Negócios
Nubank nomeia Youssef Lahrech como presidente, mas fundador segue como CEO
David Vélez continuará a orientar e manter a supervisão da gestão operacional, diz a empresa.
O Nubank (NUBR33) anunciou nesta segunda-feira (15) que um de seus principais executivos acumulará o novo cargo de presidente, assumindo parte das funções do fundador e presidente-executivo David Vélez, a quem se reportará.
O banco digital afirmou que Youssef Lahrech, diretor de operações da companhia há dois anos, “administrará diretamente a operação, orçamento e o desempenho das métricas-chave para os produtos globais, as plataformas globais, as operações de mercado e as funções corporativas”.
Outros executivos do Nubank, incluindo a cofundadora e presidente do Brasil, Cristina Junqueira, vão se reportar a Lahrech.
“David Vélez continuará a orientar e manter a supervisão da gestão operacional, da liderança, cultura e reputação” do Nubank, afirmou a companhia. Vélez “priorizará a estratégia de longo prazo, incluindo o desenvolvimento de produtos, a expansão para novos mercados e novas aquisições”.
Vélez afirmou que, ao passar parte das suas atribuições cotidianas a Lahrech, terá mais tempo para cuidar de estratégias de longo prazo do Nubank, inclusive em relação a oportunidades de crescimento via aquisições e por meio de parcerias com empresas não financeiras.
“Recentemente surgiram grandes oportunidades em M&A (fusões e aquisições)”, disse ele em entrevista à Reuters. “Podemos também fazer parcerias com marketplaces, mas isso requer bastante atenção e foco.”
Números
O anúncio, uma semana após o banco ter anunciado a saída da cantora Anitta de seu conselho de administração, veio no momento em que o Nubank divulgou seus resultados do segundo trimestre, com lucro líquido ajustado de US$ 17 milhões. A previsão média de analistas ouvidos pela Refinitiv era de US$ 23,3 milhões.
O Nubank apresentou nova rodada de expansão no segundo trimestre, tanto da base de clientes quanto receita. O banco fechou junho com 65,3 milhões de usuários, incluindo Brasil, México e Colômbia, um aumento de 57% em 12 meses.
A receita total cresceu 230%, para US$ 1,2 bilhão. A receita média por cliente subiu 105% ano a ano, a US$ 7,8, enquanto o custo médio por cliente foi de US$ 0,80, estável.
No Brasil, seu principal mercado, o Nubank chegou a 62,3 milhões de clientes no fim de junho, alta de 51% sobre um ano antes.
“Isso provavelmente posiciona o Nu como a quinta maior instituição financeira do Brasil em número de clientes”, afirmou o banco em comunicado. Embora não tenha mencionado nomes, o Nubank supera o Santander Brasil (SANB11), que recentemente divulgou que tinha 56,1 milhões de clientes no fim de junho.
O índice de inadimplência acima de 90 dias do Nubank subiu de 3,5% para 4,1%. Segundo Vélez, porém, como o índice de 15 a 90 dias ficou estável em 3,7%, o banco tem espaço para continuar ampliando as operações de crédito, ainda que esteja observando essa operação “com bastante cuidado”, diante do cenário de juros mais altos.
As ações do Nubank encerraram o dia com alta de 10,1%, cotadas a US$ 4,68, na bolsa de Nova York.
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