcoin (BTC) graças à parceria com a Coinbase. Desde então, a líder global em pagamentos digitais tem ampliado as suas iniciativas no setor de criptoativos com objetivo de oferecer soluções inovadoras e seguras para os seus clientes.
Outra iniciativa da Visa no campo das criptomoedas é o seu programa Fast Track, cujo objetivo é apoiar e acelerar o crescimento de fintechs que trabalham com moedas digitais. Lançado em 2019, o programa oferece acesso à rede e aos recursos da empresa para as startups que desenvolvem soluções de carteiras digitais (wallets), plataformas de negociação, custódia e emissão de cartões.
Tirando a atual revelação, outros exemplos recentes do “‘”caso de amor” da empresa pelas criptomoedas foram seus dois anúncios de parcerias divulgados em 2021.
O primeiro deles foi com a Circle para permitir a USD Coin (USDC) para liquidar transações na rede. Já o segundo, com a corretora Crypto.com, em que lançou um cartão que pode ser “carregado” com BTC e usado por brasileiros em compras e pagamentos em qualquer local do mundo.
Mas não é só isso: a empresa também publica relatórios e artigos sobre a tecnologia com frequência para educar e informar o público sobre os benefícios e os desafios das criptomoedas. Em tais publicações, ela sempre defende que as criptos podem contribuir para a inclusão financeira, a eficiência dos pagamentos e a inovação no setor.
Por essa e por outras, os pagamentos com stablecoin devem ser apenas o início
Ainda na publicação do Twitter do dia 24, o executivo da Visa destacou que as stablecoins seriam apenas um dos focos da empresa, pois novos casos de uso também estariam sendo acompanhados de perto.
Corroborando com esse fato, as vagas em aberto da empresa da publicação feita no dia 20 deste mês mostram que a divisão de criptomoedas está construindo a “próxima geração de produtos”. E que, para isso, está contratando engenheiros de software que sabem desenvolver usando tecnologias criptográficas.
Um ponto importante é que dentre os requisitos para contratação, é necessário ter conhecimento em soluções de primeira e segunda camadas de blockchain, bem como experiência em Solidity, linguagem usada nos contratos inteligentes da rede ethereum (ETH).
Para os entusiastas das criptomoedas, saber disso tem uma grande relevância. Isso porque, indiretamente, traz evidências que a Visa acredita no potencial do ecossistema ethereum.
Mayara é co-autora do livro “Trends – Mkt na Era Digital”, publicado pela editora Gente. Multidisciplinar, apaixonada por tecnologia, inovação, negócios e comportamento humano. |
*As informações, análises e opiniões contidas neste artigo são de inteira responsabilidade do autor e não do InvestNews.
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