Negócios
Energisa agrupa forças com ‘(re)energisa’ para crescer em mercados não regulados
Ideia é concentrar todos os negócios num só ecossistema, no conceito de “one-stop-shop”, para fortalecer a oferta dessas soluções a empresas de pequeno a grande porte.
A Energisa (ENGI11) anunciou nesta quarta-feira (23) a criação de uma nova marca para reforçar sua aposta na oferta de soluções energéticas a clientes corporativos, um mercado que vem ganhando relevância e deverá receber investimentos bilionários do grupo até 2026.
Batizada de “(re)energisa”, a marca reúne os atuais veículos de investimento da elétrica nas áreas de geração renovável (Alsol), comercialização de energia (Energisa Comercializadora) e serviços de operação, manutenção e automação (Energisa Soluções), que hoje atuam separadamente.
A ideia é concentrar todos os negócios num só ecossistema, no conceito de “one-stop-shop”, para fortalecer a oferta dessas soluções a empresas de pequeno a grande porte.
“Essa marca vem forte para competir no mercado e elevar a atual participação dos negócios não regulados dos atuais 8% para 25% do Ebitda do grupo em 2026… eles (negócios não regulados) serão a força motriz do crescimento a partir de agora”, disse à Reuters Roberta Godói, vice-presidente de Soluções Energéticas e líder da (re)energisa.
No fim de 2021, a Energisa apresentou um plano de médio prazo com forte orientação para a diversificação dos negócios. Desde então, o grupo já anunciou importantes passos nessa estratégia, como as aquisições da geradora Vision e da transmissora Gemini Energy.
A (re)energisa será responsável por uma fatia relevante dos R$ 30 bilhões de investimentos previstos pela Energisa até 2026. “Nos negócios não regulados, que orbitam essa história das soluções energéticas, vão ser 14 bilhões, ou 47%. Esse é o nosso compromisso com a diversificação”, destacou Godói.
A (re)energisa terá atuação em todo o território nacional, operando em sinergia com as 11 distribuidoras de energia do grupo, que somam cerca de 8,2 milhões de clientes.
Geração distribuída
Uma das principais vertentes da nova empresa do grupo é a produção de energia renovável na modalidade distribuída, em usinas com potência de até 5 megawatts (MW) construídas no próprio local de consumo ou próximas a ele.
Nesse segmento, hoje atendido pela subsidiária Alsol, o grupo já detém 78 megawatts-pico (MWp) em usinas solares e pretende agregar mais 460 MWp até 2024, com a construção de mais 150 plantas e investimentos de R$ 2,3 bilhões. A meta é ampliar a base atual de clientes de 2 mil pequenas e médias empresas para cerca de 10 mil.
Ainda na geração distribuída, a elétrica está estudando a diversificação de fontes para o biogás, um mercado que considera promissor e que ganhou nesta semana um novo incentivo do governo.
“Temos a felicidade de as nossas áreas de concessão coincidirem com as áreas de produção do agronegócio, isso por si só já possibilita algumas parcerias, na linha de uso de dejetos de animais e resíduos industriais”, afirma Godói.
Grandes usinas e comercialização
A companhia também anunciou no ano passado que retomará sua aposta no mercado de geração de energia centralizada, em usinas de grande porte. A expectativa é de aportes de 6,7 bilhões até 2026 para atingir uma capacidade instalada de 1,2 gigawatt (GW).
Desse total, cerca de 570 MW virão de projetos próprios da Energisa, principalmente das fontes eólica e solar. Já o restante poderá vir de eventuais aquisições, apontou a executiva.
Esse crescimento na geração de energia dará suporte e lastro às vendas da comercializadora do grupo no mercado livre, no qual a Energisa pretende ampliar seu market share dos atuais 2% para 12%, segundo plano de médio prazo.
Novos serviços
Já no campo de serviços de valor agregado, a (re)energisa já nasce com experiência em operação e manutenção de ativos elétricos, indústrias, implantação e operação de sistemas on-grid ou off-grid, projetos de eficiência energética, medição e controle de energia, automação, entre outros.
Segundo Godói, o segmento oferece boas oportunidades de inovação. “Estamos enxergando uma série de tendências e novidades que fazem com que a gente tenha que seguir ampliando o portfólio… o 5G, por exemplo, vai permitir uma série de aplicações para energia que até então não eram viáveis”.
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