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‘Estamos saudáveis para esperar a taxa de juros baixar’, diz CEO da Mobly

Companhia que reportou balanço financeiro de 2022 na última semana registrou mais um trimestre de prejuízo.

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Victor Noda, fundador e CEO da Mobly (MBLY3), empresa que atua com a venda de móveis e itens de decoração, afirmou em entrevista exclusiva ao Investnews, que embora o varejo esteja sofrendo com o aumento da taxa de juros, a empresa, que focou na preservação de caixa em 2022, está preparada para continuar enfrentando ventos contrários.

“Tem muita empresa sufocada agora por causa das dívidas e do crescimento da taxa de juros. Essa empresa está sofrendo dos dois lados: demanda mais baixa e custo de operação muito mais alto. Nós estamos sendo impactados só pela demanda e saudáveis suficientes para esperar a taxa de juros baixar”, avaliou.

Victor Noda, fundador e CEO da Mobly

Noda reiterou que com as famílias endividadas, os produtos discricionários (não essenciais) e com ticket alto, como é o caso do segmento de móveis, são os primeiros a sofrer queda na demanda. Para o executivo, enquanto não houver corte na taxa de juros, “o mercado vai continuar ruim”.

A companhia, que reportou balanço financeiro de 2022 na última semana, registrou mais um trimestre de prejuízo. O desempenho ficou negativo em R$ 16,8 milhões, um pouco pior perante o prejuízo de R$ 16,6 milhões registrado no mesmo intervalo de 2021. Os números foram considerados desanimadores pelo mercado.

O Bradesco BBI apontou que o crescimento do volume geral de vendas (GMV) e a margem Ebitda permanecem como desafios para a empresa.

Entretanto, a Mobly terminou o ano com um caixa positivo. “No último trimestre de 2021 tivemos uma queima de R$ 20 a R$ 30 milhões de caixa. Já nesse último trimestre de 2022, fizemos R$ 10 milhões de caixa positivo, isso mostra como a saúde financeira da Mobly mudou”, disse.

Dentre as iniciativas colocadas em práticas para aumentar a liquidez esteve a implementação do pagamento por PIX no fim de 2021, para diminuir o prazo de recebimento das vendas. A modalidade representa atualmente 30% das vendas totais. “Isso fez com que a gente reduzisse o parcelamento no crédito em várias vezes, o que ajudou no recebimento mais rápido do dinheiro”, disse.

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