Negócios
Investimentos ESG estão no radar de empresas em 2022, diz estudo
Apesar do interesse, 54% dos entrevistados pela Bravo GRC não possuem áreas integralmente dedicadas à causa em suas empresas.
O ESG, sigla em inglês para environmental, social and corporate governance, princípio que norteia a agenda de organizações que abraçam a causa, tem se tornado uma preocupação ainda maior no contexto brasileiro. De acordo com estudo publicado pela Bravo Research, 74% das empresas entrevistadas têm uma faixa de investimentos entre R$ 50 mil e R$ 300 mil como possível orçamento para a causa no ano, enquanto 14% objetivam investir mais de R$ 600 mil e 8% acima de R$ 1 milhão.
Para Suelen Silva, head de research da Bravo GRC, as faixas de investimento vistas no estudo “podem ser consideradas um bom começo” entre as organizações, porque há “um contexto de imaturidade das empresas em geral” em relação ao ESG.
Em comunicado, ela escreveu que o “valor quando indicado pelas pequenas e médias empresas representa [na verdade] uma vontade grande delas se desenvolverem nesse universo, enquanto para as grandes traz um panorama de evolução na agenda”.
“De qualquer forma, os valores indicam que os investimentos ocorrerão de forma escalonada e por fases. Ou seja, devem primeiramente contratar uma frente de serviços, por exemplo, o diagnóstico de ESG. E, posteriormente, avançar no sentido de treinamento e inserção da empresa nos padrões do mercado financeiro – como assessorias para assessments de índices, como ISE e Dow Jones”, comenta em nota a head de research.
Ela ainda acrescentou que tudo indica que, no curto prazo, para as empresas participantes do estudo, “o assunto será tratado de forma a remediar as dores mais latentes para o momento das organizações e vai avançar somente com o ganho de maturidade no assunto”.
ESG dentro das empresas?
Por outro lado, apesar do interesse em investir em ações relacionadas ao tema e de 93% dos respondentes do estudo afirmarem que as boas práticas ESG podem proporcionar ganhos às organizações (como a valorização do negócio, fortalecimento de cultura, proximidade e conexão com clientes, consumidores, colaboradores e investidores), a pesquisa ainda aponta que mais da metade (54%) dos entrevistados declararam que não possuem áreas integralmente dedicadas à causa ou questões relacionadas em suas empresas.
A pesquisa foi realizada a partir de uma pequena amostra de 139 respondentes, mas com larga escala no sentido de setores – varejo, indústria, tecnologia, bancário, securitário, energia, logística e serviços foram consultados. Além disso, do total dos consultados, 79% são diretores, conselheiros, sócios ou gestores, e 46% estão posicionados em organizações com mais de mil colaboradores.
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