De olho em investidores, QuintoAndar lança serviço para gerenciar aluguéis

De olho em investidores que buscam tirar renda com aluguel, o QuintoAndar lançou nesta quarta-feira (22) uma plataforma que promete ajudar a gerenciar portfólios com mais de 5 imóveis. Entre os serviços oferecidos estão informações sobre precificação e demanda para melhorar a rentabilidade e a liquidez. 

O serviço vale tanto pessoas físicas quanto jurídicas – ou seja, abrange proprietários, incorporadoras ou construtoras. Entre as ferramentas oferecidas estão uma área para organização na gestão de tarefas e repasses de contas dos imóveis, relacionamento com um especialista e acesso a informações e estudos sobre o mercado imobiliário. 

Fernando Oporto, diretor de operações em aluguel do QuintoAndar, conta que o esforço para se aproximar mais do segmento de proprietários com mais de 5 imóveis (ou seja, investidores e com maior poder aquisitivo) começou em 2021.

“Já era um segmento que existia dentro da nossa plataforma. E a gente começou no ano passado a se aproximar deles, para conseguir desenvolver um atendimento e uma proposta de valor que se adequasse às necessidades específicas deles”, disse em entrevista ao InvestNews. 

Informação como ferramenta 

Entre as demandas específicas do investidor de imóveis com portfólio maior, Oporto conta que o QuintoAndar identificou a necessidade de ferramentas para “ajudar a ter o melhor equilíbrio entre preço e liquidez”. 

“Com o preço muito alto, a falta de liquidez vai reduzir a rentabilidade. Se o preço é baixo, vai ter uma liquidez muito rápida, porém vai ficar durante toda essa locação com um valor baixo de aluguel.”

Fernando Oporto, diretor de operações em aluguel do QuintoAndar

Nesse sentido, a ferramenta oferece comparações e indicações sobre precificação, buscando incluir na análise de preços de imóveis semelhantes alguns fatores que não são exatamente quantificáveis, como estado de conservação e distribuição do espaço.

Outras informações oferecidas aos proprietários são sobre itens que podem ser avaliados como bons investimentos para adequar o imóvel à demanda da região em que ele está localizado. 

“Por exemplo: a gente sabe que em tal região vale a pena trazer armários embutidos no quarto. A partir da nossa inteligência, a gente pode passar para o proprietário quanto a gente estima que ele conseguiria melhorar o preço desse imóvel através de alguns atributos que a gente enxerga que são relevantes para essa demanda. E, com isso, eles tomam a melhor decisão. Do tipo: vale a pena eu investir no meu imóvel para, com isso, aumentar o retorno?”, diz Oporto.

A fonte de informações para essas análises é a própria base de dados do QiontoAndar, que tem mais de 12 mil transações mensais de locação, segundo o diretor. “E isso deixa gente num lugar único em termos de inteligência de mercado para gerar essas informações para os investidores.”

Para avaliar as análises, o cliente vai passar a contar com um executivo de contas. “Se a gente tivesse que fazer uma comparação, seria parecido com um assessor de investimento ou um assessor financeiro, que ajuda esses proprietários a ter uma melhor rentabilidade do próprio portfólio”, explica Oporto. 

Rentabilidade do aluguel 

O retorno de investimentos em aluguel em 2022 segue abaixo do Certificado de Depósito Interbancário (CDI), indicador considerado na rentabilidade de investimentos como o Certificado de Depósito Bancário (CDB) e outros. Porém, o ganho está acima da inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).

Segundo um relatório do QuintoAndar com dados do mercado até o terceiro trimestre deste ano, a rentabilidade do aluguel em São Paulo ficou em 5,27% ao ano, em média. No Rio de Janeiro, em 5,13% e em Belo Horizonte, 4,9%. O cálculo é feito a partir dos valores concretos de venda e do aluguel estimado pela plataforma. 

Nos três primeiros trimestres de 2022, o IPCA acumulou alta de 4,09%, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) – variação acima da rentabilidade do aluguel, indicando ganho real ao investidor. No entanto, o retorno ficou abaixo do CDI – atualmente em 13,65%, segundo dados da B3.