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Novo CEO pode tornar a BRF mais ágil e abrir novo caminho, dizem analistas

Miguel Gularte é o novo diretor-presidente global da companhia após pedido de renúncia ao cargo de Lorival Nogueira Luz Jr.

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A BRF (BRFS3) comunicou que Miguel de Souza Gularte é o novo diretor-presidente global da companhia a partir desta terça-feira (30), após o pedido de renúncia ao cargo de Lorival Nogueira Luz Jr. Para analistas, Gularte deve ser capaz de tornar a BRF mais ágil, além de a mudança abrir um novo caminho na liderança da empresa.

Médico veterinário de formação e com um histórico profissional de quase 40 anos no setor de carne bovina, Gularte estava na Marfrig (MRFG3) desde 2018 como CEO da operação da América do Sul. 

Para os analistas Leonardo Alencar e Pedro Fonseca, da XP Investimentos, Gularte deve ser capaz de tornar a BRF mais ágil, “eliminando a inércia incômoda que era responsável por oportunidades perdidas no passado da BRF”. 

Ainda de acordo com os analistas da XP, o novo diretor-presidente global da companhia também pode aumentar a participação das exportações na receita da empresa.

“Vemos a nomeação de Miguel Gularte como CEO da BRF como inesperada, porém, embora sua experiência venha do setor de carne bovina, a nosso ver, é mais fácil passar de um ambiente mais volátil para um calmo do que o contrário”, comentaram os analistas em relatório.

Para a Ativa Investimentos, a chegada de Miguel Gularte é positiva para as ações da BRF, uma vez que o novo CEO possui experiência no setor e total alinhamento com a Marfrig. Atualmente, a Marfrig (MRFG3) possui 33,27% da BRF, sendo a principal acionista da companhia.

“A mudança tira o excesso de liquidez das ações proporcionada por distorções entre oferta e demanda e abre um novo caminho na liderança da BRF”, comentou a Ativa.

A BRF disse que Gularte e Luz vão iniciar um período de transição que será concluído até 30 de setembro.

Olhando à frente

Segundo os analistas da XP, os fundamentos melhoraram para a BRF após a acomodação dos preços das rações (milho, soja) juntamente com o aumento da demanda e preços mais altos de aves, que se traduziu em maiores margens no último trimestre.

“Prevemos que o momento positivo continue nos resultados da empresa, mas um processo de virada é muito mais profundo e estamos ansiosos para ver como a nova governança afetará a BRF”, destacaram Alencar e Fonseca.

Em meio a este cenário, a XP reitera recomendação “neutro” para a ação BRF.

A Ativa Investimentos destacou que os desafios não são pequenos para o novo CEO e que, entre eles, estão melhora de margem, participação de mercado em processados domésticos e redução da alavancagem da empresa.

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