Negócios
Americanas anuncia nova diretoria jurídica e de compliance
Fábio Medeiros será responsável pela área e pela integridade corporativa da varejista.
A varejista Americanas (AMER3), em recuperação judicial desde janeiro, anunciou que o executivo Fábio Medeiros assumiu o cargo não estatutário de diretor jurídico e de compliance da companhia.
Ele será responsável pela área jurídica e pela integridade corporativa da varejista e, além de suas funções ordinárias, atuará para aprimorar a gestão de riscos e controles, “incluindo as circunstâncias que ocasionaram as inconsistências em lançamentos contábeis identificadas neste ano”, informou a companhia.
Segundo comunicado da empresa, Fábio possui mais de 22 anos de experiência na área jurídica, com perfil generalista abrangendo as áreas Societária e Mercado de Capitais, Governança Corporativa, Tributária, Imobiliária, Contratual, Ambiental, Cível, Trabalhista, Comercial, Regulatório, Controles Internos e Compliance.
Sua experiência foi adquirida em companhias abertas como Klabin, CPFL Energia, Grupo Votorantim (Fibria Celulose S.A. e Votorantim Siderurgia S.A.), Grupo Stora Enso (Stora Enso América Latina e Veracel Celulose S.A.).
“A companhia reitera o compromisso de governança em toda a empresa com seus funcionários, partes interessadas, parceiros de negócios e clientes e manterá seus acionistas e o mercado informados acerca de quaisquer temas relacionados a esse comunicado”, disse a Americanas.
Sobre o caso Americanas
No dia 11 de janeiro, a Americanas anunciou inconsistências contábeis da ordem de R$ 20 bilhões, o que resultou na renúncia dos então CEO e CFO da empresa.
Dois dias depois, credores pediram o vencimento antecipado das dívidas da companhia e notícias indicaram que os acionistas de referência propuseram um aumento de capital de R$ 6 bilhões, enquanto bancos credores exigiram um mínimo de R$ 10 bilhões. Na mesma data, a companhia conseguiu uma tutela de urgência na Justiça, suspendendo por 30 dias o vencimento antecipado das dívidas e quaisquer obrigações.
Posteriormente, o BTG Pacutal realizou um pedido para derrubar a medida, que foi indeferido pelo Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro.
Em meio aos desdobramentos, a companhia teve sua nota de crédito rebaixada por agências de classificação de risco.
No dia 19 de janeiro, a Americanas divulgou um comunicado informando que entrou com o pedido de recuperação judicial, que foi aceito pela Justiça horas depois. A varejista informou uma dívida junto aos credores que soma R$ 43 bilhões.
Após a notícia, a B3 informou que excluiu a varejista de todos os seus índices de referência, incluindo o Ibovespa, principal indicador da bolsa brasileira. Já a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) anunciou a criação de uma força-tarefa com várias superintendências para analisar o caso. O órgão disse que buscava cooperação com a Polícia Federal e o Ministério Público Federal.
O bloqueio de valores a pedido do BTG foi derrubado em decisão judicial dias após o pedido de recuperação judicial ter sido aceito pela Justiça.
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